89.

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Pov Marília

- Emma, por favor - Falo quase chorando - Pega a mamadeira, para de dificultar.

Emma começa a chorar alto, gritando de fome, ela não pega a mamadeira por nada. Quando olho para o lado, vejo Luísa tentando acalmar o Léo e empurrando o carrinho da Helena, que vomitou o leite, e sua roupinha está toda suja.

O que dava certo, entre eu e Maraisa, é que nós duas, éramos o equilíbrio perfeito. Maraisa amamentava, eu babulciava, trocava, colocava para dormir. Mas ela não está aqui, e esse ciclo foi quebrado, e os primeiros a sentir são as crianças.

- A mamãe - Léo começa a se contorcer no colo de Luísa e chorar mais ainda.

- Ela não esta aqui, Léo.

Emma está chorando nós meus braços, Léo no colo da minha irmã e Helena no carrinho, isso não vai dar certo. Maior que o meu orgulho, e a vontade de ver meus filhos bem, e eu não iria aguentar muito tempo.

- Eu vou ligar para a Maiara - Falo saindo do quarto e ligando para a minha cunhada.

O celular de Maiara toca e toca, ninguém atende, toca novamente, ninguém atende. Quando eu estou quase desistindo, alguém atende o telefone.

- Oi, Lila - Maiara fala do outro lado da chamada - Precisa de alguma coisa?

Me odeio por isso.

- Eu preciso da sua irmã...

- O quê? Achei que você estava com raiva dela.

- Eu estou, Maiara, mas ela ainda é a mãe das minhas filhas - Falo brava - E as gêmeas precisam dela.

- Desculpa, Lila...

- Aonde ela está?

- Na sua casa, mas acho melhor você não ir lá agora - Ela fala receosa - Você consegue esperar até eu voltar?

- Não, não da mais tarde. Minhas filhas precisam dela.

- Ela... ela está com o filho da Naiara...

- O Enzo? Porque ela esta com ele?

- É uma história complicada...

- Fala logo, Maiara.

Maiara respira fundo antes de continuar, escuto um barulho de ambulância e fico mais confusa ainda.

- Tá... Maraisa espancou a Naiara, e agora eu estou com ela no hospital - Ela fala rapidamente - E o Enzo está na casa dela, tchau Lila.

Ela falou tão rápido, que as informações ainda estão misturadas na minha cabeça. Apenas paro de tentar entender e pego os meus filhos, indo para a antiga casa.

Eu julguei tanto o Murilo, quando ele tentou me separar do Léo, xinguei tanto ele, odiei, chamei de egoísta, imbecil, e agora eu me tornei hipócrita, porque estou fazendo o mesmo com a mulher. Maraisa não é a melhor esposa do mundo, mesmo que eu fosse super feliz no nosso relacionamento que ela estragou, mas ela sempre foi uma super mãe, e abriu mão da sua felicidade, para mim ficar com o Léo. Eu jamais iria apagar as coisas assim, nós duas não vamos voltar, não vamos reatar, eu não vou me permitir para isso, não vou me machucar de novo.

Quando chegamos, a casa está um silêncio total, coloco as gêmeas no carrinho e Léo no meu colo. Respiro várias vezes, antes de bater na porta, várias vezes, tentando não surtar.

Bato na porta, e espero alguns minutos, até Maraisa abrir.

Ela está tão linda, com uma calça preta de cintura e uma regata azul claro, que marca bem o seu corpo. Tento não deixar muito aparente que eu estava babando no seu corpo e desvio o olhar. Ela está com o pequeno Enzo no colo, ele está dormindo, com a boquinha aberta no seu colo.

Revenge (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora