Capítulo XLV

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Os aromas lá fora se misturavam. Os perfumes caros, os chocolates, coberturas e granulados competiam arduamente para ver quem conseguiria vencer aquele cheiro poderoso de terra molhada.

Não estava chovendo; eram apenas as crianças tomando banho de mangueira. Se acabando de se divertir.

Dentro de casa a história já era outra. Angélica tinha inventado de fazer panquecas apenas porque Violeta a desafiou dizendo que ela não seria capaz de fazer algo tão simples sem colocar fogo na cozinha, o que estava resultando numa cena simplesmente catastrófica.

Em geral, Maya sabia que Angélica sabia fazer o básico, e algumas outras receitas que conseguiu aperfeiçoar com o tempo. Quando tentava algo novo pela primeira vez, sempre se dava mal. Assim como na segunda e na terceira vez — ela demorava a acertar.

Maya fez as duas prometerem limparem e colocarem tudo de volta no seu devido lugar assim que terminassem e saiu dali antes que enlouquecesse em meio aquele caos, inclusive para fugir de Violeta e seu celular que registrava tudo.

Ela voltou para onde a festa acontecia, se perguntando se sua alegria era perceptível tanto por ver a mais pura felicidade nos olhos de Mabel quanto por Mavi tê-la chamado de mamãe pela primeira vez.

Antonella, Ester, Érika e Odessa brincavam com as crianças na grama, correndo de um lado para o outro, com Mabel se esbaldando enquanto segurava a mangueira e mirava nos outros do alto (no colo de Ella). Vez ou outra elas paravam para recuperar o fôlego, mas logo eram obrigadas a voltar para brincadeira a mando da aniversariante.

Anton, que não queria se juntar à bagunça, estava na varanda brincando com a pequena Isabel com um dos jogos que ele havia trazido de casa. Estava tendo a maior paciência com a bebê, tanto que, apesar de ter aparentemente se estressado bastante no começo, havia encontrado um método — um padrão de movimentos — que fizeram com que Isabel aprendesse rápido e pudesse jogar com ele com a supervisão de suas respectivas mães.

A bebê rechonchuda ria de se acabar quando o macaquinho pulava para fora do seu esconderijo, e precisavam segurar suas costas para que ela não caísse de tanto gargalhar.

Maya assistia a cena rindo junto com as duas mulheres, e quando um carro buzinou nos enormes portões da sua casa, ela se levantou já imaginando quem poderia ser.

Ela pediu licença e saiu para receber seu convidado mais do que especial. Mabel nem ia acreditar...

– Olá, Jim.

– Olá, senhorita.

– Tudo certo? – ela se inclinou para tentar espiar dentro dos vidros do carro.

– Sim. Como combinado.

Um homem jovem e muito estiloso saiu do carro passando a mão pelos cabelos lisos, curtos e coloridos, bufando. Em uma mão ele trazia uma bandeja linda cheia de cupcakes cor de rosa.

– Desse jeito me sinto uma mercadoria... – ele resmungou, fechando a porta do carro com um baque. E arregalou os olhos – Droga, me desculpa!

Jim acenou indicando que estava tudo bem.

– Não quer entrar para comer alguma coisa, Jim? – Maya perguntou simpática mesmo já sabendo a resposta.

– Não posso, senhorita. Mas obrigado pelo convite... Um segundo. – pediu remexendo em alguma coisa – Aqui. Será que pode entregar para a sua filha? É simples, comprei as pressas no caminho mas é de coração. Espero que ela goste.

– Que gracinha! Muito obrigada, Jim. E saiba que eu ainda tenho esperanças de te receber aqui em casa para tomarmos um chá e conversarmos sobre a vida. – disse em despedida.

O Poder do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora