Pov Maraisa
- Não quero ir mais - Falo nervosa - Pode cancelar, eu não quero ir.
- Você só está nervosa, amor - Marília fala tentando me tirar do carro - É normal.
- Não... eu não quero mais, tudo bem? - Nego com a cabeça, sem olhar para ela - Me leva para casa, eu quero o Leo.
- Leo está na sua mãe - Ela fala tirando meu cinto - Vamos logo.
- Eu não quero ir, Lila.
- Você só está com medo... eu vou estar lá com você.
- Eu quero o Leo... - Falo fechando a porta do carro.
Marília revira os olhos e entra no automóvel novamente, ela se senta do meu lado e segura as minhas mãos.
- O que você está pensando? - Minha noiva pergunta me olhando.
- Eu quero ir para casa, Lila...
- Me fala o que está te dando medo.
De dar errado, de você cansar de mim, ir embora, minha família ficar decepcionada pelas expectativas criadas e eu ficar infeliz pelo resto da minha vida.
- Eu só... eu tô com muito medo - Admito deixando meus ombros caírem - E se meu útero não conseguir carregar uma criança?
- Mara... só vamos saber se tentar - Ela beija as minhas mãos - E se der errado, nós tentamos novamente, e se você não quiser... tem várias crianças para adoção.
Concordo com a cabeça, e desvio nossos olhares, balançando a perna, para tentar aliviar essa tensão.
- E eu tenho certeza que vai dar certo...
- Todos os médicos dizem o contrário.
- Eles não sabem de nada.
- Promete?
- Prometo, meu amor...
Marília sela nossos lábios e me ajuda a sair do carro. A cada passo que eu dava para dentro da clinica, sentia meu coração saindo pela minha boca, minha noiva apertou as minhas mãos o tempo inteiro, passando suporte, trazendo segurança.
Sentamos na recepção, estávamos adiantadas, apoio meu corpo no da minha noiva. Minhas mãos estão trêmulas, e Marília percebe, segurando a minha mão, e beijando meu ombro.
- Vai dar certo, amor - Ela sussurra no meu ouvido - Tenta relaxar um pouco.
- Vai dar certo...
Depois de alguns minutos, nós chamam, fazendo eu quase entrar em uma crise de ansiedade, mas Marília me abraça, até eu me acalmar. Entramos na sala, o tempo inteiro eu seguro a mão da minha mulher, apertando com força.
A médica explica todo o processo, me trazendo mais nervosismo ainda. Quando ela saí, para eu me trocar, uma onda de choro, vem a tona.
- Eu quero ir embora, amor - Peço para a minha esposa - Vamos embora, por favor...
Marília continua me ajudando a tirar a saia, sem ao menos parar para me ouvir.
- Lila, eu quero ir embora.
Marília tira a minha saia e coloca na mesa ao lado, e se levanta, para me olhar melhor. Ela passa as mãos pelo meu rosto, e deixa vários selinhos na minha boca.
- Eu vou estar aqui - Ela sussurra - E vou segurar a sua mão, o tempo inteiro, se doer, pode apertar a minha mão, pode chorar se quiser, não tem problema, eu vou sempre estar aqui.
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Revenge (Malila)
FanfictionO amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. São o verso e o reverso da mesma moeda de paixão. Carla Maraisa nunca pensou que a pessoa que ela mais amava, séria capaz de fazer algo tão cruel, além de usar seus sentimentos, como um...