Num certo dia, quando toda aquela chuva parou de fazer visitas no começo da noite até as madrugadas, a sua casa recebeu uma visita inusitada e inesperada:
– Oi, vizinha...
Maya franziu as sobrancelhas ao ver um menino baixinho e gordinho na tela na parede da sala que mostrava a visão que a câmera no portão tinha — coisa que ela tinha instalado já há alguns dias por insistência de Serena e Violeta.
– Olá. – ela respondeu – Posso te ajudar?
Ele estava ofegante, como se tivesse corrido até ali.
– É que... – ele respirou um pouco e se recompôs antes de continuar – Eu moro na casa no final da rua, do lado direito...
– Sim?
– E... Eu queria saber se... – ele corou um pouco, gesticulando todo sem jeito – Se você tem crianças pra eu poder brincar. Porque os meus amigos que costumavam brincar comigo estão fazendo bullying comigo...
Maya fez um biquinho, lamentando quando ele tentou disfarçar a sua tristeza e seu desânimo.
– Poxa, eu sinto muito, querido. As pessoas às vezes podem ser tão cruéis, não é?
– Sim... Bastante.
– Bom, primeiro eu realmente preciso saber: você não veio sozinho, veio? Porque é um longo caminho até aqui.
– Ah, não, a minha mãe tá logo ali me vigiando de longe. – ele apontou, mas ela não podia ver nada além da figura dele – Ela não queria me deixar vir, mas eu insisti. Não aguento mais ficar em casa sem fazer nada, sem amigos pra brincar. E eu já tô praticamente de férias, então... – moveu os ombros.
– Entendi... Bom, eu tenho duas filhas de seis anos. – ela disse – Elas têm as próprias brincadeiras, mas tenho certeza de que vão ficar muito felizes de brincar com você.
– Sério?
– Sim. Mas será que eu posso conversar com a sua mãe primeiro?
– Pode! Ô MÃÃEE, VEM CÁÁ!
Maya reconheceu a mulher de feições delicadas de quando se reuniram dias atrás para resolver a questão da segurança do bairro.
– Ah, é você! – ela disse, e mal se reconheceu, pois fora mais amigável do que costumava ser.
– Sou eu! Você estava na reunião da vizinhança naquele dia, não estava?
– Estava. Nossa, eu não sabia que você tinha filho...
– Eu tenho, esse rapaz aqui. – a mãe sorriu para o menino, ajeitando seus cabelos.
– Só um instante. Já estou indo aí.
Maya calçou as sandálias, ajeitou a blusa sem mangas que usava — tentando limpar a mancha de mamão sem ter muito sucesso — e então fez seu caminho até o portão.
– Olá. – ela sorriu para ambos – Querem entrar?
– Ah, não posso. Estou com feijão no fogo lá em casa. Vim correndo porque ele estava insistindo.
– Sei. Os vizinhos se viraram para o lado maligno da força, não foi? – ela perguntou para o menino que assentiu com um bico – Isso é ruim. Pior do que isso só o tédio nas férias de final de ano. Eu sei como é isso...
– É. Eu já fiz tudo que tinha pra fazer praticamente... – ele começou a dizer em tom de reclamação, e a mãe incluiu:
– Menos arrumar o quarto.
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O Poder do Amor
Genç Kız EdebiyatıSe fosse para resumir Maya Bianchi em uma palavra, esta seria "tradicional''. Tradicional e pés no chão, era assim que ela era. Depois de alcançar seus objetivos acadêmicos e se tornar uma das pessoas mais bem sucedidas nas áreas profissionais nas...