Capítulo VI

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Na sua terceira visita ao orfanato, dias depois, Maya ficou encarregada de dar a notícia a Amabel sobre os exames que ela teria que fazer.

Ela seria acompanhada por Valéria a pedido de Maya, por ser uma das poucas funcionárias que conhecia ali e uma das mais simpáticas. Maya não ia poder acompanhá-las durante os exames pois seria na parte da manhã e ela estaria trabalhando, e também porque infelizmente ainda não tinha obtido a permissão necessária para acompanhá-la nesse tipo de compromisso.

- Vai doer? - ela perguntou fazendo uma carinha de choro.

- Não, vai ser igual uma picadinha de mosquito, bem rapidinho. Bem assim, ó. - Maya mostrou beliscando de leve o braço dela e ela riu.

- Promete?

- Prometo. A tia Léria vai estar com você lá. Ela cuida bem de vocês, não cuida?

- Sim... Eu gosto dela.

- Eu também. - Mavi disse descendo as escadas da beliche com algumas roupas nas mãos - Eu já fiz exame de sangue, Mabel. Dói só um pouquinho. 

- Sim, e é importante não ficar olhando. 

- Por quê? 

- Porque pode te deixar nervosa. - Maya deu de ombros e abraçou Mavi quando a mesma veio para o seu colo por livre e espontânea vontade. Naquela altura do campeonato, Maya já estava se acostumando com aquilo. Era incrível. - Mas não tem problema se quiser olhar também. Você vai ver que não é nada demais. É bem rápido mesmo. 

- Eu lembro que eu só fiquei nervosa na hora. Mas depois quando coloca o algodão nem dói, né? - Mavi olhou para Maya que assentiu.

- Sim, não dói mesmo. Eu faço esse exame todo ano. Agora vamos tomar banho? - ela disse se levantando da cama e indicando para elas irem - Podem ir que eu vou esperar vocês lá embaixo, ok? Pegaram tudo que precisam?

- Sim!

- Sim... Depois você vai voltar? - Mavi perguntou com uma nota de insegurança na voz.

- Vou, amor. Vou estar lá embaixo conversando com a diretora. Daqui a vinte minutos eu subo pra pentear os cabelos de vocês, tá bom? - ela disse e Mavi assentiu, saindo do quarto com Amabel que cantarolava uma música que tinha aprendido recentemente.

Maya acompanhou as duas até o final do corredor e depois desceu as escadas, indo em direção a sala da diretora enquanto desviava dos adolescentes que tinham acabado de chegar da escola.

Ela bateu na porta e disse:

- Dona Matilde?

Quando recebeu permissão para entrar, ela o fez e fechou a porta lentamente, pensando nas palavras que usaria.

- Oh, Maya. Que bom que veio outra vez!

Maya franziu as sobrancelhas, confusa.

- Eu tinha pedido para Lídia te informar que eu tinha chegado... 

- Ah sim, ela me avisou sim. Desculpa não ter ido cumprimentar você. Estou meio ocupada com essa papelada...

- Tudo bem, eu que deveria ter vindo... - Maya sentou na cadeira que ela tinha indicado, dando uma olhada nas inúmeras pastas e nos papéis em cima da mesa da senhora a sua frente - Como Pablo está?

- Ah, ele já saiu. Foi morar com o casal que eu te falei. Aquele que tem um monte de filhas. - ela deu uma risadinha bem humorada - Meu menino levado... Estava com um sorrisão quando se despediu. Marquinhos ficou meio tristinho depois que ele foi mas foi melhorando quando ficou sabendo que ele não ia mudar de escola.

O Poder do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora