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Pov Maraisa

- Como sabemos se vai dar certo? - Marília pergunta nervosa - A gente não tem garantia de nada, ele sabe que eu menti sobre a paternidade e tem provas.

- E se for só blefe, Marília? - Minha irmã responde brava também - A gente tem que arriscar.

- Não é uma aposta de jogo, Maiara - Minha noiva continua - É o meu filho.

- Nosso filho - Corrijo a minha noiva.

Marília está irritada, e eu queria ter forças para acalmar a minha mulher, mas a minha cabeça e meu corpo, voltaram a doer, me deixando fraca para qualquer situação. Odeio essa parte da gestação, porque eu sinto que a minha saúde é como uma linha, que pode ser quebrada a qualquer instante.

As duas começam a discutir novamente, eu não tenho cabeça para isso, apenas me levando e subo para o meu quarto. Sinto minha cabeça girando, como se a qualquer momento eu fosse cair, eu não estou nada bem. Pensar na possibilidade de perder o meu filho, dói, e é uma dor tão grande, que está me deixando doente, atingindo meu físico.

Essa situação péssima está acontecendo a alguns dias, Maiara e Marília brigando o tempo inteiro, Leo está tristonho, ele entende que alguma coisa ruim está acontecendo, e cada dia que chega perto do julgamento, Marília fica mais agressiva, desagradável, machucando a todos com as palavras.

Eu não a julgo, Marília é mãe, e vira outra pessoa, quando alguém mexe com o seu filho, são duas versões completamente diferentes, mas nessa sua mudança, ela acaba machucando quem não tem culpa.

Nós últimos dias, ela chorou, gritou comigo, gritou com a minha irmã, passou o dia inteiro apenas com o Leo, se isolou, só para não transparecer o quanto ela está sofrendo com isso.

Deito na cama e deixo meu corpo relaxar, mesmo com o choro preso na garganta. Eu só queria voltar a dia atrás, onde estava tudo bem, onde eu poderia viver a minha gravidez em paz, não nesse inferno que está acontecendo tudo de ruim.

Escuto algume batendo na porta, e vejo a minha noiva, com os olhos cheios de lágrimas me olhando.

- Amor...

- Eu estou cansada, Mara - Ela fala em meio às lágrimas - Por que isso não acaba?

- Eu não sei, Lila...

- Eu não pude acompanhar a sua formatura na faculdade, eu não consegui te chamar para o baile, eu não consegui te dar parabéns pela bolsa de estudos, por que isso foi tirado de mim - Marília começa a chorar, a ponto de solução - Agora eu não posso acompanhar a nossa gravidez, eu não posso ver nosso filho crescer, eu não posso me casar de uma vez com você, porque sempre, sempre, aparece alguma coisa para fuder com tudo de bom que acontece na minha vida.

Minha noiva começa a chorar, e dá para ver que seu choro está doendo, Marília não consegue chegar na cama e acaba ficando de joelhos no chão. Eu me levanto rapidamente, mesmo com dor e abraço a minha noiva, beijando o seu rosto.

- Ele não vai conseguir tirar o Leo da gente - Sussuro no seu ouvido - Ninguém virar tirar o nosso filho.

- Ele tem provas que eu menti sobre tudo aquilo, que eu afastei os dois, que eu o impedi de ver o seu fil-

- Ele não é o pai do Leo - Falo nervosa - Nosso filho, não tem nada daquele homem.

Ela concorda com a cabeça e me abraça, passando o nariz pelo meu pescoço. Deixo outro beijo na sua bochecha e aperto ela com força.

- Eu deveria ter te pedido em casamento - Marília diz quebrando o silêncio - Quando a gente era adolescente.

- Por que, Lila?

Revenge (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora