019.

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MIRELA

Fala patrão ― Coringa foi recepcionado assim que entramos na lanchonete.

― De boa? ― ele fez o toque com dois dos caras que vinheram.

― Fiquei sabendo que o Junin te quebrou no fut ― um rapaz de pele parda começou a gastar Coringa.

― Aquele cuzão, vai ter oque merece
― Coringa falou ressentido.

Deixei que ele conversasse a vontade e fui fazer meu pedido no balcão.

― Boa noite ― cumprimentei a senhora que sempre estava ali, me escorando no balcão.

― Boa noite menina ― ela sorriu esperando meu pedido.

― Duas coxinhas de frango e uma Coca de latinha ― pedi, observando os salgados fritos e salivando e tanta fome.

Quando a mulher deu as costas senti uma mão sendo apoiada na minha bunda, bastou olhar para o lado para ver de quem se tratava. Coringa me puxou pela bunda e tentou fazer com que eu me aproximasse dele.

― Sai, eu tô fedida ― me afastei.

Estava suada e precisando de um banho urgente, mas minha fome era prioridade.

― Tá mesmo, porquinha ― ele provocou.

― Idiota ― dei um tapa de leve no seu braço. ― A gente pode passar na minha casa antes de você me mostrar essa supresa? ― perguntei incomodada, minha vida parecia não fluir quando eu estava sem tomar banho.

― Se tu quiser ― respondeu despreocupado. ― Tua mãe não tá em casa não? ― ele puxou um banquinho próximo ao balcão e se sentou, me encarando confuso.

― Ela já sabe que estamos ficando ―
contei, batucando meus dedos no balcão de ansiedade.

― A coroa enlouqueceu? ― Coringa abriu um sorriso divertido.

― Não, ela disse que sou adulta e que devo tomar minhas próprias decisões ― comentei, lembrando das palavras duras que ela usou para me dar sermão e eu fiz questão de ignora-lás.

― Bate certo ― ele concordou olhando ao redor do ambiente.

Depois que minhas coxinhas chegaram, puxei um banco e me sentei ao seu lado no balcão. Devorei as duas coxinhas sem demora aluuma e não demorou até encher minha barriga. Agora só oque me restava era ir para casa um tomar banho.

― Não precisa entrar ― falei, assim que desci do carro em frente a minha casa.

A verdade era que eu estava orando para que ele ficasse dentro do carro, não queria arranjar problemas com minha mãe. E o fato dela ter acertado minha escolha, não muda o fato de que ela não atura bandido.

― Que isso tio, vou entrar sim ― Coringa se mostrou ofendido com minha proposta e pulou do carro logo depois de mim.

― Coringa, o fato da minha mãe não ter reclamado não significa que ela vai te receber de braços abertos na casa dela ― o repreendi, mas mesmo assim ele continuou andando em direção ao portão.

― Você vem ou não? ― ele parou na porta da minha casa como se fosse a dele, e me olhou de cima a baixo.

Ótimo! Agora tinha um homem de bermuda jeans e glock na cintura entrando na minha casa como se fosse a coisa mais natural possível. Ele bateu na porta delicadamente, até parece que fazia assim. Mas quem veio atender ao portão foi minha irmã e quando ela viu a peça que estava na cintura de Coringa, ela quase desmaiou de espanto.

Entre becos e vielas Onde histórias criam vida. Descubra agora