Reaprendendo a amar. - Mailila.

Capítulo 20

Marília narrando.

Um mês se passou desde que a Maiara resolveu expor o que estava sentindo. Posso dizer que nossa relação ficou um pouco mais intensa, mesmo que ainda não tenha rolado absolutamente nada entre nós. Minha intenção nesse momento é apenas ir com calma, no tempo dela e no meu. Não quero me entregar e depois ouvir o que costumava ouvir todas as vezes que questionava o que estávamos tendo.

Mas está sendo bom, está sendo leve. Coisa que deveria ser desde o começo, mas a Maiara tem sido incrível, todos os dias... vinte e quatro horas do seu dia. Quando não estamos juntas ela sempre dá um jeito de me mostrar que mesmo longe ela ainda está perto.

Perdi as contas de quantos mimos ela me envio nas duas semanas que precisei ficar longe dela por questão da nossas agenda. E tem sido a coisa mais incrível do mundo.

— Qual o motivo desse sorriso toda em seu rosto?

Minha mãe diz assim que me vê adentrar a cozinha. Eu tento disfarçar, mas ninguém no mundo me conhece tão bem quanto ela.

— Não deixa passar nada, mãe! - Falo rindo e me aproximando pra te dar um beijo. — O dia parece incrível hoje.

Me junto a ela a mesa, já que nessa manhã será apenas nós duas. Meu irmão e meu padrasto resolveram sair pra jogar bola na parte da manhã então nossa café será apenas entre mãe e filha, o que é incrível. Adoro esse momentos que tenho com a minha mãe.

Estico a mão e alcanço a cafeteira em minha frente e despejo um pouco de café em minha xícara. Me sirvo também com o iogurte que tem ali.

— Você vai me contar ou não? - Minha mãe diz me olhando.

— O que? - Faço de desentendida.

— Seu sorriso, seu humor, sua animação. Tá bem diferente do que costumava ser nos últimos meses. Não tem mesmo algo pra me contar?

— Mãe..

— Uai, eu só quero ter certeza de quem tem te feito tão feliz assim. - Ela sorri.

— Ter certeza? - A olho desconfiada. — Quer dizer que você já faz ideia do que pode ser?

— Filha, nem se você quisesse esconder o motivo você conseguiria, você acha que não percebia as inúmeras coisas que você trouxe dessa suas semanas na estrada. Eu entendo que suas fãs são loucas por você, mas esses presente parecem diferente.

— Diferente?

— Bom, você tem um lugar separado em seu quarto onde você coloca algumas coisas dos seus fã-clube, mas percebi que o cartão e o ursinho que você recebeu dessa última vez fica em sua cabeceira. - Ela faz uma pausa e me olha. — Perto o suficiente pra você alcançar todas as vezes que sentir saudade.

— Meu Deus mãe, você pensou em tudo isso? - Falo rindo. — Realmente! Não preciso fazer tanto rodeio pra confirmar quem tem me feito se sentir assim.

— MAIARA! - falamos juntas e logo caímos na gargalhada.

— Mas não temos nada AINDA. Estamos indo com calma, ela resolveu falar o que sente e se permitir sentir de fato isso. Mas quero ter certeza de que ela quer ficar dessa vez, então estou tentando manter o pé no chão.

— Você sabe que sempre torci por vocês né?

— Sei mãe...

Somos interrompidas com o som do meu celular tocando, o alçando ao meu lado em cima da mesa e vejo a foto da ruiva mais linda brilhando em minha tela.

Ligação on.

— Oi linda!

— Nossa. - Ela da risada. — Como você está? Estou com saudade.

— Meu amor, eu também estou. Estava falando de você agora com a minha mãe.

Ela faz um pequeno silêncios do outro lado da linha, mas logo volta a falar.

— Posso saber o que?

— Curiosa demais. - Dou risada.

— Acho que tenho direito de saber o que você é minha sogra falam de mim.

Solto uma gargalhada quando ouço o que ela acabou de dizer.

— Qual a graça, Marília? - Ela diz um pouco irritada.

— Tá brava agora? - Dou risada. — Não posso rir? Estou feliz em ouvir sua voz.

— Você é ridícula, acha que me engana. Eu não quero saber se você a considera minha sogra ou não. - Ela faz uma pausa. — Mas só quero deixar claro, Mendonça. Que ela será!

— NOSSA QUEM MANDA É ELA!

— É só pra você saber que eu falo sério quando eu digo que eu te quero.

— Estou começando a acreditar. - Dou risada.

— Cara...

— EU TAMBÉM.. EU TAMBÉM! - A interrompo e falo pausadamente, pra que ela entenda que é real e que a fala anterior foi brincadeira.

— Já vi que você está com um ótimo humor hoje. Enfim, Maraisa resolveu fazer um almoço em casa e estaremos esperando você. NÃO DEMORAR! Coloca um biquíni que eu já estou te esperando.

— Uma hora...

— trinta minutos você tem. Te amo!

Ligação off.

Quando estou prestes a responder percebo que ela já havia desligado. Quem ela pensa que é? Trinta minutos será impossível, penso. Mas logo me dou conta de quem se trata e sei que pra mudar seu humor é só se atrasar.

— Parece que minha nora é mandona.

— Mãe, você não tem jeito. - Dou risada. — Desculpa ter que sair correndo, mas é que a morrenta mandona da Maiara não me deu muito tempo pra chegar até a sua casa.

— Fica tranquila, já terminamos aqui. - Ela diz se levantando da mesa.

A acompanho e me levanto também, sigo até as escadas e volto pro meu quarto. Resolvo tomar um banho rápido pra então trocar de roupa.

Saio do banho e vou direto pro meu closet, começo a olhar os conjuntos de biquíni que tenho ali até que um conjunto vermelho me chama atenção.

— Vermelho.. - pego o conjunto e o olho. — Vai ficar perfeito.

Coloco o mesmo em meu corpo e dou uma olhada no espelho. Fico bem feliz com o que vejo. A leonina que habita em mim grita por todos os cantos do meu ser a grande gostosa que sou.

Dou risada de meus pensamentos e logo vou em busca de algo pra colocar por cima. Pensei em colocar um vestido fresco branco por cima, mas está tão calor que não acho que seja uma boa escolha, mas resolvo deixa ele separado pra poder usar depois de sair da piscina.

Resolvo por fim colocar apenas um short jeans por baixo e ir. Como irei de carro, não tem problema algum andas alguns minutos de biquíni por aí.

Termino de me vestir e pego uma bolsa pra colocar algumas peças de roupas dentro pra então seguir caminho até a casa das gêmeas.

Estou preste a sair de casa quando sinto meu celular vibrar. Olho pela notificação e vejo que é uma mensagem da Maiara.

"Cinco minutos e contando. NÃO SE ATRASE!"

— Isso tudo deve ser saudade, só pode!

Entro em meu carro e dou partida e sigo em direção da cara das gêmeas.