Revenge (Malila)

40.

Pov Maraisa

Espero Marília sair de casa com o Leo, para eu me arrumar e ir para a ONG. Me dói ver ela levando o meu pequeno para fazer um teste de DNA, que não tinha necessidade alguma de acontecer, principalmente porque sabemos o resultado, mas não temos muito o que fazer.

Saio de casa correndo, já estou atrasada, o trabalho voluntário tem um horário para começar e um horário para acabar, e eu já estava totalmente fora da hora.

Chego na ONG e vou na secretária,  para liberarem a minha entrada, precisava dar o nome antes de entrar.

- Nome? - Uma mulher mais velha pergunta.

- Carla Maraisa Henrique.

- Transferida.

- O que?

- A sede que você vai fazer as ações solidárias é outra, senhora - A mulher explica - Tem mais alguma dúvida?

Eu não mudei a sede, não faz sentido terem me transferido, sendo que eu não fiz pedido algum, para isso acontecer. Mas sei exatamente, quem pode me ajudar.

- A diretora Mendonça, está aí? - Pergunto para ela.

- Ela está em reunião, mas já está acabando.

- Eu posso esperar...

Vou para a área aberta da ONG e fico ali, observando as crianças órfãs, carentes e sem um amor de pai ou mãe, como isso deve ser difícil. Mas qualquer situação, me lembra do Leo, que pode a qualquer momento ser tirado da sua mãe. Tento pensar de todas as formas uma solução, mas nada parece fazer sentido, nada parece que vai trazer resultado. Só sei que não posso deixar isso acontecer.

- Oi, Mara - Luísa aparece atrás de mim - Você quer falar comigo?

Acabo me assustando com a sua aparição repentina e quase caio do banco, se não fosse seus braços me segurando.

- Oi... - Falo devagar - É... eu vim falar com você.

- Pode falar.

- Estão falando que eu fui transferida para outra sede. Eu não entendi porquê disso agora.

- Você mandou um e-mail, pedindo para te transferir - Ela fala como se fosse óbvio - E como você não mora aqui, eles cumpriam o seu desejo.

- Mas eu não mand-

" - Eu mandei um email pedindo para te transferir para a nossa cidade - Naiara fala entrando no quarto - Assim podemos voltar para nossa casa e ir embora desse país.

- O que? Mas eu na-

- É o melhor, Maraisa - Ela me interrompe - Temos que terminar os preparativos do casamento."

Naiara...

Fico irritada, comigo mesma, por ter esquecido desse maldito e-mail, eu estava vivendo tão intensamente esses últimos dias, que esqueci completamente.

- Você que mandou o e-mail, não é, Mara? - Luísa pergunta novamente.

- É...

- Se você quiser pedir para te trazer de volta, tem que ser pelo mesmo e-mail, do remetente - Ela fala passando as mãos no meu braço - Eu preciso ir agora, tá bom? Tenho uma reunião...

- Tudo bem... - Sorrio fraco - Obrigada.

Respiro fundo para não surtar, teria que falar com Naiara novamente, e pedir o seu e-mail, para pedir a minha transição para a ONG da minha cunhada novamente. Bufo irritada e volto para o meu quarto.