Capítulo 49

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Maiara narrando

Viro na cama inúmeras vezes tentando pegar no sono, mas é em vão. Muita coisa está passando pela minha cabeça. Eu só tô tentando encontrar um jeito de arrumar toda essa bagunça, e parando pra pensar agora acho que só me resta uma coisa. Falar com o Fernando.

Pego meu celular e vejo que já são quase quatro da manhã. Desbloqueio o mesmo e abro o WhatsApp pra enviar uma mensagem pra ele.

WhatsApp on.

Maiara: Eu realmente não queria está te mando mensagem, mas como eu preciso muito saber o que aconteceu naquela festa.. você é a minha única salvação.

Fernando: Parece que ainda tem meu número salvo.
Mas se quer realmente saber o que aconteceu, você sabe meu endereço é sabe onde me encontrar.

Maiara: Amanhã?

Fernando: Perfeito.
Te espero no horário do almoço. 😉

WhatsApp off.

Bloqueio a tela do celular e o jogo em cima da cama. Tudo que eu não queria era vê-lo de novo. Mas não vejo outra saída a não ser encontrá-lo.

Marília narrando.

Passo a madrugada toda tentando assimilar tudo que aconteceu. Tendo não surtar e nem tomar decisões precipitadas, mas chega ser difícil diante de tantas imagens circulando pela internet.

Fico por longas horas vendo tudo que tinha disponível ali, o que me intrigava ainda mais era que o Fernando não disse nada a respeito. Ainda mais ele que adora tirar vantagem dessas coisas. Mas esse silêncio dele tem me deixado ainda mais tensa.

Mal percebo que havia pegado no solo, só me dou conta quando ouço a porta do quarto ser aberta e uma cópia da Maiara entra no mesmo.

— Uai, o que você tá fazendo nesse quarto?

— Não viu as notícias que estão rolando na internet? - Falo me sentando na cama.

— Vi. - Ela me olha preocupada. — Vocês brigaram né?

— Não sei bem se foi uma briga, mas não tinha clima pra ficar no mesmo quarto, na mesma cama. - Suspiro. — Eu poderia dizer que estou brava, com raiva e tudo mais. Mas na verdade eu só estou decepcionada. Por todas as coisas que estão rolando na internet e mais ainda por ela não ter tido responsabilidade de parar quando as coisas estavam ficando ruins pra ela.

— Eu entendo Lila, e não tiro sua razão. O quando eu falei com ela depois que ela chegou.

— Tá tudo bem, quem sabe não demos um jeito nisso em algum momento.

— Ficarei na torcida.

Ela se aproxima, me dá um abraço e logo sai do quarto. Me levanto pra tomar um banho e fazer a minha higiene.

Tomo um banho rápido e me enrola na toalha que tem ali. Assim que saio do banho percebo que não tenho roupa naquele quarto. Vou até a cama e pego meu celular verificando as horas. Onze da manhã, acredito que a Maiara já tenha levantando.

Saio do quarto onde eu estava e sigo até o quarto da Maiara, a porta de seu quarto ainda se encontra fechada. Abro com cuidado pra caso ela esteja dormindo não acorde.

Mas dou de cara com uma cama vazia assim que entro no quarto, mas logo ouço o barulho do chuveiro ligado. Sigo até o closet e pego um short e uma camiseta minha que tem ali. Me troco ali mesmo e logo saio e dou de cara com a Maiara.

— MEU DEUS! - Ela diz com a mão em seu peito. — Não sabia que estava aqui.

— Não queria te assustar, só vim pegar uma roupa, já estou de saída.

Passo por ela e vejo que tem um conjunto de roupa separado em cima de sua cama. Paro e olho com mais atenção. Calça jeans clara, camiseta branca e um tênis.

— Você vai sair?

Pensei e logo falei, não foi a intenção, mas minha boca foi muito mais rápida que eu. A olho esperando uma resposta dela que parece travar.

— Maiara, você tá de saída? - Me viro em sua direção e a olho.

— Preciso resolver tudo. - Ela diz me olhando.

— Você não tá querendo me dizer o quero estou entendendo né?

— Eu não queria, mas eu preciso fazer isso.

— Cara.. - Faço uma pausa. — Me diz que pelo menos será em algum lugar tranquilo que não seja a casa dele. — A olho e ela me olha sem dizer nada. Seu olhar entrega tudo. — Porra Maiara! PORRA! Eu vou com você!

— Tá doida? Você acha mesmo que se você for ele vai falar alguma coisa? Eu sei me cuidar, vai da certo. Ele não estava tão bebado assim.

— Meu... - Paro e respiro. — Sabe tanto que.. - Me calo.

Ela se aproxima de mim segura em minha mão.

— Você não confia em mim?

— Sério? - Dou risada. — Eu confio, mas depois de você ter perdido a noção das coisas, não sei se é tão seguro confiar, não agora.

— Desculpa te decepcionar, mas eu tô tentando.

— Deveria ter tentado mais naquela noite que estava na festa. Se não tivesse bebido como se não houvesse amanhã, não estaríamos aqui.

— Você não bebe quando sai?

— Olha a diferença Maiara, eu nunca fiquei a ponto de não lembrar de nada. Eu sei respeitar os meus limites. E outra, quando eu quero extravasar eu nunca vou sozinha, sempre estou com alguém de confiança. Diferente de você. - Esbravejo.

— Ok Marília, não vou discutir com você. Vou fazer o que planejei.

— Eu não sei como você consegue confiar nele a ponto de ir pra casa dele sozinha. - Faço uma pausa. — Bom, você é grande, não vou dizermos nada. Estou indo pra minha casa.

Saio sem nem dar tempo dela responder e bato a porta. Desço as escadas e saio porta a fora.

Não demora pra que eu chegue em casa. Minha mãe me vê entrar e vem em minha direção toda preocupada. Eu sei que sempre falo com ela tudo que está acontecendo, mas nesse momento eu só quero ficar sozinha, pra não descontar nas pessoas o que eu estou sentindo.

Maiara narrando.

Estou parada na frente da casa do Fernando pensando se o que estou fazendo é certo. Mas no momento não tenho muito o que pensar, eu só preciso resolver isso. E no fundo eu espero que seja da melhor forma possível.

Sigo até a porta de sua casa e toco a campainha, não demora muito pra porta ser aberta em minha frente.

— Achei que tinha mudado de ideia. - Ele diz com um sorriso no rosto. — Entra!

— Não vou demorar! - Falo entrando em sua casa.

— Vamos almoçar primeiro. - Ele diz fechando a porta atrás dele. — Pedi pra Maria preparar aquela comida que você tanto gosta.

— Eu não vim pra almoçar com você, Fernando. Espero que você entenda isso. Eu só vim pra saber o que aconteceu na festa.

— Sério que você não lembra? - Ele diz sorrindo.

Reaprendendo a amar. - Mailila. Onde histórias criam vida. Descubra agora