- Estão prontas? - Maya perguntou abrindo um sorriso.
As meninas soltaram gritinhos animados, ambas com brincos novos nas orelhas.
Maya pôs a senha e os portões de casa se abriram, revelando um lindo quintal digno de contos. Sua casinha logo em frente, esperando por elas de portas abertas.
Ela estacionou o carro na garagem e saiu rapidamente para tirar as meninas.
Mavi pulou do carro, saiu da garagem e olhou em volta com os olhinhos brilhando.
Maya viu aquilo e sorriu, torcendo internamente para que elas gostassem do futuro lar delas.
- Quanta planta! - Mabel disse fazendo Maya rir - Eu gosto. Eu gosto de flor.
- Eu também... - Mavi disse baixinho, mexendo em uma delicadamente.
- Meu sobrinho também gosta bastante... - Maya comentou, imaginando que os três iriam gostar de se conhecerem. - Querem ver o quintal antes ou querem entrar pra comer alguma coisa?
- Eu quero ver a lagoa. - Mavi pediu e Mabel concordou.
- Eu também!
Maya caminhou com as duas pelo quintal com toda a calmaria que sua personalidade permitia. E sorria toda vez que percebia as meninas entretidas e impressionadas com algum detalhe que era novidade pra elas.
Maya até entendia o entusiasmo de Mabel - pois por ficar tanto tempo presa no segundo andar do orfanato e ter vivido os poucos anos da sua vida na condição em que vivia com o pai e o irmão mais velho, era compreensível ela se empolgar tanto com coisas simples -, mas o da Mavi a fez refletir sobre quais eram as verdadeiras condições em que ela vivia naquela casa em que moravam. Será que ela realmente se escondia e se recusava a brincar com as outras crianças tanto assim ao ponto de sequer ir dar uma volta pelo quintal, além de ser para ver o amigo jardineiro dela que havia a presenteado com um tabuleiro de xadrez?
Em um certo momento, Mavi se virou para ela e indagou:
- Eu posso entrar na água? - falou mexendo os pezinhos no ar. Elas estavam sentadas num banquinho de madeira que havia ali.
- Está frio, amor. Não quero que fique doente. Vamos deixar pra fazer isso quando estiver quente, pode ser? - Maya passou a mão pelos cabelos dela e ajeitou as trancinhas - Podemos comprar biquínis e tomar banho de mangueira quando estiver sol. Vai ser muito legal, vão vai?
- Vai...
- Quando que a gente vai comprar biquíni?? - Amabel tirou a atenção da flor e da borboleta que estava assistindo e se virou para elas num raio, com os olhos arregalados - A gente vai na praia?? Eu nunca fui na praia!
Maya suspirou e sorriu, explicando para ela o que tinha acontecido. Acabou que, para Mavi não ficar tão frustrada, ela deixou que elas colhessem algumas flores e colocassem na água para "deixar mais bonito". As duas gostaram da ideia e logo estavam se divertindo com a atividade.
- Vamos entrar agora?
- Vamos.
- Tia Maya, meu pé tá doendo...
Maya a pegou no colo e deu a mão a Mavi, indo em direção a casa com elas. Quando chegou na varanda, colocou as duas sentadinhas ali e foi no carro pegar o remédio de Amabel.
- Pronto. A dor vai melhorar já já, ta bom? - Maya disse para ela que assentiu, e então a abraçou, lamentando silenciosamente. Depois segurou o rosto dela com as duas mãos e olhou-a nos olhos para passar segurança - Depois que você fizer a cirurgia, seu pé nunca mais vai doer! Nunca mais. Nós vamos cuidar muito bem dele e logo logo vocês duas vão correr por todo esse quintal o tempo todo. Vão me deixar doidinha, já tô até vendo!
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O Poder do Amor
ChickLitSe fosse para resumir Maya Bianchi em uma palavra, esta seria "tradicional''. Tradicional e pés no chão, era assim que ela era. Depois de alcançar seus objetivos acadêmicos e se tornar uma das pessoas mais bem sucedidas nas áreas profissionais nas...