Capítulo XLI

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– Que bom que você trouxe dois baralhos, Odessa. – Maya disse sentindo o cheirinho delicioso de shampoo infantil no cabelo de Mavi que estava no seu colo ajudando-a a segurar as cartas coloridas.

– Maya, não é baralho, é Uno. – Angélica resmungou de olho nas próprias cartas.

Ela foi a que teve a reação mais tranquila até aquele momento de todas as vezes em que Maya errou o nome do jogo.

Odessa corou e assentiu sorrindo.

– É que eu imaginei que viria muita gente.

– Realmente, só de irmãs aqui temos seis. – Serena brincou e olhou para trás para ver Anton deitado mais afastado com seu fone de cancelamento de ruídos gigante nos ouvidos, tirando um cochilo. Seu lençol de seda azul rico o cobria mesmo que não estivesse frio.

Maya viu Érika mirar Melanie com carinho, que sorriu para ela. — As duas tinham uma linda relação típica de irmã mais velha e mais nova.

– Se meu marido estivesse aqui ele já teria ganhado. – Serena inflou as bochechas com as sobrancelhas franzidas para as suas cartas.

Khan jogou três cartas de +4 para "consolar" a coitada. 

– Ei!! A gente acabou de se conhecer! Que isso!

– Desculpa, Serena. É só que é assim que se joga pra ganhar... – ele fingiu lamentar por ela.

Saulo deu uma risadinha ao ver a cara que ela fez. Mabel estava concentradíssima enquanto jogava com a ajuda do pai.

Frustrada, Serena comprou doze cartas.

– Já perdeu já, Serena. Você vai terminar esse jogo com mais da metade das duas caixas. – Antonella zoou.

– Silêncio. Uma mãe que também é uma mulher de negócios nunca desiste!

Do bolo de cartas que tinha comprado — após o debate para saber se quem compra joga — Serena jogou apenas duas no montinho no meio do círculo.

– Mas é muito ruim mesmo. – Violeta disse impressionada e Odessa riu, cobrindo a boca logo em seguida com os olhos arregalados e as bochechas vermelhas.

– Desculpa. – pediu abaixando o olhar.

– Pode rir. Ela é tão ruim que dá pena. – Angélica lamentou.

Mabel, dando uma risadinha maquiavélica, pegou as quatro cartas da mão do pai, ouviu o que ele sussurrou no seu ouvido e jogou todas no meio.

– UNO! – gritou.

– CORTA UNO!

– NÃO VALEU, TIA VI! EU FALEI PRIMEIRO!

– Droga!

Marcos, tão em silêncio quanto o pai, pegou as duas últimas cartas que lhe restavam na mão e jogou se tornando um dos vencedores.

– Valeu, Bel. Essa foi quase, viu?

Mabel ficou boquiaberta diante da jogada inesperada do irmão.

– Quem ganhou?? – Ester, que tinha sido a primeira a ganhar, pareceu despertar da sua leitura, se inclinando no meio deles para dar uma olhada no jogo.

– Eu. – Marcos respondeu todo orgulhoso, tentando disfarçar.

– Toma, amor. Coloca lá no meio. – Maya sussurrou para Mavi entregando todas as cartas, que continham o mesmo número; 4.

Mavi fez como foi dito e jogou.

– CORTA UNO! – Violeta gritou com os olhos vidrados nelas.

– Mas a gente ganhou!

O Poder do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora