MIRELA
Era uma quinta feira com bastante sol e alvoroço no morro, estava admirando a paisagem do morro enquanto esperava minha hora de ir embora, mas como sempre surgia algum cliente segundos antes da loja fechar, hoje não seria diferente, fui a última a sair da loja e tive que fecha-lá já que fiquei atendendo uma cliente. A caminhada até minha casa foi longa e cansativa, já não sentia mais minhas pernas de tanto cansaço, quando cheguei bati no portão várias vezes até alguém finalmente vim abrir.
― Nossa, mas que demora pra abrir um portão ― murmurei.
Era estressante chegar do trabalho e ter que ficar esperando alguém vim abrir o portão, ainda mais quando se sabiam exatamente a hora em que você chegaria. Custava deixar o portão encostado?
― Seria melhor se eu nem abrisse né? ― Isadora provocou.
Quando entrei na sala logo de cara me deparei com meu cunhado folgado sentado no sofá. Eu disse que ele vive aqui.
― Vou começar a cobrar a diária, aqui não é pousada não Thiago ― brinquei.
― Para com isso, eu sei que tu ama minha presença aqui ― Thiago disse todo convencido.
― Cadê a mãe? ― perguntei.
Estava um silêncio muito estanho dentro daquela casa, coisa que não estaria acontecendo com minha mãe presente.
― Foi lá na casa da tia Suely ― Isa respondeu com desdém.
― Vou subir pra tomar um banho ― comentei.
Estava tão cansada que depois do meu banho eu fui obrigada a tirar um cochilinho para repor minha energia, e que cochilo, quando acordei já se passava das oito da noite, estava tão sonolenta que demorei a raciocinar e ainda mais para levantar da minha cama, oque tinha de sono antes agora tinha de fome. Acordei com meu estômago roncando de fome então tive que descer para preparar algo para mim comer.
Só quando já estava lá embaixo percebi que estava sozinha em casa, as luzes estavam apagadas oque me deu ainda mais certeza, Isa deve ter saído com Thiago e minha mãe continua na rua. Entrei na cozinha e cacei por alguma coisa para mim comer mas não achei, não tinha comida feita e nada prático para mim fazer, então fui obrigada a fritar um ovinho pra comer no pão.
Não que seja ruim, pelo contrário, eu amo pão com ovo mas nesse momento estava com vontade de comer alguma coisa mais elaborada e deliciosa. Depois que o ovo estava pronto derramei dentro do pão e comi com toda minha coragem, estava sentada na cadeira da cozinha quando decidi olhar minhas mensagens, e para minha supresa tinha uma mensagem dele.
― Tá onde? ― li a mensagem já com um sorriso no rosto.
Ele havia mandado uma hora atrás.
― Em casa, por que? ― respondi no momento em que visualizei.
Coringa sabia que eu trabalhava durante o dia inteiro, mas no momento em que me mandou mensagem eu já havia saído da loja. Fiquei longos minutos esperando sua mensagem de volta até minha ficha cair de que ele não me responderia agora, mas assim que saí da conversa e entrei no meu insta uma mensagem nova chegou. Era ele.
― Passo pra te pegar em uma hora
― ele falou assim, sem mais nem menos.Nos vimos ontem e ele agiu da mesma forma, simplesmente me mandou mensagem falando que viria me buscar, não que eu esteja reclamando, estamos nos envolvenso mas sem compromisso algum, e não me sinto nada incomodada quanto isso. Afinal oque eu irei querer com um traficante?