Revenge (Malila)

65.

Pov Maraisa

Acordo do meu cochilo da tarde, e sinto uma pontada muito grande no meu ventre, isso está piorando a cada dia, além de todos os dias a febre me atingir, respiro fundo antes de tentar me levantar para tentar ir buscar meus remédios. Eu não quero ir ao médico sozinha, já que a minha noiva, faz questão de reforçar que eu sei ir sozinha, e em momento algum, se apronta em me ajudar. Marília está a quase uma semana distante, não consigo entender, achei que a sua raiva passageira iria durar um dia no máximo, mas vejo que não, ela ainda esta brava comigo.

Desço as escadas para ir até a cozinha, tomar meus remédios, mas encontro a minha mulher, fazendo alguma coisa no seu computador, provavelmente trabalhando, como sempre.

- Oi... - Falo baixinho entrando na cozinha - Cadê o Leo?

- Maiara buscou ele.

- Ah sim...

Eu quero falar para ela que não estou nada bem, que nós últimos dias a dor tem piorado, que eu sinto muita dor de cabeça, e tudo isso está sendo causado pela sua ignorância comigo, mas ainda com medo da sua resposta.

Me aproximo dela devagar e fecho o seu notebook, fazendo ela me olhar totalmente brava.

- Eu estava trabalhando.

- Eu não estou me sentindo bem, amor - Falo devagar - A dor no abdômen pirou...

Marília desarma um pouco, e leva a mão para a minha testa, para ver se estou com febre.

- Você já tomou seu remédio? - Ela pergunta e eu concordo com a cabeça - E não fez efeito? A sua febre voltou.

Fico em silêncio e não falo mais nada, meu refluxo é muito sensível, e eu acabei vomitando o remédio de novo.

- Você vomitou o remédio de novo? - Marília pergunta preocupada.

- Sim...

- Eu vou te levar no médico - Ela fala se levantando.

Ela só se importa comigo, quando envolve o filho dela, ela não se importa comigo, Carla Maraisa, ela se importa com o filho que eu estou esperando dela, apenas isso. Uma onda de choro me atinge, fazendo eu abaixar a cabeça e deixar as lágrimas rolarem.

- Mara, você está sentindo alguma coisa? - Ela pergunta segurando meu rosto - Fala comigo...

- Seu filho está bem, Marília - Falo nervosa - Eu que não estou.

- O que?

- É só isso que você se importa, não é? Você só se importa com o nossos filhos, mas não se importa mais comigo.

- Não é verdade, Mara...

- Se esse for o problema, eu volto para o apartamento - Grito alto para ela - Não precisa ficar comigo só pelos nossos filhos.

Saio da cozinha irritada, minha cabeça está doendo de novo, e automaticamente eu vou me sentindo fraca, como eu odeio essa sensação. Me deito na nossa cama e abraço o seu travesseiro, enquanto as lágrimas descem pelo meu rosto, eu imagina que na gravidez, nós duas não íamos discutir, não íamos ficar separadas, que esses nove meses seriam finalmente os meus felizes para sempre, mas eu me enganei novamente.

Depois de longos minutos, Marília abre a porta do quarto, e se senta na minha frente.

- Não quero falar com você, Marília - Sussuro sem olhar nós seus olhos.

- Eu nunca ficaria com você só pelos nossos filhos, Mara - Ela fala me olhando - Até porque maior que o sonho de ter mais filhos, é ser a sua mulher.