Dias haviam se passado até que Mavi apresentasse sinais maiores de melhora: estava menos fraca, comendo melhor e já estava voltando à sua animação natural de criança para brincar. Hoje mesmo havia pedido para voltar a assistir as aulas com a irmã - que em momento algum havia mudado sua forma de agir por Maya estar tendo que dar mais atenção a Mavi.
Maya estava aliviada por isso. Estava mais tranquila. Mas ainda tinha coisas para resolver.
Dias atrás ela ligara para Matilde - a diretora do orfanato onde as meninas moravam - mais especificamente para o seu escritório, e fora informada de que o cargo agora estava ocupado por uma outra pessoa, a senhora Betina. E devido a isso Maya não conseguiu as informações que queria sobre Mavi. Talvez, depois que a mulher se organizasse ela conseguisse algum resultado mas... Ela não estava contando tanto com isso.
Ela verificou os documentos que tinha dela e os novos que havia feito recentemente, e tanto ela quanto a doutora não haviam encontrado nada de errado.
Maya suspeitou que não fosse algo necessariamente físico e sim psicológico, essa facilidade de ficar doente. A maioria das pessoas, principalmente crianças, não se expressam de forma tão aberta e, as vezes, um sistema imunológico mais frágil fosse um sinal de que, assim como nos adultos, algo estava errado. A boca podia não dizer mas o corpo, sim.
Sua Mavi estava sofrendo?
Maya ia descobrir.
Vendo que a pequena estava saudável o suficiente para voltar a sua rotina diária, Maya finalmente decidiu ligar para uma agência de babás.
Não era algo que ela queria, pra falar a verdade. Estava se sentindo meio mal até - ela seria uma mãe ruim por isso? Por contratar uma pessoa desconhecida para cuidar das suas pequenas enquanto ela tinha que resolver as coisas?, era o que ela se indagava com frequência. Khan tentava acalmá-la falando sobre o quão comum era mulheres na posição dela precisarem de babá.
O problema era que Maya não podia ficar dependendo das irmãs para ficar com suas filhas, muito menos de Érika, que só estava ali para trabalhar como professora. Nenhuma delas era babá e ela não podia ficar pedindo para que fossem.
O que a consolava era o fato de que não iria ser sempre. Ela ultimamente só estava precisando sair uma vez ou outra afinal, quando tinha algum compromisso de trabalho ou da sua vida pessoal, como consultas médicas.
Uma das suas exigências para com a agência foi que a pessoa fosse a mesma sempre; nada de um dia vir uma moça e no outro, outra completamente diferente. Não, ela queria que suas meninas criassem mais um vínculo com alguém confiável e de presença constante. Como haviam feito com Khan e as irmãs dela.
Maya as vezes também sentia receio de estar exigindo demais das meninas, principalmente de Mavi que ficava ansiosa sempre quando tinha que lidar com pessoas novas. Ela e Érika estavam sempre tomando muito cuidado para que as atividades de aprendizado não fossem um empecilho para as duas serem o que eram: crianças. Mas será que isso era o suficiente? E se a presença de mais uma pessoa nova fosse muito para elas lidarem? E se fosse muita informação para elas?
Maya queria muito que o tempo passasse mais rápido para que Mabel se visse livre do gesso. Faltavam duas semanas inteiras ainda para que ela enfim pudesse começar a passear com as duas. Estava morrendo de vontade de levá-las para passar um dia inteiro em contato com a natureza. E de fazer o tal banho de mangueira no quintal. E de várias outras coisas.
Ela havia conversado sério com as duas ontem a noite na hora do jantar. E ambas concordaram sobre a babá. Maya frisou bastante que ela só viria muito raramente, quando a mãe tivesse um compromisso muito importante. Não era como se ela fosse ficar fora o dia inteiro e largar elas duas com a babá. Não, isso nunca.
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O Poder do Amor
Genç Kız EdebiyatıSe fosse para resumir Maya Bianchi em uma palavra, esta seria "tradicional''. Tradicional e pés no chão, era assim que ela era. Depois de alcançar seus objetivos acadêmicos e se tornar uma das pessoas mais bem sucedidas nas áreas profissionais nas...