016.

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Mirela

No domingo pela manhã recebi o convite de Karine pra almoçar na casa dela, claro que eu não recusei, minha mãe saiu pro culto da manhã e Isa foi almoçar na casa da sogra me deixando sozinha em casa, então não tinha por que recusar um convite para sair de casa. Por volta de meio dia tomei um banho gelado por conta do calor horrendo que estava fazendo no morro, vesti um short jeans com um cropped vermelho que mal cobria minha barriga e soltei meu cabelo que estava limpo e bem volumoso.

Não fiz nada de maquiagem no rosto por que estava sem coragem, peguei minha bolsa e coloquei meus pertences dentro dela, depois fechei a casa e peguei a chave. Quando estava saindo para o lado de fora me deparei com dona Rita na calçada, com muita dificuldade para da alguns passos.

― Espera aí dona Rita, que eu te ajudo ― apressei meus passos na sua direção e segurei a senhorinha, que mal se aguentava em pé.

― Não precisa minha menina, eu estou bem ― ela sorriu fraco e logo depois veio uma tosse sem fim.

― Não deveria estar na rua ― dei um sermão, ajudando-a atravessar a rua.

O morro estava bem movimentado e não era nada incomum em um pleno domingo, tinha carros passando em alta velocidade, pra essa senhorinha ser atropelada é daqui pra li.

― Fui comprar um bolo de milho menina, estava com uma vontade de comer ― ela me contou toda feliz mostrando sua sacolinha.

― Quando for assim, pode me chamar que eu mesma vou comprar pra senhora ― me prontifiquei.

Qualquer um notaria que ela não está em um bom estado para ficar perambulando pela rua, corre o risco de cair pelas calçadas e acabar se machucando como já aconteceu.

― Imagina, não quero te incomodar ― ela negou na mesma hora.

― E eu não quero ver a senhora andando pra cima e pra baixo nesse estado ― reclamei com total liberdade.

― Eu estou bem ― ela mentiu.

A mulher fazia caras e bocas com a mão na coluna, era notável que não estava nada bem.

― Já procurou um médico pra tratar dessa coluna? ― perguntei preocupada.

Ela era tão forte e conservada, mas se não se cuidasse direito poderia vim a se prejudicar por conta desses problemas na coluna.

― Perdi as contas que quantas vezes fui naquele posto de saúde, mas aquele povo de lá são todos desgraçados ― ela murmurou com uma cara nada boa.

― Oque fizeram com a senhora? ― perguntei preocupada.

Parando na calçada para poder conversar melhor.

― Ah minha fia, eles agora estão com uma terrível mania de ficar colocando gente na frente, os que chegam lá cedo ficam até tarde por conta dessa trapaça ― ela me contou nada feliz.

― Isso é totalmente errado, a senhora é prioridade dona Rita ― falei incoformada.

― Mas não vale a pena esquentar cabeça com isso menina ― ela fez pouco caso e deu alguns passos em direção à sua casa, que ficava ali perto.

Entre becos e vielas Onde histórias criam vida. Descubra agora