Capítulo 56

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Marília narrando.

Acordo na esperava de que as coisas tenha mudado, mas assim que abro os olhos e olho pro lado, me vejo sozinha como nos últimos dias.

Mal acordo e minha cabeça é tomada por inúmeros pensamentos. Me lembro de ter encontrado o Fernando, de ter ido na casa das gêmeas.. Assim que lembro me sinto mal por ter visto o Mioto lá.

Eu entendo que a vida segue de alguma forma, mesmo que não seja da forma em que imaginamos ou planejamos.

Se minha vida estivesse como eu planejei não estaria sozinha, estaria acordando ao lado da minha mulher, numa casa nossa, casadas e realizando nossos sonhos. Mas o que eu recebi da vida, separação, desilusão, tristeza, mágoa e sonhos frustrados. Ah, e não posso esquecer de colocar na lista ver a ex seguindo a vida e feliz. Ironia.

Fico um tempo enrolando na cama pois não tinha plano algum pro dia inteiro, não estava com pressa em começar a fazer os meus vários nada.

Pego meu celular em cima da mesinha ao lado da cama, dou uma olhada na hora e vejo que já são próximo das duas da tarde. Perdi a hora hoje, mas da um desconto pois fiquei me torturando vendo filmes clichês e românticos quase a madrugada toda.

Dou uma olha mas notificações que tem ali, até que vejo uma da ruiva. Meu coração erra as batidas, sinto minha respiração ficar descompassada e eu nem faço ideia do que ela havia mandado.

Abro sua mensagem e leio com atenção, assim que termino de ler penso o quanto eu sou idiota. Não posso negar que quando estou com raiva sempre é difícil fazer com que eu pare e escute o outro lado, não tenho paciência pra isso. Ou eu vou embora ou eu acabo falando o que não devo. E na maioria das vezes eu sempre prefiro me retirar.

Eu pensei em responder, mas acho que o momento não pede uma resposta, então bloqueio meu celular e o jogo em cima da cama. Me levanto em seguida e vou pro banheiro tomar um banho.

Tomo meu banho como sempre, lavo meus cabelos, faço toda a minha higiene e logo saio do banho. Me enrola na toalha e vou até meu closet, pego a primeira roupa que vejo pela frente, um vestido preto justo simples de manga, o visto e logo saio dali voltando pro quarto.

Pego meu celular, coloco uma rasteira nos pé e saio do quarto. Desço as escadas e mal me dou conta de quem está ali. Só vou em direção da porta.

— Pra onde você vai com essa pressa toda? - Minha mãe fala do sofá.

— Casa das gêmeas.

Não espero ela responder, apenas saio de casa e vou até o meu carro. Destravo e entro dentro dele e logo dou partida. Não demora muito e eu já estou parando o carro em frente a casa das gêmeas.

Eu não tenho algo programado em minha cabeça pra poder falar quando eu estiver frente a frente com a Maiara. Eu não sei nem ao menos como agir, eu só estou indo e vejo no que dá depois.

Desço do carro e sigo até a porta de entrada de sua casa, toco a campainha e parece que os segundos até alguém me atender se arrastam e passam em câmera lenta.

— Marília. - Ela me olha surpresa.

Eu não esperava ser atendida por ela, mas vê-la em minha frente depois de tantos meses e melhor ainda sabendo que ela não está se envolvendo com ninguém e que ainda me ama.

Dentre todas as coisas que talvez eu tenha pra falar nesse momento, numa ação meio que impensada eu a seguro pela cintura, a puxo pra mim e beijo os seus lábios.

Eu poderia receber um não ou ela podia simplesmente virar o rosto, mas não foi isso que aconteceu, ela aceitou o beijo e me beijou de volta.

Tudo em minha volta parou, naquele momento foi como se só existisse eu e ela e nada mais, meu coração estava disparado, minha perna levemente trêmula, era como se eu tivesse toca o céu, como se tudo tivesse certo, tivesse onde e como deveria estar.

Reaprendendo a amar. - Mailila. Onde histórias criam vida. Descubra agora