Mirela
Quando cheguei em casa de madrugada minha mãe e Isadora já estavam dormindo como eu imaginei, andei devagarzinho até o banheiro pra tomar um banho antes de dormir e depois capotei de sono. Meu plano era dormir até um pouquinho mais tarde, porém fui impedida de ficar na cama até tarde por que Isadora não parava de fazer barulho.
― Que merda você está fazendo no meu quarto? ― questionei levantando minha cabeça para poder vê-la melhor.
― Estou à procura de um corretivo que dê na minha pele, o meu acabou
― ela estava caçando algo na minha penteadeira de maquiagem.― E quem te deu permissão pra mecher nas minhas coisas? ― me forcei a sentar na cama, ainda morta de sono.
Isadora tinha a péssima mania de ficar mechendo nas minhas maquiagens, ela sabe que odeio compartilhar minhas coisas e mesmo assim mechia.
― Deixa de ser otária, você tem trezentos corretivos aqui ― ela revidou, como se tivesse no direito de exigir algo.
― Talvez por que eu trabalhe para ter ― alfinetei. ― E pra onde você vai tão cedo? ― perguntei, observando a garota bem arrumada.
― Vou almoçar na casa do Thiago e não é tão cedo assim ― ela comentou, enquanto terminava sua maquiagem.
Peguei meu celular para checar o horário e reparei que já era onze horas da manhã, embora não tenha conseguido dormir até mais tarde agradeço por ter dormido bastante.
― Quando eu sair do banheiro quero você longe do meu quarto, sua rata de laboratório ― deixei avisado.
Entrei no meu banheiro ainda sonolenta, meu cabelo estava pro alto como sempre e minhas olheiras se destacavam. Escovei meus dentes e lavei meu rosto, estava com preguiça de tomar banho por agora então deixei para depois e voltei pro meu quarto, Isadora já não estava mais ali.
― Bom dia mãe ― falei assim que cheguei na cozinha.
― Boa tarde já né minha filha ― ela falou razinza.
Estava mechendo uma panela no fogo provavelmente fazendo o almoço.
― Que horas você chegou ontem? ― ela perguntou depois de um tempo.
― Três horas ― comentei enquanto enchia minha xícara de café.
Minha mãe não ligava muito para minhas saídas noturnas desde de que eu me mantesse focada no meu trabalho, mas tinha dias que ela tirava para implicar.
― Quando é que você vai tomar jeito em? ― ela me encarou seria.
― Mãe, eu trabalhei a semana toda feito uma vagagunda mereço pelo menos um dia de festa ― falei irritada.
Não queria discutir sobre aquele assunto por que sabia que não iria acrescentar em nada.
― Merece, mas não se mistura com aquele povinho ― ela falou enojada.
― Está falando das minhas amigas? ― perguntei confusa.
― A Aline e a Karine são pessoas honestas independente do que fazem ou deixam de fazer, estou falando daquela mulher de bandido com quem você anda ― ela até parou oque estava fazendo para me observar.