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Pov Maraisa

- Maraisa, para aonde você vai? - Naiara pergunta me olhando - Para de ser infantil.

- Infantil? Eu? Você tem certeza? - Pergunto irônica - Você é louca.

- Para com isso, agora.

Naiara coloca as mãos em cima da minha bolsa, impossibilitando de colocar o resto das roupas.

- Para aonde você vai? - Ela pergunta me olhando - Você não pode sair por aí sozinha.

Reviro meus olhos e tiro as suas mãos com força, pouco me importando se iria machucar ou não. Continuo colocando as minhas roupas dentro da mala, eu não aguento mais essa mulher, essa pressão que ela está fazendo na minha vida.

- Maraisa, para com isso - Naiara segura meus ombros - Você não tem para aonde ir.

- Qualquer lugar longe de você, é o suficiente - Falo empurrando ela para longe.

Quando fecho a minha mala e ameaço sair do quarto, Naiara fecha a porta com força. Tento passar por ela, mas a mulher é mais forte do que eu.

- Saí da minha frente, Naiara - Falo uma única - Eu já disse um milhão de vezes.

- Tudo isso por conta daquela mulher? Por conta daquele menino? - Ela fala se aproximando - Marília não te assumiu, quando era um pouco conhecida no colégio, você realmente acha, que agora, que ela é conhecida nacionalmente, ela vai te assumir para todos? Você realmente acha? E ainda com aquele bastard-

Antes de deixar ela terminar, transfiro um tapa no seu rosto e empurro ela para longe, fazendo a mais alta, tropeçar nos seus pés e cair no chão.

- Maraisa...

- Nunca mais fala assim do Leo - Cuspo as palavras olhando para a mulher - Nunca mais na sua vida, fale assim dele.

Naiara limpa as lágrimas dos seus olhos e sorri fraco, me deixando confusa.

- A história está se repetindo, Maraisa... você vai se apaixonar, ela vai te machucar, e você vai voltar... exatamente nessa ordem.

- Vai se fuder, e você nunca vai achar alguém que te ame de verdade, porque isso é impossível.

Saio da casa da minha irmã, o mais rápido possível, deixando meu coração sensível ao ver a minha sobrinha, na ponta da escada, me olhando com lágrimas nos olhos. Coloco as minhas coisas no porta-malas e procuro qualquer hotel para passar a noite. Mas é difícil enxergar as estradas, com meus olhos cheios de lágrimas, tudo está doendo, a culpa está me corroendo, por não conseguir ser forte o suficiente para proteger a Marília e o Leo, por me prender nesse relacionamento por anos, tudo esta doendo.

Me apeguei em Naiara por anos, para tentar apagar a memória de Marília da minha cabeça, para tentar de alguma forma fazer ela dessapaerecer de mim. Criei uma estabilidade emocional nesse relacionamento, aonde eu pensava que só conseguiria ser feliz, se Naiara estivesse bem, se o nosso relacionamento estivesse bem, caso o contrário, eu iria me relembrar de todas as crises do meu relacionamento com Marília, e ter o medo e a angústia de me sentir do mesmo jeito, que eu me senti anos atrás.

Acho qualquer hotel na cidade e reservo um quarto.

///

Na madrugada, começo a andar de um lado para o outro, esperando o maldito sono aparecer. Minha cabeça está doendo, chorei tanto que não existe mais lágrimas, não consigo comer, os remédios voltam e eu vômito, não estou nada bem, nada bem.

Meu celular começa a tocar, e quando vou desligar, pensando que é Naiara, vejo um número desconhecido na tela e decido atender.

- Oi... quem é?

Revenge (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora