- Mãe, nós poderíamos ir até seu ateliê? As meninas gostariam de ver as bolsas...
- Ah... - Ângela olhou para a louça que estava ajudando a colocar na mesa para todos poderem começar a comer, e só quando uma das empregadas, vendo a intenção e a hesitação dela, garantiu que ela e as outras dariam conta, ela concordou - Vamos. Vou levar vocês lá.
Maya agradeceu mentalmente enquanto ia com suas meninas pelo corredor até o outro lado da casa.
- Não tem muitas bolsas novas já que não tive muito tempo essa semana pra tricotar.
- É mesmo? O que a senhora tem feito?
- Ah... - ela pensou por uns momentos, o que Maya estranhou - Tenho ajudado seu pai com o trabalho.
- Hum... Sei...
- Aqui, queridas, olhem que fofas essas daqui.
Mavi fez um som alto de surpresa ao vê-la pegar uma bolsinha roxa.
- Ma, tem de sapo!
- Eca! - Mabel fez careta.
- Você gostou da de sapinho? - Ângela sorriu com as sobrancelhas franzidas e pegou-a da vitrine. - Essa?
- Sim... - Mavi a pegou e olhou para Maya pedindo permissão.
- Vamos ficar com ela. - ela tirou a quantia exata do bolso e estendeu para a mãe - Aqui.
- Não, não precisa. Você sabe que pra vocês eu não vendo nada.
- Mãe, para com isso, aceita logo. É um trabalho que a senhora vez.
- Não. Não quero. - ela empinou o nariz e pegou uma bolsa rosa para Mabel em formato de flor - Aqui, querida, o que achou dessa?
Mabel olhou para a bolsa verde de sapo de Mavi, colocou um dedo na boca e murmurou.
- ...Não tem de patinho?
Maya lançou um olhar implorador para a progenitora que apertou os lábios.
- Infelizmente não tem, amor. Vovó não fez...
- Ah...
- Aceita, Mabel. Podemos ver amanhã se achamos uma de patinho. - Maya falou baixinho pra ela - E essa combina com aquele casaco bonito de brilho que você ganhou da tia Serena, lembra?
Mabel olhou para a bolsa, pensou e pensou e então finalmente aceitou. Maya quase suspirou de alívio. Sabe-se lá o que sua mãe iria pensar se ela fizesse desfeita.
- Obrigada, vovó.
- Obrigada... - Mavi agradeceu também. Deu pra ver que estava quase dando pulinhos ao colocar sua bolsa verde nova pendurada nos ombros.
- De nada, meus anjinhos. - Ângela sorriu para elas e voltou sua atenção para Maya - E você, minha menina grande? Quer uma também?
- Ah não, obrigada. Estou bem.
- Tem certeza?
- Absoluta. Obrigada, mãe.
- Disponha. Bem, agora vamos lá almoçar antes que esfrie tudo. Os outros já devem estar reclamando por não poderem começar a comer sem a gente! - ela deu uma risadinha e foi na frente.
Maya sorriu para as suas meninas depois de analisar e concluir que elas ficaram mesmo satisfeitas pelos presentes e então respirou fundo antes de seguir pelo corredor.
Ela só esperava que aquele almoço não demorasse tanto. Não suportaria ter seu pai olhando daquele jeito para suas filhas. Elas podiam não entender muito mas conseguiam sentir quando tinha algo de errado. Se elas percebessem que, embora o senhor Bianchi tivesse "dado permissão" para Maya adotar as duas, ele ainda não tinha aceitado-as na família, ficariam arrasadas.
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O Poder do Amor
Literatura FemininaSe fosse para resumir Maya Bianchi em uma palavra, esta seria "tradicional''. Tradicional e pés no chão, era assim que ela era. Depois de alcançar seus objetivos acadêmicos e se tornar uma das pessoas mais bem sucedidas nas áreas profissionais nas...