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Pov Marília

- Marília vai embora, some daqui - Maraisa grita comigo - Vai para outro estado, outro país, eu não me importo.

- Amor... eu só pedi para você descer, o almoço na sua mãe já começou.

- Eu não quero ir para almoço nenhum - Ela fala deitando na cama novamente - A culpa é sua.

- Porque a culpa é minha? - Pergunto irônica, mas é a pior decisão que eu poderia tomar.

Maraisa se levanta da cama brava e se aproxima de mim, olhando dentro dos meus olhos.

- Porque eu estou enjoada - Ela fala apontando para o meu peito - E estou com dor no corpo, a culpa é sua.

Não briga com a sua mulher grávida, não briga com a sua mulher grávida, não briga com a sua mulher grávida.

- Me desculpa, meu amor...

- Não, eu não vou te desculpar - Maraisa fala - Agora some do país.

Maraisa fecha a porta na minha cara e consigo ouvir seus xingamentos para mim. Apenas respiro fundo e desço para a sala, sentando ao lado da minha cunhada, que está com Leo no colo.

- Ela está brava hoje?

- Ontem ela estava triste, hoje brava, ela não vai ficar nenhum dia normal?

- Talvez ela fique normal, depois do sexto mês.

- É muita coisa, Maiara - Falo desesperada - Eu não aguento.

- Aguenta sim - Ela pisca para mim - Sei que aguenta.

Encosto no sofá e respiro fundo, para não surtar. Esses últimos dias, ela tem estado em uma montanha de emoções, sendo difícil para as pessoas ao redor. Mas a experiência da maternidade começa no dia que descobrimos que estamos grávida, mostrando que as melhores coisas levam tempo para ficarem prontas.

- Lila... - Escuto a sua voz fraca - Você não vai embora, não é?

Ela está chorando, com o rosto vermelho, é automático, ela pede para eu sumir, e cinco minutos depois, volta arrependida e com medo.

- Eu não quis dizer aquilo, amor...

- Eu não vou para lugar nenhum, vida.

Ela sorri fraco e vai para os meus braços, abraçando o meu corpo e deitando a cabeça no meu ombro. Passo minhas mãos pela sua cintura, parando na sua barriga e acariciando o lugar.

- Lila...

- Oi, amor...

- A culpa não é sua... de ser gêmeos.

- Eu sei, amor... - Sussuro baixinho e deixo um selinho na sua boca - Está tudo bem.

- Eu posso ir de pijama, para a casa dos meus pais?

- Você não quer se trocar?

- Não...

- Então tudo bem, minha vida.

Maraisa fica grudada comigo o tempo inteiro, até quando está brava, ela gruda em mim e fica brava se eu tento sair.

- A mamãe... - Leo fala apontando para Maraisa.

- Ela está grávida? - Maiara pergunta - A mamãe vai ter dois bebês.

Leo saí do colo de Maiara e engatinha até o colo da minha noiva, ficando os dois em cima de mim. Maraisa começa a chorar, com essa demonstração de afeto do Leo, já que nas últimas semanas, ele está com raiva dela.

Revenge (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora