Aquela semana foi uma das mais corridas que Maya tivera naquele ano.
Além de se reunir com as mulheres do bairro mais vezes para conversarem sobre o que tinham que conseguir — a contribuição delas para a segurança do bairro, além do salário —, Maya também teve que se virar para organizar mais uma viagem com as meninas para a cidade de Érika para aproveitarem uma noite repleta de apresentações magníficas da sua Escola de dança.
Ela também estava trabalhando remotamente, atendendo alguns pacientes através de chamadas pelo seu computador. Passava horas da sua manhã e o horário após o almoço conversando com as pessoas com quem se preocupava e sentia falta o tempo todo. Era gratificante pode ver aqueles rostinhos depois de um bom tempo.
Ela continuaria trabalhando assim agora que estava se dando melhor com relação a organização da sua rotina.
Ela também tinha revisado junto com Érika todos os feitos e êxitos das meninas nos estudos. Elas tinham ido tão bem em tudo que não havia praticamente mais nada para aprenderem no limite da sua idade. Comparado ao sistema de ensino do tipo de escola que Maya pretendia matriculá-las, com exceção das aulas extras — de natação, música, culinária (embora elas estivessem aprendendo bastante com os momentos das três na cozinha), e outras — elas estavam praticamente no mesmo nível. Não tinham chances de ficarem atrasadas nas matérias mais importantes.
Como não tinham muito mais o que fazer, Érika e ela conversaram e chegaram à conclusão de que poderiam, finalmente, dar férias para as meninas — até porque já estavam em novembro. O verão estava chegando e ela pretendia aproveitar bastante com as suas filhinhas.
A semana seguinte seria uma despedida das aulas com a ruiva, mas Maya garantiu as três que continuariam se encontrando com frequência. Ela e Érika também tinham formado uma amizade bastante agradável e Maya não queria deixar a sua primeira amiga ir tão fácil.
Ela manteria suas pessoas por perto dessa vez. Não deixaria ninguém ir embora, por mais que estivessem numa fase ruim ou complicada. Sabia a dor que isso causava e não queria correr o risco de passar por isso de novo.
Naquela altura do campeonato, as obras já estavam praticamente prontas — tanto a do bairro quanto a que estava ocorrendo na sua casa.
A lagoa era outra. Haviam expandido da forma mais natural possível, e acrescentado um bebedouro muito bonito e delicado para pássaros. A cascata de pedras tinha pegado Maya de surpresa: tinha ficado tão linda! Somando com as pedras que cercavam toda água, as plantas de jardim e a grama que havia crescido... Uma perfeição. Que dedicados eram aqueles homens aos seus trabalhos — Maya ficara embasbacada com tudo.
Um dia, num final de semana quando as meninas estavam distraídas brincando com Antonella e Odessa perto da lagoa, Maya aproveitou a chance que teve e, junto com Khan, saíram de fininho para a parte de trás da casa para começarem a construir o local onde os pesadelos dela morariam: o pato e o coelho.
As meninas não sabiam, é claro. Nem sequer sonhavam com a intenção dos dois. Tinham deixado aquele assunto um pouco de lado, e essa foi a deixa perfeita.
– Coelhos são animais bem pacíficos e geralmente se dão bem com outros de estimação. – Khan disse enquanto feria o solo debaixo dos seus pés para a formar uma pequena piscina para os bichinhos – Tenho quase certeza de que não há problema em criar os dois juntos.
Maya estava com um pouco de dificuldade em focar em qualquer coisa que não fosse os músculos do homem amostra. Ela tentava não ter pensamentos muito vulgares, mas tudo que estava querendo era ser aquela ferramenta apenas para poder estar entre as mãos fortes dele.
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O Poder do Amor
ChickLitSe fosse para resumir Maya Bianchi em uma palavra, esta seria "tradicional''. Tradicional e pés no chão, era assim que ela era. Depois de alcançar seus objetivos acadêmicos e se tornar uma das pessoas mais bem sucedidas nas áreas profissionais nas...