Revenge (Malila)

7.

Pov Maraisa

Termino de arrumar a minha mala para a viagem, que vamos passar o fim de semana na praia. Maiara não chamou muitas pessoas, só os mais íntimos, e felizmente Marília não vai. Ela quebrou totalmente o contato que tínhamos, me deixou de lado, ignorou as minhas mensagens, me tratou como se eu fosse um nada, por isso eu simplesmente vou aceitar a sua decisão e respeitar, me colocando em primeiro lugar.

- Já arrumou as suas coisas? - Maiara pergunta entrando no meu quarto - Já estamos saindo.

- Já... - Aviso pegando a minha mala - Não vamos esperar a Luísa?

- Elas já estão lá abaixo - Maiara fala saindo do quarto.

- Tá bom - Dou de ombros - Perai, porque você disse "elas", Maiara porque disse no plural?

Escuto uma voz familiar e congelo, Marília estava no andar de baixo, ela iria viajar conosco. Como ela consegue me ignorar por dias e ainda viajar com a minha família e amigos? Como ela consegue ter essa cara de pau?

Bato a porta do meu quarto com força e sento na minha cama nervosa. Não vou viajar com ela, não mesmo.

- Maraisa estamos esperando você - Maiara grita do andar de baixo.

- Eu não vou mais - Grito de volta - Pode ir só vocês.

Coloco a minha mala no chão e deito na cama, todo o meu ódio por aquela loira estava voltando, cada vez mais intenso. Escuto alguém abrindo a porta, e uma sombra atrás de mim, quando acho que é a Maiara...

- Você não quer ir porque eu estou indo também? - Marília pergunta do meu lado.

Acabo me assustando e consigo ouvir a sua risada com isso. Sento na cama com raiva e fico olhando para a mulher.

- Decidiu parar de me ignorar? - Pergunto nervosa.

- Eu não estava te ignorando.

- Estava.

- Não estava.

- Estava.

- Eu já disse que não.

- Então porque você me ignorou os últimos dias? - Pergunto me levantando para ficar na sua direção - Quando eu falava com você no corredor, você me ignorava totalmente, olhava para mim, mas não falava nada.

- Eu estava passando por uma semana difícil - Ela se aproxima mais.

- Ou porque quase nós beijamos atrás da arquibancada?

Marília fica quieta, consigo ver a sua mandíbula travada, e seu corpo ficar tenso. Sei que algo sobre nós duas deixava ela insegura, mas se ela não sente nada por mim, porque todas as vezes que quase nós beijamos, ela demora para se afastar?

- Não tem nada a ver com isso...

- Você demorou para falar, Marília.

- E- eu não te devo explicação de nada - Ela fala nervosa e começa a gaguejar - Eu só vim pedir desculpas, eu já vou descer.

Eu queria tirar a prova que ela não me queria, mesmo tendo quase certeza que sim. Seguro o braço dela e puxo seu corpo para encostar no meu, aproximando meu rosto do seu. É imediato, as suas mãos vão para o meu ombro e seus olhos para a minha boca. Não consigo deixar de sorrir com isso, essa marra toda, e essa vontade constante de me afastar, é só porque ela está tentando negar o seu desejo.

- Para de tentar negar o seu desejo, Marília - Sussurro nos seus lábios.

Mas eu queria me vingar, pelos incontáveis dias que ela me deixou sozinha, que ignorou a minha presença. Quando suas mãos vão para o meu rosto e ela finalmente toma coragem para me beijar, eu me afasto.