059.

1.4K 49 19
                                    

CORINGA

A idéia era uma só, nós entrava no território inimigo, invadia o suposto arsenal e dominava a única fonte de chances deles vencerem a guerra, se tomassemos conta do lugar em que ficavam guardadas as peças, que eles com certeza precisariam muito para sobreviver ao ataque, tínhamos grandes chances de vencer. Íamos invadir no finalzinho da tarde, estava tudo organizado e planejado desde de ontem e agora só faltava efetuar. Como já previsto não consegui pregar o olho durante a noite, dormi muito mal, minha mente só pensava nessa porra dessa invasão. Não tinha a opção de dar errado. Tínhamos que vencer.

Precisava ocupar minha mente com alguma coisa por isso decidi ir até a casa de Ruvinho, ontem tivemos uma reunião do conselho na casa dele pra da um toque final no nosso plano e repassar tudo novamente, precisávamos ter certeza de que todo mundo tinha decorado e mais tarde repassariamos novamente, mas ao final da reunião ficamos batendo uma resenha e tomando um gole de Whisky, oque acabou descontraindo mais e me fazendo esquecer por um segundo dos problemas que me atormentavam.

Já se passava um pouco do meio dia quando bati na porta dele, fiquei esperando o cuzão vim abrir por um tempo ao lado de fora.

― Porra, já vai ― escutei ele gritar dentro de casa, e eu insisti batendo.

Só parei de bater quando o infeliz abriu a porta, me deparei com Ruivinho descabelado e ajeitando sua bermuda, que parecia ser a única peça no corpo. Pela expressão assustada eu tinha certeza de que estava aprontando alguma coisa

― Só podia ser você ― murmurou, dando espaço pra mim passar.

Passei por ele e andei em direção a sala, mas parei antes que pudesse me sentar no sofá quando vi Karine descendo as escadas, prendendo seu cabelo em um coque alto. A roupa da garota tava desarrumada e pela sua cara assustada, eu sabia bem oque eles estavam fazendo lá em cima.

― Olha ela ali, eu pensei que vocês se odiassem ― não pudi deixar de fazer uma resenha quando vi a garota.

― Cala boca ― Ruivinho teve a audácia de me responder, fechando a porta de sua casa.

― E eu ainda odeio ― Karine revirou os olhos, caminhado em direção a onde Ruivinho estava com um olhar enojado.

― Não foi isso que você disse pra mim lá na cama ― Ruivinho sorriu de canto, como o perfeito vagabundo que ele era.

Karine passou por ele e abriu a porta, saindo dali sem dar satisfações a ninguém, sinceramente não era novidade nenhuma vê-la ali, Ruivinho já havia me dito que tinha tido uma recaída com a garota esses dias atrás, só não sabia que tavam se pegando com tanta frequência assim.

― A gente tem uma invasão hoje e tu tá preocupado com boceta? ― me joguei no sofá, encarando a televisão desligada na minha frente com meu olhar de repúdio.

Eu não conseguia pensar mais em nada que não fosse a porra da invasão.

― Eu precisava aproveitar, vai que eu morra hoje? ― brincou com um tom de voz bem humorado, mas eu não tinha dúvidas de que ele estava falando sério.

― Não fala isso nem brincando ― o repreendi.

Eu odiava pensar na hipótese de perder algum dos meus homens, ainda mais um dos mais experientes e importantes pra mim. Ruivinho era muito mais do que um parceiro de crime, ele era meu irmão e eu não tava nenhum pouco interessado em perde-ló tão cedo, a gente funcionava junto, sem ele eu não era nada.

― Ih alá, fica preocupadinho não que eu não vou te abandonar não bebê ― Ruivinho se jogou ao meu lado, com as viadagens de sempre tentando me beijar.

Entre becos e vielas Onde histórias criam vida. Descubra agora