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Pov Marília

- É uma tour, Marília - Meu empresário explica - Iríamos aumentar a sua popularidade e cumprir o desejo dos fãs, que nunca foram em um show seu.

- Mas eu não posso deixar o Leo - Respondo como se fosse óbvio - Ele é só uma criança, e seriam meses fora.

- Nós pensamos nisso, e fizemos um roteiro, para você conseguir levar o Leo - Ele responde - E que não fique muito cansativo para ele.

Uma tour é uma ótima oportunidade para um cantor, porque geralmente os seus lucros, vem dessa grande sessão de shows, e seria a minha primeira tour depois da minha gravidez, e ainda poderia popularizar o meu último álbum. Mas ao mesmo tempo que eu quero entrar nessa tour, tenho que pensar em tudo que está acontecendo, nós processos, no plano da Maiara, que eu realmente espero que dê certo, eu tenho que pensar em tudo, e eu honestamente não sei, se quero ficar meses longe da Maraisa, principalmente porque eu ainda me sinto insegura sobre nós duas.

- Quantos meses seriam de tour? - Pergunto para ele.

- Cinco meses.

Cinco meses é muita coisa, pode mudar tudo em cinco meses.

- Eu posso pensar? Preciso falar com a minha família, para tomar melhor essa decisão.

- Claro, que pode.

Saio do escritório com a cabeça totalmente confusa, não sei o que fazer, devo pensar na minha vida profissional, e escutar a razão, ou não me importar com isso e focar na minha vida sentimental de uma vez? Pela primeira vez, em muito tempo, eu não sei o que fazer.

Vou para a minha casa, Leo tinha saído com a sua vó, então eu teria um tempo livre para descansar um pouco. Quando entro em casa, já vou direto para o meu quarto, mas dois braços me envolvem e me abraçam com força.

- Oi, amor - Maraisa fala sorrindo para mim - Eu vim te ver.

Eu me assustei, meu coração esta batendo mais rápido e as minhas no seus ombros, prontas para empurrar ela para longe.

- Por que você sempre faz isso? - Pergunto nervosa.

" - Você invadiu a minha casa? - Falo nervosa.

- Claro que não, eu só entrei... sem autorização... e sem ninguém saber - Ela fala devagar - É não soou tão bem...

- O que você está fazendo aqui? - Tiro suas mãos da minha cintura - Se meus pais te pegam aqui, eles me matam.

- Eu vim ver você... - Ela fala me olhando. "

Maraisa começa a rir e sela os nossos lábios, apertando seus braços na minha cintura.

- Eu meio que fugi de casa - Ela dá de ombros - Tenho um tempo livre e pedi a chave para Luísa.

- Não era mais fácil perguntar para mim?

- Mas eu queria fazer uma surpresa...

- Quase me matando do coração?

- Não... mas eu posso te matar de outras formas... se você quiser.

Eu teria que contar para ela sobre a oportunidade da tour, precisava saber a sua opinião, fixar o que temos, para eu ter certeza das minhas preferências.

- Precisamos conversar... - Aviso tirando as suas mãos da minha cintura.

- Nós temos uma prova contra Naiara, mas ainda não é sobre o teste.

- Que prova?

- Naiara está grávida, Lila - Maraisa volta a se aproximar - Grávida de alguém, e quer que eu assuma o bebê.

- Você não vai, não é?

- Não, amor - Ela nega com a cabeça - Nós temos um depoimento dela, o vídeo está com a Maiara, mas ainda não é sobre o teste.

- E se não conseguirmos sobre o teste? Simplesmente vamos continuar assim? Você me vendo uma vez por semana, saindo da sua casa escondida e eu sendo a porra de uma amante?

- Lila... por que você está falando assim comigo? A culpa não é minha...

Passo minhas mãos pelo meu rosto e tento me acalmar. É difícil essa situação que estamos vivendo, me sinto um grande nada, sempre quando vejo Naiara e Maraisa, juntas, sei que é ciúmes, mas eu não consigo controlar.

Maraisa se aproxima e deixa um beijo na minha bochecha, depois de juntar nossos corpos e passar os braços novamente pela minha cintura.

- Porque você está assim, vida? - Ela pergunta baixinho.

- Eu recebi uma oportunidade, uma das maiores da minha carreira até agora...

- Isso é ótimo...não é?

- Eu iria ficar seis meses longe.

Maraisa não fala nada, apenas fica me olhando, sem me soltar, pelo contrário, me apertando com força.

- E você vai?

- Eu não sei... nós duas não estamos namorando, e nem... nem nada. Iriam ser só seis meses, de qualquer forma.

Ela tira suas mãos de mim e se afasta do meu corpo, quebrando nossa troca de olhares, consigo ver as lágrimas caindo dos seus olhos e as suas mãos começaram a ficar trêmulas.

- Mara... - Tento me aproximar.

- Você não pode me deixar aqui, Lila...

- É uma grande oportunidade para a minha carreira, amor...

Maraisa nega com a cabeça e limpa as lágrimas que estão descendo pelo seu rosto.

- Eu não vou conseguir ficar cinco meses longe de vocês dois...

Me aproximo dela devagar e passo minhas mãos pelo seu rosto, sentindo a sua pele úmida. Maraisa me abraça com força, deitando a cabeça no meu ombro e suspirando alivada. Ela procura as minhas mãos, para entrelaçar, mas nota falta de algo ali.

- Cadê a nossa aliança, Lila? - Ela pergunta passando o dedo no lugar aonde deveria estar a joia.

- Eu... quando você terminou comigo, eu meio que joguei fora...

Ela me olha decepcionada e nós afasta, pegando a sua bolsa, para ir embora.

- Você não vai ficar comigo? - Pergunto segurando seu braço - Eu queria ficar com você agora...

- Deu meu horário - Ela sorri fraco - Como você disse, nós duas não temos nada, é melhor eu ir para casa, de qualquer forma.

- Eu não quis dizer isso...

- Absolutamente tudo que eu estou fazendo é por você, Lila - Maraisa fala na porta - Absolutamente tudo, e você não sabe como dói, ouvir de você, que não temos nada.

- Eu não tenho culpa...

- E você ainda jogou fora a aliança que eu te dei, mas não importa.

- Você tinha terminado comigo.

- Sim, Marília - Ela grita nervosa - Para não te separar do Leo, você fala como se fosse a porra da minha vontade, voltar para aquela casa e ficar com aquela mulher. Não é a minha vontade, eu odeio isso, mas é a única forma de você não perder o seu filho.

É como um balde de água fria, as suas palavras pesam na minha cabeça, tento me aproximar dela, mas Maraisa se afasta e fecha a porta do meu quarto com força.

As lágrimas começam a rolar pelo meu rosto, mas eu não posso fazer nada, me sinto um lixo, por não conseguir proteger o meu filho, e por magoar ela assim.

Revenge (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora