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Pov Maraisa

- Bom dia, Leo... - Falo passando as mãos pelas costas do meu filho - Bom dia, amor.

Ele se vira, para ver quem está atrapalhando o sono dele, e sorri, quando me vê parada do lado do seu berço, e ele senta, para me olhar melhor.

Quando ele me olha, e junta as sombrancelhas, bravo comigo, eu vejo a minha esposa. Marília em forma masculina.

Passo minha mão pelo seu rosto e deixo um beijo na sua cabeça, tirando a sua cara de marra.

Ele é a minha esposa, meu filho é a versão mais nova dela, os dois tem o mesmo temperamento, o mesmo sorriso, o som da risada é igual, absolutamente tudo.

Não consegui dormir noite passada, não consegui fazer absolutamente nada. Não penso em uma traição, longe disso, até porque nosso amor é muito puro, muito sublime, para caber outra pessoa, ela nunca iria me trair, sei disso, conheço a mulher que eu decidi dividir a minha vida. Mas ela ter ido para um lugar, aonde eu não faço ideia, sem sequer me avisar, ou dizer se está bem e o pior de tudo, com uma pessoa que ela já teve contato, mesmo quando era mais nova. Não gosto da ideia, e me deixa insegura.

Não estou com raiva dela, ou qualquer coisa do tipo, só estou insegura, nada além disso.

Ela não me ligou ainda, ontem na ligação a loira parecia estar bêbada, provavelmente ela vai estar de ressaca, bem provavelmente. Marília é forte com a bebida, mas a sua ressaca é duas vezes mais forte.

Leo estende os bracinhos para ir até o meu colo, e eu faço, pegando meu pequeno no colo. Ele deita a cabeça no meu ombro e segura as minhas roupas.

- Você quer ajudar a mamãe a fazer o café da manhã?

- A mamãe?

- A mamãe está trabalhando...

Ele volta a deitar no meu ombro e concorda com a cabeça. Desço as escadas com ele e vou direto para a cozinha e deixo ele no caldeirão de alimentação.

- Sabe Leo, a sua mamãe me deixou chateada - Falo para o pequeno - Não sei, eu não quero brigar com ela, mas não está tudo bem.

Leo não entende meu desabafo e deita a cabeça, como se mostrasse que não está entendendo.

- E ela passou a semana inteira distante, trabalhou todos os dias, deixou nós dois sozinhos.

- A mamãe...

- Sim, a sua mamãe - Concordo com a cabeça e me viro para pegar a sua mamadeira - Eu sei que ela não quer ficar longe, mas não custa nada pedir para diminuírem um pouco a sua agenda, você não acha?

- Acho que você deveria conversar comigo - Marília fala alto na batente da porta - Não desabafar com um bebê.

Quando me viro, Marília está me olhando, com os braços cruzados abaixo do seio, e me olhando, com uma cara nada boa. Ela se aproxima do Leo e dá um beijo na minha bochecha, pegando ele no colo e abraçando o seu corpinho. Não respondo a sua provocação, apenas continuo fazendo o café da manhã do pequeno.

Marília coloca o Leo na cadeirinha e se aproxima de mim, parando do meu lado e esperando que eu fale algo. Mas eu ignoro e continuo fazendo as minhas coisas.

- Você está brava comigo? - Ela pergunta me olhando.

- Não, Marília.

- Você está brava sim.

- Eu não estou brava, tá bom? - Falo passando por ela e indo até o Leo - Só... chateada.

- Não aconteceu nada entre eu e o Henrique.

Revenge (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora