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Pov Marília

- Bom dia, amor - Maraisa fala sorrindo, ainda com os olhos fechados.

- Bom dia, princesa - Sorrio para ela e me sento na cama.

- Porque você já está trocada? - Ela pergunta chateada - Não vai ficar comigo hoje?

- Eu vou ter que levar o Leo para a clínica - Falo devagar - Eles vão ter que furar ele, para tirar um pouco de sangue.

- Eu queria ir com você, Lila... Mas eu já deixei de ir quatro dias na ONG.

Hoje acordei mais cedo, pois o teste de DNA do Leo está marcado, e eu não posso atrasar para chegar na clínica, por isso já estou pronta.

Leo odeia agulhas, mais do que qualquer criança dessa idade, principalmente porque ele faz um escândalo e começa a chorar, vomitar e sempre fica tristonho depois.

- Eu não sei como vamos mudar o resultado desse teste, Mara...

Maraisa senta na cama, para me olhar melhor e passa as mãos pelo meu rosto, selando nossos lábios.

- Eu disse que ninguém vai te machucar... - Ela fala devagar - Só confia em mim, tá bom?

- Tudo bem...

- Se acontecer qualquer coisa, promete me ligar?

- Prometo, meu amor...

Deixo um selinho na sua boca e vou atrás do meu pequeno, que não acordou ainda, para irmos a clínica.

///

- Vamos ter que tirar um pouco do sangue dele, para levar a amostra para o laboratório - A enfermeira fala me olhando - E a saliva também.

- Não pode ser só a saliva? Ele não gosta de agulhas.

- Não, por que foi solicitado o exame de sangue também - Ela dá de ombros - E para ter um resultado mais preciso, precisamos dos dois.

- Tudo bem...

Algumas enfermeiras se aproximam do pequeno, segurando seu bracinho, enquanto outra passa o algodão com álcool. Leo me olha assustado, mas não luta contra as enfermeiras, apenas continua me olhando com os olhinhos cheios de lágrimas.

- Está tudo bem, meu amor... - Sussurro olhando para ele - Isso vai acabar, tá bom?

Quando a enfermeira fura seu bracinho, e ele entende o que realmente está acontecendo, Leo começa a chorar desesperadamente, tentando se levantar para ir para os meus braços e se livrar daquelas pessoas. Meu coração dói de ver ele assim, principalmente já tendo em mente o resultado, e sem saber como isso vai acabar depois. Parece uma eternidade, mas depois de longos minutos, elas colocam o curativo no seu braço, e tiram a agulha. Leo para de chorar aos poucos, e começa a soluçar no meu colo, com a cabeça apoiada no meu ombro.

- Eu disse que iria acabar, príncipe - Deixo um beijo no seu rosto - A mamãe está aqui, tá tudo bem.

Leo vai se acalmando aos poucos e continua me abraçando, até as moças se afastarem, mas não demora muito para elas voltarem, para recolher amostra da sua saliva. Fazendo Leo chorar novamente.

Quando fomos embora da clinica, meu filho não quer me soltar por nada, até para colocar ele na cadeirinha foi um choro enorme. Quando chegamos em casa, Maraisa não está, me fazendo estranhar a ausência da morena.

Coloco Leo no chão do meu quarto, e ele começa a procurar a sua outra mãe engatinhando pelos cômodos, até não achar nada e sentar no chão, decepcionado.

- O que foi, Leo? Ela não está aqui agora.

Mas ele continua olhando para um ponto fixo, até decidir engatinhar até as minhas pernas e querer ir para o meu colo.

- Mamae... - Ele fala com dificuldade.

- Você quer ir até a sua outra mamãe? Podemos ir...

Leo é um bebê inteligente, imediatamente quando vê que estou falando da sua outra mãe, abre um sorriso enorme e começa a bater as perninhas.

///

Chegamos na ONG e Leo já reconhece aonde estamos só pela entrada e começa a falar comigo animado, mesmo eu não entendo nada. Começo a procurar a minha mulher pelo o espaço e não encontro nada, nem nas sala das crianças, nem no escritório, não acho a morena em lugar algum.

- Oi, porque você não avisou que vinha hoje? - Luisa pergunta atrás de mim.

- Oi... eu vim ver a Maraisa.

- A Mara? Lila, mudaram o lugar aonde ela vai fazer trabalho voluntário.

- O que?

- Eu conversei com ela hoje mais cedo - Luísa fala sem entender - Ela mesmo que mandou um email, pedindo para transferir ela de volta, para a cidade dela.

- Mas...

- Eu achei que vocês tinham terminado... por isso iria te ver hoje, para saber como você estava.

- Não terminamos... nós na-

- Promete, que nunca vai me afastar dele? - Ela pergunta me olhando - Que mesmo se nós duas não dermos certo, você não vai me afastar dele?

- Prometo..."

Ela não faria isso comigo, não a minha Maraisa.

- Lila... O que aconteceu? - Luisa pergunta segurando meu rosto.

- Eu não sei...

Decido ligar para ela, mas a chamada cai na caixa postal, sem sucesso algum de comunicação. Maraisa sempre atende as minhas chamadas, começo a ficar preocupada, caso alguma coisa tenha acontecido. Simplesmente decido voltar para casa e ver se ela já chegou lá.

///

- Eu nunca vi uma criança reclamar tanto assim - Falo olhando para o meu pequeno.

Leo está resmungando desde que chegamos em casa, quando viu que a sua outra mãe não estava em casa. Agora estou dando banho nele, já está escurecendo e Maraisa não chegou ainda, me deixando completamente irritada e preocupada, ela nunca faz isso.

Meu filho está com a cara fechada, me olhando bravo, como se eu tivesse culpa dele ter que tomar banho. Troco meu filho e deito ele no meu colo, esperando aparecer seu sono e não demora muito para ele dormir. Vou para o meu quarto e continuo tentando falar com a minha namorada, mas meu coração se acalma, quando vejo ela na porta do nosso quarto. Mas ela não parece bem, seus olhos estão cheios de lágrimas, a boca vermelha pelo choro.

- Mara... o que aconteceu, meu amor? - Pergunto me levantando e indo na sua direção - Porque você está assim?

- Não precisa se preocupar com o resultado do teste, tá bom? - Ela fala sem me olhar - Eu já resolvi isso.

- Mara, o que você fez?

Maraisa não responde, mas me abraça com força, chorando nós meus braços e soluçando.

- Eu te amo, Lila...

- Eu também te amo, meu amor.

- Não... eu te amo, mais do que eu já amei qualquer pessoa na minha vida.

- O que aconteceu?

Revenge (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora