CORINGA
Tava mortão de cansaço, mal tinha conseguido dormir na noite anterior por que odiava passar a noite fora da minha casa e da minha cama e pra acabar de me foder eu passei o dia em claro resolvendo B.O de encomenda que tinha que chegar na favela mas não tava chegando, com ajuda do Ruivinho consegui liberar a encomendar e mandar direto pro Alemão, iríamos viajar de madrugada pra evitar blitz ou então sermos visto por algum PM, mas tava com maior ansiedade pra voltar logo pra casa então vinhemos as dez da noite.
Não trombamos ninguém na pista graças a Deus, mas o caminhão com a Cocaína tava previsto pra chegar amanhã de madrugada se tudo desse certo, então era orar pra que não acontecesse nenhum imprevisto. Assim que deixei Ruivinho na casa dele fui direto pra minha, Manteiga tava na porta fazendo a segurança mas eu dispensei o cara assim que cheguei, não tinha dúvidas de que ele ficou ali plantado durante o dia todo, afinal o cara é meu aliado.
― Mirela, cheguei ― gritei assim que abri a porta da frente.
Deixei a mochila com as roupas em cima do sofá por que tava com preguiça de carregar, tava cansado e com muito sono, só queria entrar em coma e acordar na próxima semana. Chamei mais uma vez por Mirela que não atendeu ao chamado, subi as escadas correndo com medo de que tivesse acontecido algo com ela.
― Mirela ― chamei por ela mais uma vez entrando no quarto.
O quarto tava vazio e a cama arrumada oque dar entender que ela ainda não tinha deitado pra dormir, quando pensei em pegar meu celular pra tentar ligar pra ela a porta do banheiro abriu. Eu não sei se meu coração desacelerou ou acelerou ainda mais quando eu vi aquela cena, Mirela saiu do banheiro vestida apenas em uma lingerie e veio desfilando até mim, claro que eu não tive reação, o meu corpo parou totalmente.
― Que porra é essa? ― perguntei sorrindo.
Encarei seu corpo de cima a baixo observando a maneira como a lingerie se deu bem com suas curvas, o tecido era quase todo de renda vermelha e poucas partes eram cobertas, quase babei encarando. Os seios dela ficaram apertados contra o tecido pequeno do sutiã e tinha diversas amarrações tanto na calcinha quanto no sutiã, mas minha única dúvida era como eu iria tirar aquilo tudo.
― Oque foi? Não gostou? ― ela abaixou a cabeça encarando seu próprio corpo.
― Não pô, tá gostosa ― só consegui falar isso de tão hipnotizado.
Dei alguns passos na sua direção enquanto meus olhos não se desgrudaram um segundo do seu corpo, ela tava praticamente nua na minha frente era impossível não olhar.
― Me preparei pra você ― ela deu uma voltinha lenta com aquele sorriso perverso no rosto.
― Pra mim? ― indaguei sorridente.
― É, agora senta na cama ― ela mandou dando alguns passos na minha direção.
Sentei na cama como ela tinha pedido.
― Tá maluco.. que mulher gostosa ― a encarei de cima a baixo.
― Sabe, estava pensando em apimentar a relação então resolvi comprar uma coisinha.. ― ela falou lentamente e quase não saia devido sua vergonha.
― Que merda você tá aprontando? ― perguntei com medo.
Ela pegou uma sacola vermelha de cima da cama e tirou uma algema de lá de dentro.
― Nem fodendo que você vai me prender ― recusei na mesma hora.
― Gabriel.. é só por alguns minutinhos ― ela pediu com aquela voz manhosa, vindo na minha direção.