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[ 10 anos depois...]

- Marília, dois minutos para o show - Meu acessor avisa.

- Estou pronta...

Arrumo o microfone no meu corpo e me preparo para dar o meu melhor em mais um show. Ouvir a multidão gritando o meu nome, dizendo que me ama e todos os elogios possíveis, esse é o amor incondicional que eu quero levar para a minha vida. Quando subo para o palco, escuto milhares de pessoas gritando o meu nome e não consigo deixar de sorrir com isso.

Milhares de cartazes, fãs com camisetas, todos querendo a minha atenção, querendo um pouco do meu amor, sempre vou amar isso, sempre. A música inicial começa a tocar e os gritos dos fãs só aumenta.

///

Faço o meu show e me despeço do público, sorrindo de orelha a orelha. Não importa quantas vezes eu faça isso, sempre vou me sentir como se fosse pela primeira vez.

- O show foi maravilhoso, irmã - Luísa me abraça já no camarim - Você sempre vai ser a melhor.

- A nossa rainha da sofrência - Lauana fala me abraçando - Amiga... eu te amo.

- Você bebeu demais, não é? - Pergunto rindo do seu jeito carinhoso - Está até me abraçando.

- Aí amiga... preciso de alguém.

- Você precisa parar de beber - Tiro seus braços do meu pescoço - O mais rápido possível.

Coloco a minha amiga no sofá e vou tirar os aparelhos de som do meu corpo. Não consigo deixar de rir com Lauana que está totalmente bêbada, agarrando qualquer um na sua frente. Nós duas mantemos a amizade por mais de dez anos, sempre nós apoiando, rindo uma da outra, sendo presente e principalmente nunca abandonando. Me aproximo dela e paro na sua frente.

- Você precisa levantar - Passo minha mão pelo seu braço - Você sabe que eu tenho que ir para casa.

- Tá... - Ela se levanta com dificuldade - Só porque eu amo meu sobrinho.

Com ajuda de Luísa conseguimos levar Lauana até o carro, mesmo ela choramingando e chamando qualquer homem no meio do caminho. Nós três vamos no banco de trás, enquanto meu segurança nós leva para casa. Mesmo amando a rotina de shows e sempre querendo voltar, agora, meu coração sempre fica em casa, não consigo deixar de sentir o aperto no peito, toda vez que eu me despeço dele e vou trabalhar. Quando chegamos, minha casa está um completo silêncio, o show acabou tarde, e demoramos para sair do camarim.

- Eu vou subir, tá bom? - Aviso para Luísa - Você cuida dela?

- Cuido, mamãe coruja - Ela fala rindo.

Subo rapidamente as escadas e vou para o quarto do meu pequeno, que quando escuta a porta sendo aberta, acorda rapidamente.

- A mamãe te acordou, Leo? - Me aproximo do seu berço - Eu tava com muita saudades de você...

Ele bate as perninhas gordinhas na cama e estende os braços para ir pro meu colo. Pego ele e encho de beijos o seu rostinho.

- Você deveria estar dormindo, se a sua vó vê que eu te acordei, ela me mat-

- Já chegou, Marília? - Ela pergunta só de pijama na porta - Ele estava te esperando.

Ela não está com uma cara nada boa, apenas sorrio sem graça e abraço o meu filho com mais força.

- Oi... - Falo baixinho.

- Ele não está se adaptando com a sua rotina de show - Minha mãe fala preocupada - Não dorme, não come, não sei mais o que fazer.

Revenge (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora