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Pov Marília

- É melhor a gente terminar...

- O que? - Pergunto confusa - Não, não vamos terminar, por que você está dizendo isso?

- Eu sinto muito, Lila... - Ela fala tirando minhas mãos do seu rosto.

- Eu não vou deixar você ir... - Falo segurando nas suas roupas - Não vou perder você de novo.

Meu rosto está coberto por lágrimas, minhas mãos trêmulas e a garganta doendo pelo nervosismo. Maraisa tira minhas mãos das suas roupas e se afasta de mim, limpando seu rosto e me olhando nós olhos. Eu não iria deixar ela ir, me aproximo mais dela e passo a minha mão pelo seu pescoço, juntando as nossas bocas em um beijo lento, sentindo ela me invadir com a sua língua. Maraisa passas as mãos pela minha cintura, precionando nossos corpos. Mas nosso beijo é interrompido, quando sinto lágrimas molhando, separo o nosso beijo e olho a mulher, que está com os olhos cheios de lágrimas, mas totalmente focados na minha boca. Passo minhas mãos pelo rosto dela e deixo um selinho na sua boca.

- Eu não vou deixar você ir - Falo devagar - Sei que você não quer ir, que essa não é a sua vontade, por que você está fazendo isso?

- É o melhor, Lila...

- Mas eu preciso de você...

- Mas eu não posso te ver infeliz - Ela começa a falar, as suas lágrimas voltam, e a sua garganta fecha mal - Você não entende...

- Eu não entendo porquê você quer me deixar...

Maraisa segura meu rosto devagar e deixa vários selinhos na minha boca, juntando nossas testas e suspirando devagar.

- Leo é o filho que eu nunca vou poder ter... - Ela começa a falar, mas a sua voz embarga dificultando a sua continuidade - E você é o amor da minha vida, Lila...

- Para de fazer isso como se fosse uma despedida.

- Eu sinto muito...

- Não, não - Começo a repetir várias vezes - Você não pode entrar na minha vida assim, e sair como se eu fosse nada.

- Eu não estou fazendo isso...

- Sim, você está - Falo alto - Você invadiu a nossa vida, entrou no nosso mundo e agora quer sair como se a gente não fosse nada?

- Lila...

- Eu preciso de você, tá bom? - Começo a chorar mais ainda - O Leo, não sabe ficar sem você mais, eu não sei ficar sem você mais. Não acaba com tudo assim.

- Você estava bem antes de mim...

- Não, eu não estava. A minha vida estava insuportável, eu não conseguia compor, fazer meus shows, eu não tinha forças nem para cuidar do meu filho. Você mudou tudo isso...

- Maiara vai te ajudar, tá bom? - Ela começa a falar rápido - Lauana, Luísa, estão aqui por você...

- Eu quero você comigo, Maraisa. Estou pouco me fudendo para o resto.

- Eu sinto muito...

- Se você não quer ficar comigo, tudo bem - Tento me acalmar aos poucos - Se você não me ama mais, eu não posso fazer muita coisa, mas o Leo precisa de você...

Aprendi em dez anos ,que amores impossíveis e proibidos realmente existem, eu tenho um amor assim, ela é meu amor assim, mas o pior de tudo é que só eu amo, sofro, me magoo, choro, sinto ciúmes de um amor que não é meu e nunca será , você gosta de como ficamos mas não de mim.

- Leo precisa de você... - Sussuro fraco.

- Ele vai se acostumar com a minha ausência - Ela fala limpando as lágrimas - Assim como você...

Maraisa nós separa e saí do quarto, me deixando completamente sozinha, consigo ouvir o seu choro no corredor e quando a porta da entrada é fechada, Leo acorda e começa a chorar. Eu entro em choque, meu corpo não responde, não consigo sequer acudir o meu filho, não consigo sair do lugar, as lágrimas descem dos meus olhos como fogo, me deixando completamente desestabilizada.

⁠Eu pensava que amores impossíveis
eram apenas coisas de ficção,
que apenas existiam em livros
ou filmes de romances, mas não. Não consigo suportar esses quase-amores, amores platônicos, amores impossíveis, não consigo suportar sem você aqui. Quase-amor foi inventado para dizer que não estamos tão apaixonados, é isso? Não consigo acreditar em promessas, mas consigo acreditar em milagres. Minha maquiagem só serve para disfarçar o luto que ainda persiste. E as minhas alegrias e comemorações são temporárias. Essa merda clichê de "os opostos se atraem" definitivamente me cansa, só consigo vê-la como justificativa desesperadora e dolorosa de se amar o inaceitável a todo custo.

O choro preso começa a sair e a dor não se importa se eu vou aguentar ou não. Como eu fui idiota, como eu pude me entregar tão facilmente? Como?

Junto todas as minhas forças para me reerguer e ir atrás do meu filho. Maraisa decidiu terminar comigo, mas a minha vida não pode parar, eu não posso parar.

Pego meu pequeno no colo, que começa a chorar, quando não vê quem queria, e fica vermelho, gritando como se alguém tivesse lhe feito algo, mas não, é apenas saudades. Balanço ele um pouco, só até o meu pequeno se acalmar, escutando seus soluços altos e as suas mãozinhas grudadas na minha roupa.

- Mama - Ele começa a repetir várias vezes.

- Ela não vai voltar, Leo - Falo baixinho - Ela nunca quis ficar.

Ele me olha triste e deita a cabeça no meu ombro, falando comigo, como se estivesse tentando mostrar que está tudo bem.

- Sempre vai ser só nós dois, meu amor - Falo baixinho - Só nós dois...

///

Depois de passar a madrugada em claro, consigo dormir um pouco, com meu pequeno nós braços. Leo me acorda beijando meu rosto, mordendo a minha bochecha. Sorrio fraco com esse bom dia e me sento na cama, minha cabeça está pesada, doendo e quando vejo ao meu redor, a cama está vazia, como eu queria ela aqui, mas isso nunca mais vai acontecer.

Se ela só terminasse comigo, já ia ser doloroso o suficiente, mas ela abandonou, a criança mais doce e que mais amava ela nesse mundo, a criança que chamava ela de mãe, que usou as suas primeiras palavrinhas para chamar a sua atenção, e aquela mulher jogou tudo isso fora. Não se importando comigo, mas especialmente machucando o nosso filho, porque ele também ERA dela, porque jamais ela vai chegar perto dele novamente.

Leo me olha confuso, sem entender porque estou parada olhando para o nada.

- A mamãe está em um dia difícil, tá bom? - Deixo um beijo na sua bochecha - Mas eu te amo, muito.

Ele sorri e deita a cabeça, para ter uma visão melhor de mim. Me levanto e procuro meu celular, e vejo que recebi o resultado do teste de DNA.

Resultado: Negativo (Incompatível as amostras)

Não consigo entender, Murilo é o genitor do Leo, ou fizeram errado, ou alguma coisa aconteceu. Mas isso não importa mais, nada importa mais, mesmo me sentindo alivada, ainda dói tudo que aconteceu noite passada, mas eu preciso superar.

Até porque essa é a única opção.

E esse foi o nosso fim, anos atrás eu fui a pessoa que magoei, mas agora eu fui magoada, mas a única diferença, que ela machucou a coisa mais preciosa da minha vida, o meu filho. Decido tirar a aliança que nós duas sejamos o nosso amor, que só existia de um lado e jogo fora, assim como ela fez com nós duas.

Acabou para sempre, Maraisa. Obrigada por estragar tudo.

Revenge (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora