Capítulo XXXVIII

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- Eu devia ter seguido o seu conselho e convidado o Seu Zé... - Khan murmurou para ela. Apesar disso, era Maya que estava nervosa. - Apoio moral e tudo mais.

- É... 

- Você está com as mãos geladas, Ma. Olha como suas unhas estão roxas! Pelo amor de Deus...

Ela sabia que se continuasse uma pilha de nervos daquele jeito poderia deixar ele ansioso. E contaminar ele com o seu piti era a última coisa que ela queria.

- Estou bem. Desculpa, eu só estou um pouco nervosa. É automático, não quer dizer que algo ruim vai acontecer. Não precisa se preocupar, vai dar tudo certo. - as palavras saíram da sua boca sem nem sequer serem medidas antes.

- Estou preocupado com você. Será que você pode se sentar um pouco? - ele indicou o banco na varanda.

Os dois estavam ali perto da casa esperando as duas irmãs mais velhas de Maya saírem do carro. Anton já tinha saído e ido correndo para dentro de casa sem mal olhar na direção deles. -- Precisava ir ao banheiro aparentemente.

- Olha só se não é o fugitivo! - Serena disse com um sorriso, finalmente se aproximando deles - Tudo bem? 

- Tudo ótimo. Finalmente nos conhecemos, hein?

- Ai, pois é! Sabe que eu nunca desconfiei da sua amizade com a minha irmã?! Também, não é como se eu passasse meu tempo vigiando a vida dos outros, sabe? - ela olhou de soslaio para Angélica que também caminhava na direção deles com uma cara de tédio.

- Ah, cuidar da vida de vocês era o meu hobbie preferido, irmãzinha. - respondeu ao cutucão quase revirando os olhos. E estendeu a mão para Khan, que a apertou - Sou Angélica.

- Sou Khan. Maya me falava muito de vocês. Você se formou em direito, não é?

- Sim. Doutora Bianchi e tudo mais. E você? Como foram seus oito anos no meio de um monte de loucos patriotas?

- Um pouco difícil no início mas depois a lavagem cerebral começou a fazer efeito. - brincou. 

Serena sorriu e piscou de forma cúmplice para Maya.

- Estou morrendo de fome. Podemos ir logo? - disse já saindo na frente agarrando o braço de Khan, o que surpreendeu as outras duas - Vamos conversar lá. ANTON, AMOR, MAMÃE ESTÁ LÁ NA LAGOA, TÁ? VAI DIRETO PRA LÁ QUANDO ACABAR! Maya, passa o olho nele pra mim, sim?

- Eu... Hum... É claro. 

Logo após isso pode-se ouvir o som da descarga da privada, e logo o pequeno surgiu com os botões e o zíper da calça abertos.

- Aqui, deixa a tia fechar pra você. - Maya se abaixou e o ajudou a ajeitar a roupa - Pronto. 

Ele abaixou a blusa e foi correndo na mesma direção para onde a mãe foi.

- Bom. - Angélica finalmente disse depois de observar tudo com seus olhos de gavião - O que era que você temia mesmo, Maya? 

Maya encolheu os ombros, mirou a irmã mais velha delas praticamente arrastando o seu noivo enquanto - com certeza - fazia seu interrogatório sutil e deu uma risadinha com parte do seu temor tendo aliviado ligeiramente.

- Acho que me preocupei demais a toa. É só Serena, afinal.

- É, pois é... - Angélica jogou o cabelo pra trás quando o vento o bagunçou e tirou um cigarro do bolso, usando um isqueiro vermelho para acender.

Maya assistiu a cena com as sobrancelhas franzidas em choque sem disfarçar.

- Desde quando você fuma?

O Poder do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora