Capítulo II

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- Bom dia, Maya.

- Bom dia, Cristian. - ela respondeu quando passou por ele, indo bater o ponto assim que chegou na clínica de atendimento público em que trabalhava no período da manhã.

- Vestido maneiro. Caiu bem em você... 

- Obrigada. - Maya disse sem perceber o olhar dele descer e subir pelo corpo dela coberto por um vestido preto, uma jaqueta jeans e tênis.

Ela passou por ele indo direto para a cozinha e foi se servir com suco, repassando mentalmente os planos dela para o dia de hoje.

- Tem muitos pacientes hoje? - Cristian surgiu na entrada da cozinha, sorrindo e cruzando os braços de um jeito que parecia amigável.

Ele era atraente de uma forma que qualquer homem podia ser hoje em dia. Maya sabia que eles tinham praticamente a mesma idade, ou talvez ele fosse uns dois anos mais novo. — Ela não se importava de qualquer forma. Não tinha um pingo de interesse nele ou na vida dele.

- Os mesmo de sempre, acho. Acabei de chegar, como pode ver. Não abri minha agenda ainda.

- Compreensível. - ele murmurou.

Ela terminou o suco e foi lavar o copo, deixando a bolsa em cima da mesinha com um ar despreocupado.

- Tem planos para hoje? - Ele quis saber de repente.

- Por que a pergunta?

- Porque você... Está vestida de uma forma diferente do habitual... Vai sair com alguém?

Maya guardou o copo e se olhou no espelhinho que tinha ali ao lado da janela antes de pegar a bolsa e sair da cozinha, sendo seguida por Cristian.

- Vou.

- É mesmo? Posso saber com quem?

- Me desculpe, mas isso não deveria ser de seu interesse. Com licença. Bom dia, Márcia. - ela cumprimentou a mulher na recepção antes de ir para a sua sala.

Quando chegou lá, havia uma pequena bagunça de brinquedos pela mesa e pelo chão, com certeza deixada pela outra psicóloga relaxada que Maya não gostava.

De qualquer forma, com prazer ela se abaixou e começou a recolher os do chão, rindo para si mesma quando encontrou um desenho estilo mosaico com uma confusão de cores.

- Isso deveria estar com você, e não largado no chão da sua sala. - ela disse baixinho, se referindo a outra profissional que trabalhava ali em outros períodos.

Alguém bateu na porta e a abriu logo em seguida, fazendo Maya se virar rapidamente para ver quem era.

- Falando sozinha? - Cristian sorriu.

- Não...

Aquele cara era um chato. Maya tentava ser indiferente a ele, mas todos os dias em que ele estava trabalhando ali era um saco. Ele sempre fazia questão de falar com ela sobre qualquer besteira que fosse, e Maya odiava isso. Odiava conversas inúteis.

- O que foi? - ela perguntou quando ele ficou olhando para ela e para a sala, reparando nos brinquedos em cima da mesa.

- Ah, a mãe do João ligou pra avisar que ele não vai vir hoje porque tem médico. Fisioterapia.

Maya assentiu, colocando a bolsa em cima da cadeira e pegando a ficha do baixinho que já estava preparada em cima do pequeno armário.

- Tudo bem. Vou justificar. Obrigada por me avisar.

- De nada. Qualquer coisa que precisar, sabe onde me encontrar.

Ela assentiu em silêncio e voltou a arrumar tudo ao ouvir a porta ser fechada.

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