Capítulo XII

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- Sério, se você não estiver se sentindo bem, Maya, eu posso...

- Não, Marta. Tá tudo bem, sério.

- Mas... Você tá toda assim, meio caída...

Maya segurou um suspiro.

- Estou bem. Só não consegui dormir direito essa noite.

A verdade é que ela não dormia direito havia uma semana. Seus dias estavam sendo agitados com tudo pra resolver e seus compromissos que não podia faltar. Só estava podendo ir ver as meninas no final da tarde e aquilo parecia não estar sendo suficiente. 

Maya só queria um dia a toa para poder levá-las para passear e passar mais tempo com elas. A última vez que saíram - elas foram no cinema - foi há quatro dias atrás.

- Medo de trovões?

Cristian perguntou fazendo pose encostado na porta, sorrindo para ela.

- É, também... Minha irmã dormiu lá em casa então ficamos acordadas até tarde assistindo filme.

Antonella quem tinha ido passar um tempo com ela daquela vez. Algo a ver com não estar aguentando ficar em casa e não ter para onde ir além da escola e os treinos.

Ela jogou o restante do café na pia e lavou a sua louça. Logo em seguida saiu da cozinha murmurando um com licença

Ela nem sequer gostava de café. Só tomava o dali porque sabia que era necessário, mas odiava ter que passar as horas seguintes com aquele gosto na boca.

Cristian tinha ido atrás dela.

- Ei, eu dei uma arrumadinha na sua sala quando cheguei. Espero que não se importe.

- Ah... Obrigada. Tinha muitos brinquedos espalhados?

- É, tipo isso.

- Entendi.

Ela foi até o balcão, bateu ponto, preencheu sua agenda e foi para seu consultório.

- Maya... 

Ela se virou e viu Cristian indo até ela com uma expressão estranha. E segurou a vontade de revirar os olhos.

- Sim?

- Eu... Você vai estar livre hoje depois do almoço?

- Não. 

- Ah...

- Por quê? - ela ergueu uma sobrancelha.

Ele balançou a cabeça, seus cabelos castanhos balançando com o movimento.

- Queria levar você pra fazer alguma coisa. Jantar a noite, talvez.

- Ah. - ela deixou a bolsa em cima do armário e se sentou na cadeira - Cristian... Sinto muito se alguma vez eu fiz algo que te fez pensar que tinha esperanças. A verdade é que eu não tenho tempo nem interesse em ter algo com alguém, caso esse seja seu objetivo.

Ele pareceu surpreso com as palavras repentinas, mas disfarçou logo em seguida.

- Nem... Algo casual? - ele arriscou com uma careta.

Ela quis fazer uma careta com o que aquelas palavras sugeriam.

- Não. Estou longe de fazer esse tipo de coisa. Estou focando no meu crescimento pessoal e, agora, no cuidado com as minhas filhas. 

Porque elas já eram filhas dela, não importava o que dissessem ou pensassem. 

- Não quero nada além disso. - ela finalizou olhando para ele, com um tom de quem não aceitaria mais palavras sobre aquilo.

O Poder do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora