012.

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MIRELA

Acordei com uma puta dor de cabeça no sábado, parecia que eu tinha ficado horas e horas debaixo do sol, mas depois me dei conta de que era tudo culpa da menstruação, sempre que minha menstruação se aproximava sentia dores de cabeça intensa e muita cólica, por isso passei a manhã toda jogada na minha cama, levantei apenas pra tomar um remédio e voltei a dormir enquanto pudia. Quando finalmente acordei e sem dor, entrei no meu banheiro para tomar um banho e fazer minha higiene matinal.

Vesti um vestidinho fresco e de pano leve que tinha no meu guarda roupa e desci para comer algo.

― A bela adormecida acordou ― minha mãe falou toda contente quando me viu chegando.

― Bom dia mãe ― cocei meus olhos ainda com sono.

― Bom dia filhota ― ela respondeu, mechendo alguma coisa no fogo.

― Depois sou eu quem sou preguiosa, enquanto você dormia eu limpei a casa e lavei o banheiro ― minha irmã disse, na tentativa de me alfinetar.

― Não fez mais do que sua obrigação ― falei com um tom de deboche.

Não trabalho a semana toda feito uma condenada pra chegar em casa e ter que fazer as coisas, Isadora estar aqui para isso.

― Muito engraçado ― ela fez uma careta.

― Uma hora dessa e vocês brigando ― minha mãe questionou.

― Não posso fazer nada se a sua filha é insuportável ― dei de ombro, colocando café na xícara que tinha sobre a mesa.

― Insuportável é você ― ela retrucou.

Nem fiz questão de responde-lá, peguei meu celular pra ver as últimas mensagens, o grupo que as meninas haviam criado estava lotado de novas mensagens.

Vai ter uma festinha privada aqui em casa, estão todas convidadas ― Taís mandou a mensagem a uma hora atrás e as meninas lotaram o grupo em resposta.

Aline mandou diversas mensagens dizendo que ia e que estava animada para sair, Karine não estava muito animada mas confirmou mesmo assim.

Acho que não vou ― mandei.

Por que? Tem que perguntar pro papai Coringa se pode ir? ― Aline mandou logo em seguida.

Sai dessa, ele não é meu pai ― respondi logo em seguida.

Tô indo aí na sua casa ― Karine mandou logo depois.

Estava tão perdida nos meus pensamentos que quase não escutava minha mãe falando.

― Mirela deixa eu te perguntar uma coisa, você trouxe alguém cá pra casa? ― quando escutei sua pergunta meu coração até gelou.

― Alguém? Eu? ― perguntei nervosa e olhei para minha irmã.

Ela também estava tão confusa quanto eu, parecia não saber do que se tratava a conversa mas permaneceu ali para escutar.

― A vizinha veio fofocar dizendo que você andou trazendo homem pra dentro de casa ― minha mãe não estava brava ou chateada, ela parecia curiosa.

Entre becos e vielas Onde histórias criam vida. Descubra agora