Maya e Khan se casaram cinco dias antes do natal.
A pequeníssima e discreta cerimônia aconteceu no quintal da sua casa mesmo, e os convidados foram suas famílias e seu pequeno grupo de amigos.
Nenhum dos dois queria algo grandioso, então Maya optou apenas pela assinatura dos documentos, muita comida gostosa — exatamente como eles tinham planejado quando eram mais novos — e uma refeição caprichada no início da noite.
Tudo saiu conforme o planejado. A família de Khan chegou um pouco atrasada por causa da longa viagem e tiveram que voltar mais cedo pelos seus compromissos no Líbano — foi algo bem repentino para eles, e esse foi o único arrependimento dos dois. De não terem avisado com mais antecedência —, porém Khalid, o irmão mais velho de Khan, escolheu ficar até o final da festa e ainda ajudou no pós. Era um homem de muita energia positiva.
Maya achou engraçado o fato de que praticamente ninguém queria se sentar na mesa onde seu pai estava, e não se surpreendeu quando a própria Érika tomou a iniciativa e começou a conversar com seus pais sem hesitação. Ela não era do tipo que temia mesmo. Mas Maya acreditou que pudesse ser pelo fato de Melanie, junto com a sua filhinha Isabel, estar entrosada numa conversa com Antonella e Odessa.
– Maya. – Serena se aproximou dela com um sorrisinho simpático – Você vai deixar eu levar as meninas comigo hoje, não vai?
– Hã... Serena...
– Não vai me incomodar. – respondeu, já sabendo o que ela diria – Vou colocar todo mundo pra dormir junto hoje, eu, Anton e elas. Acho que vão gostar.
– E se Anton se incomodar?
– Bom... Posso entreter elas caso ele não queira brincar. – deu de ombros sem desanimar – E eu... Também estou precisando de uma distração. – confessou num suspiro, mas logo um sorriso, um que Maya julgou ser um pouco forçado, voltou ao seu rosto – Ficar com elas vai ser bom pra nós duas. Vocês tem que aproveitar sua noite de núpcias, afinal. E bastante.
Maya corou e desviou o olhar para o prato que segurava, voltando a servir mais comida para Mabel.
– Não me diga que vai ser a sua primeira vez. – Angélica surgiu do seu lado de repente e ela quase derrubou tudo no seu vestido branco simples e bonito – Maya...
Ela estava desacreditada.
Serena também parecia querer saber, o que fez Maya bufar e sair do meio das duas rapidamente para pegar um copo.
– O que? Você tem um homem daqueles com você e ainda não... – Serena arregalou os olhos.
– Nem um oralzinho, Maya? – Angélica perguntou quase a matando de vergonha.
– Angélica!
Mas então ela se lembrou do que tinham feito no banheiro no dia do piquenique, e de como ela tinha se sentido bem. Como foi libertador ter as mãos dele no seu corpo e não apenas as dela.
Vendo a expressão dela, as duas mais velhas assentiram uma para outra.
– Hum. Menos mal.
– É, por um momento achei que você era mesmo uma puritana.
Pegando o prato cheio e o copo com suco, Maya xingou as duas e saiu ouvindo suas risadinhas.
Mentiria se dissesse que não estava ansiosa por aquele momento. Queria poder conversar com alguém e colocar pra fora seus temores, como: E se não o agradasse? E se ele se arrependesse de ter se casado com ela na manhã seguinte? E se ela ficasse tão nervosa que não conseguisse fazer nada?
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O Poder do Amor
ChickLitSe fosse para resumir Maya Bianchi em uma palavra, esta seria "tradicional''. Tradicional e pés no chão, era assim que ela era. Depois de alcançar seus objetivos acadêmicos e se tornar uma das pessoas mais bem sucedidas nas áreas profissionais nas...