– Que bom que você trouxe dois baralhos, Odessa. – Maya disse sentindo o cheirinho delicioso de shampoo infantil no cabelo de Mavi que estava no seu colo ajudando-a a segurar as cartas coloridas.
– Maya, não é baralho, é Uno. – Angélica resmungou de olho nas próprias cartas.
Ela foi a que teve a reação mais tranquila até aquele momento de todas as vezes em que Maya errou o nome do jogo.
Odessa corou e assentiu sorrindo.
– É que eu imaginei que viria muita gente.
– Realmente, só de irmãs aqui temos seis. – Serena brincou e olhou para trás para ver Anton deitado mais afastado com seu fone de cancelamento de ruídos gigante nos ouvidos, tirando um cochilo. Seu lençol de seda azul rico o cobria mesmo que não estivesse frio.
Maya viu Érika mirar Melanie com carinho, que sorriu para ela. — As duas tinham uma linda relação típica de irmã mais velha e mais nova.
– Se meu marido estivesse aqui ele já teria ganhado. – Serena inflou as bochechas com as sobrancelhas franzidas para as suas cartas.
Khan jogou três cartas de +4 para "consolar" a coitada.
– Ei!! A gente acabou de se conhecer! Que isso!
– Desculpa, Serena. É só que é assim que se joga pra ganhar... – ele fingiu lamentar por ela.
Saulo deu uma risadinha ao ver a cara que ela fez. Mabel estava concentradíssima enquanto jogava com a ajuda do pai.
Frustrada, Serena comprou doze cartas.
– Já perdeu já, Serena. Você vai terminar esse jogo com mais da metade das duas caixas. – Antonella zoou.
– Silêncio. Uma mãe que também é uma mulher de negócios nunca desiste!
Do bolo de cartas que tinha comprado — após o debate para saber se quem compra joga — Serena jogou apenas duas no montinho no meio do círculo.
– Mas é muito ruim mesmo. – Violeta disse impressionada e Odessa riu, cobrindo a boca logo em seguida com os olhos arregalados e as bochechas vermelhas.
– Desculpa. – pediu abaixando o olhar.
– Pode rir. Ela é tão ruim que dá pena. – Angélica lamentou.
Mabel, dando uma risadinha maquiavélica, pegou as quatro cartas da mão do pai, ouviu o que ele sussurrou no seu ouvido e jogou todas no meio.
– UNO! – gritou.
– CORTA UNO!
– NÃO VALEU, TIA VI! EU FALEI PRIMEIRO!
– Droga!
Marcos, tão em silêncio quanto o pai, pegou as duas últimas cartas que lhe restavam na mão e jogou se tornando um dos vencedores.
– Valeu, Bel. Essa foi quase, viu?
Mabel ficou boquiaberta diante da jogada inesperada do irmão.
– Quem ganhou?? – Ester, que tinha sido a primeira a ganhar, pareceu despertar da sua leitura, se inclinando no meio deles para dar uma olhada no jogo.
– Eu. – Marcos respondeu todo orgulhoso, tentando disfarçar.
– Toma, amor. Coloca lá no meio. – Maya sussurrou para Mavi entregando todas as cartas, que continham o mesmo número; 4.
Mavi fez como foi dito e jogou.
– CORTA UNO! – Violeta gritou com os olhos vidrados nelas.
– Mas a gente ganhou!
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O Poder do Amor
ChickLitSe fosse para resumir Maya Bianchi em uma palavra, esta seria "tradicional''. Tradicional e pés no chão, era assim que ela era. Depois de alcançar seus objetivos acadêmicos e se tornar uma das pessoas mais bem sucedidas nas áreas profissionais nas...