Uma noite e um dia muito aconchegantes se passaram. E na segunda-feira, a dupla de homens contratada por Maya finalmente havia chegado para começarem o grande projeto da lagoa. Em toda a área, na verdade.
Enquanto Mavi e Mabel brincavam pelo local como uma breve despedida, Maya e Khan revisaram e analisaram o plano que os dois profissionais tinham preparado.
– É a minha mãe que entende essas coisas de solo... – ela resmungou com ele quando já estavam dentro de casa, fazendo o almoço – E se algo der errado?
– O que poderia dar errado, Ma?
– Ah, não sei...
– Vai dar tudo certo. Aqueles caras sabem o que estão fazendo, e eles estudaram o terreno antes de tudo.
Maya se forçou a passar por cima da sua preocupação e a lembrar que de fato os dois tinham dito algo sobre terem analisado a área antes de prepararem tudo para começarem.
– Mamãe, tô com fooomee!
– O almoço está quase pronto, Mabel! Presta atenção na aula!
– Tenho uma entrevista de emprego hoje. – Khan disse de repente.
– Sério? Onde?
– Numa academia de defesa pessoal e artes marciais, para ser instrutor. Se me aceitarem, vou poder escolher em qual área vou poder dar aula.
– Hum... Que legal... – ela falou com um tom de voz neutro que não deixou muito para a imaginação dele – E qual você pretende escolher quando for aceito?
– Se eu for aceito... – ele disse – Acho que posso pegar a de tiro ao alvo.
– Ah... É uma boa escolha. – ela disse voltando a baixar a guarda. A ideia de ter Khan com o corpo colado ao de uma mulher aleatória e bem disposta a fez congelar por alguns segundos mesmo estando feliz por ele.
Relaxe, Maya. Não seja uma mulher das cavernas possessiva. Não é saudável.
– É sim. – ele se aproximou e deixou um beijinho perto da orelha dela sem que a mesma esperasse, o que a fez se arrepiar – O que acha de, assim... Se eu for aceito...
– Quando você for aceito. – ela o interrompeu, sorrindo – Pense positivo. Você vai conseguir, tenho certeza.
Khan piscou os olhos e sorriu antes de assentir.
– Quando eu for aceito... O que acha de começar algumas aulas?
– Aulas? De que exatamente? De tiro? – ela achou graça.
– Isso. Defesa pessoal também. – ele falou sério – Acho que vai ser bom pra você.
Não era segredo que Maya estava usando como desculpa o fato de estar recebendo gente de fora para fazer com que Khan estivesse mais presente em casa com ela e as meninas (e ele não reclamava!). Agora que tinha duas filhas pequenas, e também por causa da sua "saúde limitada" — ela não aguentaria correr, por exemplo, sem terminar no chão morrendo com falta de ar e pressão arterial baixa — , ela tinha um receio muito grande de ter gente nova ali, ainda mais porque a única segurança que aquele lugar podia proporcionar eram as cercas elétricas ligeiramente invisíveis no muro de dois metros de altura que cercava tudo. Ela tinha que ter muito cuidado com quem deixava passar pelos seus portões.
– A gente pode colocar as meninas em alguma também. Karatê seria uma boa.
Maya sorriu ao imaginar as duas fazendo aquele tipo de atividade.
– Acho que Mabel que iria gostar.
– Sim. – Khan riu – Ela iria gostar bastante.
– É... E talvez isso ajude Mavi com a insegurança dela... – ela refletiu um pouco. E no final falou – Bem, só não podemos deixar Érika ouvir isso.
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O Poder do Amor
ChickLitSe fosse para resumir Maya Bianchi em uma palavra, esta seria "tradicional''. Tradicional e pés no chão, era assim que ela era. Depois de alcançar seus objetivos acadêmicos e se tornar uma das pessoas mais bem sucedidas nas áreas profissionais nas...