Capítulo XXIII

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Eles tinham muito o que conversar. 

Mas infelizmente também tinham muito o que fazer. 

Foi difícil se separar de Khan para que ambos voltassem às suas obrigações. Maya até quis que eles continuassem conversando através dos celulares, porém, devido a máquina que ele usaria, não seria muito fácil para eles se ouvirem.

Por isso, Maya voltou a sua vida temporária de apenas dona de casa e voltou para o segundo andar com os materiais de limpeza. Quando terminou tudo na sala - que tinha virado um escritório improvisado até que meio fofo -, ela foi para a cozinha para fazer uma pequena lasanha para eles almoçarem.

- Aqui, deixa que eu faço isso. 

Khan se ofereceu quando a viu pegar uma das cadeiras pesadas para colocar na varanda.

- Obrigada. 

Ela não pode deixar de assistir quando ele passou a mão pela testa meio suada e pelos cabelos pretos curtos, e desviou o olhar assim que ele voltou a abrir os olhos.

- Vamos almoçar só nós dois? - ele perguntou, totalmente alheio as reações que estava causando nela.

- Sim, as meninas não devem chegar agora... Aqui, toma um pouco de água. Você está suando... - ela ofereceu o copo cheio de água para ele que agradeceu e bebeu rapidamente. Maya olhou em volta vendo que grande parte do matagal já tinha sido eliminada - Nossa, mas você já lidou com a pior parte...

- Sim... A máquina torna tudo mais fácil. - ele sorriu e ela pegou o copo vazio que ele devolvia - Acho que vou demorar um pouco mais para tirar tudo depois. Mais do que demorei agora, quero dizer.

- Não tem problema, eu te ajudo. - ela sorriu meio cansada e fez algumas viagens até a cozinha para trazer o almoço com a ajuda dele enquanto falava - Sabe, estou pensando seriamente em ter um rebanho de cabras. Quem sabe assim eu me livro um pouco desse mato...

Khan riu.

- Nunca pensei que você chegaria a esse ponto, Ma. - ele brincou - Sempre soube que você teria uma casa no campo, mas animais de fazenda? Essa é nova. 

- Ah, espera então pra ouvir a história dos patos e dos coelhos. - ela deu uma risadinha - Mabel me deixa doida com esse negócio de pato. Toda vez em que entramos nesse assunto eu termino me imaginando correndo atrás de uns quinze patos. É aterrorizante. Acho que não era bem esse o futuro que eu queria para mim, sabe? - ela brincou.

- Qual é, Ma, são só patinhos. - ele zombou e recebeu um soco leve no braço.

- Que vão sair por aí sujando tudo e arrumando confusão. E se reproduzindo infinitamente, não podemos esquecer desse detalhe!

Maya o levou até o banheiro atrás da casa perto da área de serviço onde eles lavaram as mãos antes de voltarem para a varanda e iniciarem o almoço.

- Humm... - Khan fechou os olhos suspirando e franzindo as sobrancelhas - Puta merda, achei que nunca mais iria comer algo feito por você... - ele limpou os olhos.

Maya riu, mas parou quando viu que ele estava emocionado de verdade.

- Khan... - ela pegou a mão dele em cima da mesa - Para, vai me fazer chorar também... 

- Me desculpa... Foi mal, virei uma maria mole de uma hora para a outra. - ele disse meio sem graça e apertou a mão dela - Vamos comer? Só esse cheiro já está me matando. 

- Claro, posso dizer tranquilamente que eu evoluí bastante na cozinha. - ela assoprou o pedaço da lasanha antes de provar, tendo uma reação parecida com a dele - Pra quem conseguia queimar até miojo...

O Poder do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora