CORINGA
Ainda era cedo e ela não queria deixar pra ir na clinica depois, então tive que sair de casa sem nem descansar um pouco, tava mortão de sono, passei a noite em claro e ainda por cima fumei uns beck, tava lombrado e meus olhos ardiam como se tivessem queimado.
Mirela tentou me colocar contra parede perguntando se eu tinha passado a noite com puta, mas eu não caí na pilha dela não, me desvencilhei do papo antes que ela surtasse, eu tava mesmo e não nego.
Minha intenção era ficar de boa no baile bebendo meu Whisky e curtindo a brisa, mas Ruivinho levou um monte de puta pro camarote e eu não resisti, antes de meia noite eu tava caindo fora com duas puta. Claro que não vou ser otário de assumir pra Mirela, a mina tem o sangue quente que nem eu e pra surtar é daqui pra li.
― Vai mais devagar Gabriel, tô ficando enjoada ― ela pediu manhosa.
― Quer passar na lanchonete pra comer? ― coloquei minha mão sobre a sua coxa, enquanto a outra tava no volante.
― Quero ― respondeu.
Ainda tava cedo mas já tinha uma pá de gente na rua, logo mais a frente tava rolando uma feirinha que acontecia todo sábado, a rua tava lotada de gente então tive que cortar por outra rua. Demorei cerca de uns cinco minutos pra estacionar em frente a lanchonete.
Mirela desceu primeiro e passou na frente, antes de descer do carro coloquei minha pistola na cintura e peguei meu radinho, quando consegui alcançar ela fiz questão de puxar ela pra mais perto de mim e coloquei minha mão sobre a sua cintura, não sei por que mas me dava a sensação de posse sobre ela, e eu gostava de marcar meu território pra que todo mundo sabesse que com ela não poderia mecher.
― Bom dia, me vê uma coxinha com uma Coca ― ela fez o mesmo pedido de sempre.
Não era a senhora de sempre que estava no caixa, era uma garota mais nova que parecia ser nova contratada.
― Um pastel de carne com um suco de laranja, por favor ― fiz o meu pedido antes que ela saísse dali.
― É pra já ― ela abriu um sorriso gigante na minha direção.
― Será que vai ser menina ou menino? ― Mirela se mostrou empolgada, puxando um banco para se sentar próxima ao balcão.
― Não sabe nem se tá mermo grávida e já quer saber disso aí ― balancei a cabeça negativamente, eu ainda não tava acreditando que ela tava mesmo grávida e ver Mirela toda empolgada deixava meu sangue quente.
― Ué, fiquei ansiosa ― ela sorriu.
― Escreve oque eu tô falando, vai ser um moleque ― falei com certeza, mesmo que minha ficha ainda não tenha caído para isso.
Mas ia ser bacana ter um menorzinho minha cópia pra seguir meus passos.
― E por que não pode ser menina? ― ela me olhou toda debochada.
― O pai só chuta pra dentro do gol tá ligado? Vai ser um mulecote ― abri um sorriso convencido.
― Tanto faz, só espero que não seja igual o pai ― ela alisou a barriga em movimentos circulares.