Marília narrando.
Me aproximo me sentando ao lado da Maiara que parecia esta extremamente chateada e decepcionada comigo.
Eu entendo a sua frustração de não conseguir ter de mim, cem por cento da minha atenção. Mas ela sabia disso, infelizmente por mais que eu queira, nesse momento eu não consigo me dá cem por cento pra ela. Eu preciso terminar os detalhes importantes que decidi resolver de longe pra está com ela.
Eu a olho e vejo seus olhos brilhando, assim como seu rosto. E então percebo que ela está chorando.
— Amor, qual o motivo das lágrimas? - Seguro em seu rosto a fazendo olhar pra mim.
— Tenho medo, Marília! - Ela diz chorosa.
— De que, meu amor?
— Da gente!
— Vida, você precisa ser mais direta quanto a isso.
— Apesar da gente ter transado, eu não me senti a vontade o suficiente pra me levantar da cama e te acompanhar no banho.
— Preciso que seja mais clara, meu amor! - A olho sem entender e assustada.
— Eu te cobrei por não ter me chamado pro banho, mas eu mesmo não consegui ir até você. Eu poderia está chateada, por perceber que não teria sua atenção toda pra mim. Mas fiquei ainda mais chateada, por sentir que depois desses meses, parecia que de alguma forma estávamos começando de novo. Sabe.. do zero.
— Meu amor, não estamos. Apesar da distância que nos separava, ainda estamos juntas, ainda somos nós, ainda é o nosso amor.
— Eu sei! - Ela diz entre o choro. — Eu melhor que ninguém deveria entender essa agenda louca que temos. Mas eu também tenho as minha inseguranças e medos.
— Eu entendo e não te julgo por isso. E tá tudo bem, sempre disse que passaremos pelo que for precisa. Mas continuaremos aqui, juntas.
Ela me olha e assente com a cabeça. Passa os dedos pelo seu rosto enxugando algumas lágrimas.
— Se no meio disso tudo a gente se perde, promete que vamos da um jeito de achar nosso caminhonete volta? - Ela me olha triste.
— Eu prometo! Prometo fazer de tudo pra que não nos perdemos, mas se caso acontecer, eu farei o dobro pra que encontremos nosso caminhonete volta. - Eu a olho e dou um sorriso. — Não existe nada no mundo que me faça me afastar de você.
— Eu torço pra que não haja.
Eu a olho e tento deixar pra lá o que ela disse. Entendo a sua insegurança e sei que no momento não é uma das melhores coisas pra ser resolvida. É muita coisa pra processar e pouco tempo pra resolver.
Eu havia percebido ela um pouco diferente. Apesar do que aconteceu quando eu cheguei. Mas de alguma forma depois do que rolou, percebi que ela estava um pouco mais retraída.
Entendo que a distância pode causar certas coisa no relacionamento, mas no fundo não imaginei que o nosso poderia se abalar com isso, ainda nós duas tendo a mesma profissão.
Mas é isso. Maiara sempre foi intensa e sempre fez questão de está sempre presente. Lembro de todas as vezes que ela fazia loucuras pra conseguir voltar e encontrar o babaca do ex dela, mesmo que isso a custasse horas de sono.
Sempre soube como ela era, mesmo sabendo que algumas vezes posso não atender tão bem suas expectativas. Mas sempre faço questão de está ao seu lado.
Mais uma vez meu celular toca e vejo seus olhos automaticamente repousarem sobre mim, mas ela não me olha de um jeito apaixonada como tem costume de olhar.
— Vou deixar tocar! - Aviso.
Ela me olha mas não dá muita bola, acredito que esteja se segurando pra não reclamar. Entendo que é chato, mas não tem muito o que fazer.
Meu celular para de tocar por alguns segundos e volta a tocar de novo. Imediatamente finalizo a ligação, mas não demora pro mesmo tocar novamente.
— Atende, deve ser importante. - Ela diz sem me olhar.
— Não, deixa!
— Marília, deve ser importante! - Ela diz irritada.
— Mas eu..
Minha fala é interrompida novamente pelo toque do meu celular.
— Marília, atende a porra desse celular! Eu já entendi que não será apenas eu e você. E sei que não tem como negociar isso. Então resolve as suas coisas aí, daí quando você tiver um tempinho eu vou está em meu quarto.
Ela diz e se levanta indo em direção da escada. Ela sobe degrau por degrau batendo o pé. E isso me preocupa, isso pode me custar várias e várias noites de sono.
Atendo o Bahia e ele acaba falando que havia dado ruim com uma guia, o que acaba me deixando irritada. E estava tudo perfeito, pelo menos isso não tinha com o que se preocupar.
Ficamos na ligação por vários minutos, até eu resolver ir ao estúdio. Mas quando estou prestes a sair, lembro que havia guardado uma cópia da mesma no meu celular.
Ligo de novo pro Bahia e aviso que havia enviado a cópia da guia pra vê se aquela dava pra usar. Ele resolve as coisas e acaba dando certo.
Desligo e olho as horas e vejo que já é próximo de meia noite. Me dou conta que havia ficado pelo menos uma hora e meia ali tentando resolver as coisas.
Subo as escadas e vou até o quarto da Mai e abro a porta com cuidado, pra caso ela esteja dormindo não acorda-lá.
Maiara narrando.
Havia acabado de desligar a tv e decidido dormir, pois a Marília estava demorando, então resolvi não esperá-la mais.
Assim que me viro na cama ouço a porta do quarto ser aberta. Não me dou o trabalho de olhar quem é, já tendo certeza de quem havia entrado, já que seu perfume a entregava.
Sinto o lado que estava vazio da cama afundar e seu corpo se juntar ao meu.
— Amor, tá dormindo? - Ela diz em um sussurro.
Resolvo não responder, não estava fim de converse naquele momento.
— Desculpa, minha pequena. Eu quero mesmo está te dando a atenção que você merece. - Ela sussurra e deposita um beijo em meu ombro.
Ela afasta seu corpo do meu e continua ali deitada ao meu lado. Eu engulo o choro que está preso em minha garganta e tento de fato dormir.
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Reaprendendo a amar. - Mailila.
FanfictionÉ sempre mais difícil se reerguer se permitir ser cativada e amada depois de acreditar ter vivido uma história de amor que no final só te trouxe traumas e inseguranças. É difícil voltará viver como antes e mais difícil ainda se permitir se amada e...