Capítulo 55

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Marília narrando.

Não consigo colocar em palavras todo o mix de sentimento que estou sentindo nesse momento, ouvindo ele falar. A vontade que tenho é de cobrir ele de porrada, mas ele tem sorte de estarmos em um lugar com mais pessoas.

— Você quer que eu acredite em você?! - Dou uma leve gargalhada.

— Eu posso te provar, eu não fiquei no quarto com a Maiara. Uma amiga minha ficou com ela e a ajudou no banho. Eu tenho até áudios que ela me enviou quando a Maiara começou a dá trabalho pra tomar banho.

Ele alcança seu celular em cima da mesa, o desbloqueia e desliza seu dedo pela tela procurando algo. Ele para quando parece ter encontrado o que tanto procurava. Coloca seu celular em cima da mesa e o empurra em minha direção.

— O que quer que eu faça?

— Ouve e no final você me diz se estou falando a verdade ou não.

Pego o celular em minha frente e dou play no primeiro áudio.

"▶️ — Quem é você? Você tá louca de encostar em mim? Eu tenho uma noiva que por sinal da de dez a zero em você.
▶️ — NÃO TOCA EM MIM PORRA! A Marília vai te matar se souber que tem outra mulher aqui e sabe de uma coisa, eu vou deixar ela fazer isso.
▶️ — Só quero deixar claro que eu amo a minha mulher, mesmo completamente bebada e quase fora de mim. "

Coloco o celular sobre a mesa e o olho incrédula, se antes eu queria bater nele, agora a vontade era fazer com ele apanhasse tanto a ponto de perder a consciência.

— Você jogou baixo demais e sabe o pior de tudo isso, que no fundo eu é que não confiei nela quando eu sempre dizia que confiava. - o olho seria e com ódio. — Você acabou com a minha vida, me fez tratar a pessoa que mais amo na vida como ninguém, indiferente. Você é um babaca. E poderia te desejar as coisa mais horríveis do mundo, mas a minha mãe me ensinou que só desejamos aquilo que temos. - Me levanto da cadeira e pego a minha bolsa pra sair dali.

— Marília, você pode me odiar o quanto quiser e por uma vida inteira mas não é justo você odiar a Maiara por algo que eu cometi.

— Não era justo nós ficarmos tanto tempo longe uma da outra por algo que você fez, quando resolveu agir como uma criança mimada.

Saio dali quase que correndo, entro em meu carro e fico por alguns segundos assimilando o que acabou de acontecer.

Ouço o carro sendo ligado, não estava sozinha naquela noite, vim com meu segurança pra que minha mãe ficasse um pouco mais tranquila.

No caminho inteiro eu penso o que deveria fazer depois de todas as informações que adquirir hoje. E tudo que penso é que eu preciso, preciso muito ver a Maiara e torcer pra que de alguma forma ela perdoe todas coisas escrota que eu disse pra ela.

— Me leva pra casa das gêmeas. - Aviso.

Moramos no mesmo condomínio o que não mudaria em nada o trajeto, já que morávamos quase que na mesma rua.

Não demora pra que o carro pare em frente a sua casa. Eu enrolo alguns minutos ali dentro encarando toda a faixada de sua casa, até tomar coragem e descer do carro.

Toco a campainha de sua casa até que a porta é aberta.

— Marília. — Ela diz surpresa.

De todas as pessoas que poderiam atender a porta, foi justamente ela. A ruiva que eu tanto desejava ver.

— Quem é Mai?

Olho pra dentro de sua casa pra ter certeza de que realmente conhecia aquela voz. Até que vejo atrás dela o Mioto.

— Não queria atrapalhar vocês. - Engulo a seco e me afasto. — Não era nada importante.

Dou meia volta e volto pro carro, percebo que ela estava levemente alterada e pelo jeito muito bem acompanhada. Diferente do que eu imaginava, ela não aparentava está triste, pelo contrário parecia está até alegre demais.

Maiara narrando.

Fico na porta vendo a Marília se afastando e custo acreditar que aquilo havia realmente acontecido.

Vejo seu carro sumir de vista, então entro e fecho a porta atrás de mim. Olho pro Gustavo e ele tá me olhando sem entender e quando me dou conta a Maraisa também estás ali me observando.

— Eu ouvi você dizer Marília? - Ela diz me olhando.

— É. Acho que estava atrás de você, mas acabou mudando de ideia quando eu atendi a porta.

— Não sei não, eu falei com ela hoje, não havíamos combinado nada.

— Ela parecia ter algo importante pra falar, mas acabou mudando de ideia.

— Mudou de ideia assim que viu o Gustavo, né? - Maraisa diz dando risada.

— Eu não tenho nada a ver com isso! - Mioto diz jogando as mãos pra cima em sinal de rendição. — Eu não fiz nada.

— Ela sabe que vocês já tiverem algo, talvez imaginou que vocês estivessem tentado algo de novo.

Reviro os olhos e resolvo não continuar a história. Qualquer coisa que pudesse ser dita ali por eles, poderia de alguma forma alimentar toda a minha ilusão de viver novamente com a Marília e retomar nossos sonhos da onde paramos.

Antes não havia motivo algum pra beber, mas depois de ver a Marília cheguei a conclusão que vê-la já era motivo suficiente pra isso.

Se já estava bebendo num nível mais avançado, agora não consigo nem ao menos descrever o quanto já bebi. Perdi as contas.

— Irmã, acho que esse é o momento de subirmos.

— Maraisa, deixa eu curti meu momento deprê.

— Irmã, já são quase cinco da manhã, não tem mais o que curtir. Você bebeu o suficiente pra mais umas três vidas. Vamos subir, tomar um banho e deitar.

Aceito a sua sugestão depois de muito custo, pois queria ficar ali por mais longas horas.

Ela segura em minha cintura e me ajuda a subir as escadas, não demora pra que eu sinta ela me jogando em minha cama.

— Por que ela veio aqui?

— Quem Maiara?

— A Marília..

— Não sei! Amanhã quando você estiver melhor, você pergunta pra ela.

Porque esperar até amanhã se eu posso fazer isso agora. Pego meu celular que mal enxergo em cima da cama e abro o WhatsApp e envio a seguinte mensagem:

"— Eu não sei o que você veio fazer aqui, pois não disse nada. Mas caso esteja pensando que eu estava tendo algo com o mioto, isso no caso de você ter vindo até aqui falar comigo. O que eu acho extremamente difícil. Mas se esse for o caso só quero que saiba que você está completamente errada. Não estava, estava justamente falando e bebendo por sentir saudade de você. Você nem se quer deu tempo pra eu falar algo, como sempre! Além dele havia outras pessoas aqui. É difícil falar com você, mas caso te interesse saber, eu não fiquei com ninguém depois de você. Eu não te tiro da minha cabeça e eu não me imagino com outra pessoa. Você tem total direito de seguir sua vida e não querer mais saber de mim, mas só quero que saiba que apesar do meu erro, erro esse que eu mal me lembro, eu te amo e isso não mudou. Se ainda quiser conversar sobre o que veio fazer aqui. Você sabe onde me encontrar. E saiba que eu estarei te esperando."

Mal termino de escrever a mensagem e sinto meus olhos pesarem, a mão mal aguentar o peso do celular, mas me esforço e envio a mesma.

Reaprendendo a amar. - Mailila. Onde histórias criam vida. Descubra agora