Capítulo 27

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Maiara narrando.

Me senti aliviada ao acordar e sentir o corpo da Marília grudado ao meu. A noite foi bem difícil, meus sonhos foram horríveis, tão horríveis que eu não quero se quer lembra-lós.

No fim da noite anterior depois de voltarmos pra casa e nos desentendermos, ela acabou pegando no sono primeiro do que eu. Então, minha mente ficou pensando em tudo que havia acontecido e em tudo que eu causei na Marília por atitudes impensadas.

Não é isso que quero, não é como quero que ela se sinta toda vez que esses encontros acontecerem. Eu também preciso aprender a lidar com isso.

Estou me sentindo exausta, tudo que preciso nesse momento é de um banho pra relaxar e tentar desacelerar a mente, então é o que faço.

Tiro o braço da Marilia com cuidado de cima de mim e saio da cama com cuidado, pois não quero acorda-lá. Me levanto e me viro pra poder admira-lá por alguns segundos antes de entrar no banheiro.

Eu ainda não consigo acreditar o que fiz pra merecer alguém tão incrível como ela. Mas não vou ficar me questionando, vai que numa curva dessas da vida, ela cai em si que merece alguém melhor e resolve ir embora. Deus queria que não!

— Eu te amo, realmente te amo tanto! - Falo a olhando em um sussurro.

A olho uma última vez e sigo pro banheiro. Tiro a pouca roupa que havia em meu corpo e logo entro no box e ligo o chuveiro.

Deixo a água cair sobre meu corpo e me concentro em cada gota que acerta a minha pela. Tento me concentrar no agora até que consiga simplesmente me desligar de tudo a minha volta.

Fico ali por longos minutos, me permito aproveitar cada segundo que tenho ali comigo mesmo.

Me viro de costas pra porta do box e encosto minha testa no azulejo gelado do banheiro enquanto meu corpo ainda fica debaixo da água quente. Não demora pra que eu sinta alguém me abraçar por trás.

— Acordei e você não estava.

— Não quis te acordar.

Me viro pra olhá-la e ela imediatamente sorri pra mim, gruda os nossos corpos e aproxima seu rosto do meu.

— Eu iria adorar ser acordada pra tomar um banho com você. - Ela beija meus lábios.

— Anotarei! Da próxima eu te chamo. - Falo entro o beijo.

Ela afasta nossos rostos e me olho, como se estivesse analisando cada traço presente ali em meu rosto.

— Você parece abatida. - Ela leva sua mão direita até meu rosto e faz um carinho ali. — Tá tudo bem com você, meu amor? Dormiu bem?

— Desculpa por ontem! - Falo a olhando, mas ela me olha com dúvida. Não prece entender o que quero dizer. — Eu sei que minha atitude não pensada te fez duvidar do que eu sinto por você e eu realmente não quero que o que eu venha fazer te faça se sentir assim. Eu já me senti assim, e não quero ser o motivo que faz isso com outra pessoa.

— Amor.. - Ela me interrompe. — Eu entendi o seu lado, não precisa fica se desculpando.

— Preciso! Preciso porque eu te amo e não deveria deixar nada nesse mundo no meio do que temos a ponto de te fazer duvidar, mesmo você me conhecendo como ninguém.

— Nenê, ontem estávamos chateadas.. eu estava chateada e posso ter me expressado extremamente mal. - Ela me olha sentida. — Me desculpa se te fiz se sentir como uma namorada ruim.

A olho assustado assim que ouça ela se referir a mim como namorada. Não havíamos conversado sobre isso, mesmo já agindo como se fôssemos desde que nós resolvemos.

— Pode repetir o final? - Falo sorrindo.

— Desculpa por te fazer sentir como uma namorada ruim? - Ela me olha confusa.

Acredito que nem ela deu conta do que havia falado.

— A penúltima palavra dessa frase.

— Namorada? - Ela me olha surpresa. — N-namora!

Eu dou risada e a olho da forma mais linda e apaixonada que existe.

— Desde quando você me pediu em namoro, Mendonça? - A olho.

— Bem lembrado! - Ela diz se afastando e saindo do box.

— Onde você vai?

— Esqueci que tinha algo marcado pra essa manhã. - Ela se enrola na toalha e para na porta do banheiro. — Desculpa sair correndo. Eu te amo!

Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha saindo do banheiro e a acompanhando.

— Espera! Não precisa sair correndo assim.

— Eu sei meu amor, é que eu realmente havia esquecido. - Ela se aproxima e me dá um beijo. — Queria muito tomar café com você, mas não vou conseguir.

Ela se afasta e vai até o closet pegar alguma peça de roupa dela que tem ali. Vou até o mesmo e pego uma pra mim também. Terminamos de nós trocar e logo saímos do quarto descendo as escadas.

— Pela cara parecem melhores hoje. - Maraisa diz assim que nos vê. — A mesa do café está pronta.

— Queria muito, Isa. Mas preciso ir agora.

Ela vai até a Maraisa e da um beijo em seus cabelos e segue até a porta. A sigo, abro a porta, ela sai e se vira pra me olhar.

— Te aviso quando chegar em casa. - Ela me olha e segura em minhas mãos. — Eu te amo, você é a melhor pessoa que existe nesse mundo, aguenta a minha chatice e não desiste de mim, porque eu jamais desistirei de você!

Ela sorri e eu aproximo pra abraçá-la, em seguida a beijo de um jeito totalmente apaixonado.

— Não existe essa possibilidade. Eu jamais desistirei de você. Você é o que tenho de mais incrível na minha vida. Não te deixarei ir por nada nesse mundo. Eu te amo, pra sempre Marília!

— Eu também, nanica! - Ela sorri. — Eu e você até o fim.

Ela deposita um beijo em meus lábios e nos despedimos mais uma vez até que ela realmente vai embora e me deixa ali.

A única coisa que consigo sentir assim que ela se afasta é saudade. E então me dou conta do quão dependente sou dela. Mas não é de um jeito ruim, pelo contrário é de uma forma incrível.

Marília veio e mudou tudo dentro de mim, curou feridas que imaginei serem incuráveis, mas ela conseguiu curar, ela é a minha cura, meu amor, minha vida, minha alegria todinha. Que graça teria minha vida sem você, Marília? Nenhuma! Nenhuma!

Reaprendendo a amar. - Mailila. Onde histórias criam vida. Descubra agora