021.

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MIRELA

Ainda estava meio pensativa quanto a pergunta de Coringa, a noite tinha sido péssima, na real eu nem consegui dormir direito de tanto que eu dei, não tinha intenção nenhuma de fazer sexo com ele mas acabou que aconteceu, foi impossível dizer não. Depois que ele me propôs ser fiel dele eu perdi completamente a noção da minha vida, por alguns segundos eu só queria me jogar nos braços dele e deixar que fizesse tudo que quisesse comigo. Tanto que cogitei a idéia de virar mulher de bandido.

Ele tem poder sobre mim e isso não posso negar, não sei explicar como me resolvo com ele de uma hora para outra. Não sei como passei de brava para carente, mas com ele essa mudança acontece drasticamente, ele me controla como uma bonequinha de porcelana e não sei como me desfazer disso.

― Mirela! ― ouvi um grito de Hari.

― Oque? ― acordei do transe.

― Seu celular está tocando ― ela avisou apontando para o meu celular.

Estava tão perdida nos meus pensamentos que nem vi o celular tocando, quando o peguei vi o nome de Karine na tela do celular.

― Oi amiga ― atendi animada.

A última vez que falei com ela foi pela manhã e ainda foi por mensagem, ela pediu que eu não fosse ao hospital pois não entraria devido aos horários de visitas.

― Oi Mi pode vim se quiser, o horário de visita começa as duas e já já eu vou fazer outra ultrassom pra ver se o bebê está bem ― ela falou na chamada, com sua voz bem mais calma do que ontem.

― Ah, agora não vai dar por que estou no trabalho mas assim que eu sair eu vou ― falei, encarando o movimento fora da loja.

― Não sei se pode vim a noite ― ela disse meio incerta.

― Eu dou um jeito ― falei convencida.

Não tinha outro horário disponível para ir visita-lá, teria que dá um jeito. Assim que Karine desligou, guardei meu celular por que não podia ficar mechendo em horário de trabalho e voltei a atender os clientes. A loja estava bem movimentada oque consequentemente me fez ficar mais tempo em pé.

Quando cheguei no fim do expediente não estava aguentando de dor nas pernas, parecia que ia cair de tanta fraqueza, sem falar que minha cabeça doía horrores. Peguei meus pertences e saí para fora da loja para ir embora, não fiquei supresa ao ver uma Evoque prata parada em frente a loja, Coringa havia deixado claro que ia me buscar.

― Que cara de morta é essa? ― questionou assim que entrei.

― Talvez por que eu trabalhei o dia inteiro e estou literalmente morta ― meti a mão no som para abaixar, não ia aguentar chegar em casa com um funk estourando na minha cabeça.

― Já te disse pra sair do trampo ― trouxe o assunto novamente à tona.

― Me poupe Coringa você não me deve nada, por que me sustentaria? ― indaguei sem entender.

― Quero que você vire minha mulher ― confessou, dando partida com o carro dali.

― Mas foi você mesmo que disse que eu sou sua mulher ― falei sorrindo.

Entre becos e vielas Onde histórias criam vida. Descubra agora