Revenge (Malila)

57.

Pov Marília

Passei a madrugada em claro, vendo se a sua febre voltou, se ela está trêmula ainda, simplesmente não consegui dormir. Passo minhas mãos pelo seu rosto novamente, mas dessa vez, ela acaba acordando.

- Desculpa, amor... - Sussuro tirando a minha mão do seu rosto - Não queria te acordar.

- Por que você está tão longe de mim? - Ela pergunta com a voz totalmente rouca - Está frio...

Ela se aproxima mais e abraça o meu corpo, se enfiando nós meus braços e deitando a cabeça no meu ombro.

- Lila...

- Oi, amor.

- Me desculpa por ter gritado com você...

- Eu não me importo que você grite comigo - Falo passando a mão no seu rosto - Eu me importo, quando você não me fala o que está acontecendo.

Ela não responde, apenas me abraça com força mais ainda e fecha os olhos para dormir.

- Eu te amo...

- Eu também amo, Mara...

Mesmo ela dormindo tão tranquilamente nós meus braços, eu não consigo pregar meus olhos, não consigo dormir nenhum pouco.

///

Depois de passar a noite em claro, consigo dormir um pouco, mas Maraisa me acorda, me dando vários beijos no rosto.

- Bom dia, Lila... - Ela fala sorrindo.

- Você está melhor? - Pergunto abrindo os olhos com dificuldade.

- Estou, amor...

Ela não parece melhor, pelo menos a sua pele está melhor, voltou a ter cor e sua boca voltou a ser avermelhada. Eu ainda estou com muito sono, que chega ser impossível ficar com os olhos abertos. Me deito na cama novamente e abraço a sua cintura, fazendo ela não se separar de mim.

- Lila, eu tenho que ir para a ONG hoje...

E depois ir para algum lugar, que você não quer me falar. Mas hoje eu não posso acompanhar ela, tenho um show no final da tarde, e ainda tenho que deixar o Leo na casa da minha mãe. Não respondo, apenas continuo abraçando seu corpo, recebendo a sua carícia na minha cabeça.

- Não faz nada que vai te machucar - Peço sem olhar para ela - Não volta igual ontem, doeu muito te ver daquele jeito.

- Você não precisa sempre se preocupar comigo, Lila...

- Lógico que eu preciso - Falo saindo do seu colo - Estamos noivas, cuidamos uma da outra, é assim que funciona um relacionamento. Se eu não me preocupar e cuidar de você, quem vai fazer?

- Desculpa...

- Você não quer me contar o que você fez, e eu odeio essa ideia, mas não posso fazer nada - Dou de ombros - Mas a maioria dos relacionamentos acabam por falta de diálogos, não por falta de sentimentos.

- Não vamos terminar, Lila.

- É... então eu realmente espero que você saiba o que está fazendo, porque ao meu ver, você não sabe.

Acabo me estressando com esse silêncio dela, em relação a isso, mas a morena não parece se importar. Vou para o banheiro tomar um banho e tentar me acalmar. Odeio mentiras, odeio quando omitem coisas de mim, odeio quando me tratam mal, odeio quando as pessoas que dizem que me amam, me machucam com coisas mais fúteis, e é isso que ela está fazendo.

Deixo a água cair nós meus ombros e tentar deixar aliviar essa tensão, fecho os olhos para sentir mais a água no meu corpo, antes de sentir dois braços me envolvendo.