Violeta passou os próximos minutos falando e falando, toda boba com as pequenas. Amabel estava adorando e Mavi estava aos poucos se soltando enquanto brincava e conversava.
Maya confessava que tinha ficado meio hesitante com o aparecimento repentino da irmã mais nova e a reação das meninas. Achou que elas reagiriam mal, principalmente Mavi por conta de sua vergonha. Mesmo no parquinho em que foram e na farmácia ela demonstrara sinais de acanhamento. Então vê-la reagindo daquela forma com uma pessoa nova - e essa pessoa sendo Violeta - a fez se tranquilizar.
E concluir que tudo que sua pequena precisava era de amor e carinho para aprender a se amar sem precisar ficar se escondendo. Ela ia dar seu melhor para ajudá-la a superar aquilo.
Num certo momento, quando Maya estava lavando louças outra vez - era uma mania dela sempre lavar a louça depois de usar - Violeta passou pela cozinha rapidamente antes de passar para o banheiro. E quando voltou, estava com as bochechas vermelhas de tanto sorrir.
- Elas são tão fofinhas, Maya! - ela disse baixinho e pôs as mãos molhadas nas próprias bochechas, entortando levemente o óculos. - Quero pra mim! Mavi é uma gracinha e Mabel é tão pitica!
Maya riu e balançou a cabeça.
- Elas são uns anjinhos.
- São tão inteligentes também. E são comportadas. Nunca vi uma criança comportada assim. As que eu conheço são tudo encape-- digo, agitadas e malcriadas. Com exceção de Anton, é claro. Aliás, eles precisam se conhecer. Acho que vai ser bom pra ele. - ela disse pensando.
- Vai sim. Crianças precisam manter contato com outras crianças. É um ótimo estímulo para a socialização e, no caso dele, a fala. E também--
- É, eu sei. - Violeta a interrompeu sem nem perceber, sacando o celular - Olha a invejosa da Antonella me mandando mensagem. Vou jogar na cara dela que eu tô aqui e ela não!
- Você não deveria estar na escola? - Maya ergueu uma sobrancelha para ela.
Violeta ficou sem graça e foi saindo de ré discretamente, dando uma risadinha.
- É que... É, pois é. A gente saiu um pouco mais cedo...
Maya continuou olhando para ela desconfiada. Mas Violeta deu de ombros e mudou de assunto:
- Eu vim pra dormir aqui, tá?
- Tudo bem. - Maya concordou.
- Eu só trouxe essa bolsa com minha escova de dente e meu notebook. E umas outras coisinhas importantes. Ainda bem que suas roupas cabem em mim, né?? Enfim! Meninas! - ela gritou e foi para a sala saltitando - O que acham da gente dar um tour pela casa? - ela parou de repente e se virou pra Maya de novo, sorrindo enquanto a mesma aproximava - Eu já falei que adoro o jeitinho que elas falam? Elas são tão fofinhas querendo falar igual gente grande, pronunciando tudo errado... - ela ficou séria de repente com uma expressão pensativa - Me pergunto se é porque elas talvez passem mais tempo com adultos do que crianças...
Maya assentiu e seguiu para a varanda com ela.
- É isso mesmo. Elas raramente ficam com as outras. Elas... - Maya pensou numa forma de dizer sem parecer uma imatura que se chateia com crianças - As outras não se incomodam de incluí-las nas atividades... E elas também preferem ficar sozinhas brincando ou jogando no andar de cima.
- Sério?! Como ousam...! - Violeta ficou vermelha.
- Mabel, a sua dor melhorou, querida? - Maya perguntou com carinho e ela assentiu.
Elas estavam brincando com as peças do tabuleiro como se fossem bonecos. E pelo visto a rainha estava fugindo com um cavalo para o outro reino (a ponta da mesa onde as quatro torres faziam uma espécie de muralha).
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O Poder do Amor
ChickLitSe fosse para resumir Maya Bianchi em uma palavra, esta seria "tradicional''. Tradicional e pés no chão, era assim que ela era. Depois de alcançar seus objetivos acadêmicos e se tornar uma das pessoas mais bem sucedidas nas áreas profissionais nas...