Capítulo XLVIII

30 7 0
                                    

Como havia dito, Érika tinha dois cavalos cujos nomes Maya nunca se lembrava. Eram mansos e grandes; seguros o suficiente para as meninas poderem se sentar nas suas celas. Assim, elas andaram por todo aquele lugar a cavalo.

Maya observou a cena de longe, sentada de onde estava numa das mesas de piquenique embaixo da árvore majestosa próxima a entrada.

O almoço havia acontecido ali. E agora que todos estavam de barriga cheia e as meninas estavam matando tempo se divertindo com Érika e seus cavalos, Maya estava tirando um tempo para si. Aproveitou e respondeu alguns e-mails e ligações de trabalho que tinha recebido.

Pelo visto a escola onde havia dado uma palestra há um tempo estava considerando recrutá-la outra vez, agora para poder conversar exclusivamente com alguns alunos que o corpo docente julgava necessitar de uma atenção maior.

Além disso, também estavam precisando de seus serviços duas empresas de grande nome. Precisavam de uma terapeuta particular por um tempo indeterminado, e o nome dela, de um jeito ou de outro, acabou surgindo naquele meio.

Maya não pretendia negar nenhuma daquelas ofertas, afinal, ela agora tinha Odessa para ficar com as meninas sempre que precisasse. E também, apesar de se sobrecarregar às vezes com as tarefas em casa e até mesmo as meninas, ela estava sentindo falta de trabalhar presencialmente. Apenas escrever os capítulos finais do seu livro não estava sendo suficiente para saciar sua mente acostumada a ajudar pessoas.

– Olha, mamãe!

Ela ergueu o olhar e acenou sorrindo para suas meninas que retornavam com os cavalos.

– Chega de cavalgar? – ela perguntou alto para ouvirem.

– Não!!! – as duas gritaram juntas.

Érika e seu marido riram e dispensaram o olhar de desculpa dela.

Maya viu os quatro levarem os animais para beberem água, e a professora convenceu as duas a descerem para poder mostrar e comentar sobre a forma como eles bebiam água.

Ambas pareciam interessadas e ouviam atentamente, o que fez Maya sorrir com certo orgulho.

Mais tarde, as quatro foram dar um passeio pela cidade. Foram em vários pontos turísticos, lojas, praças e lanchonetes. Uma em particular chamou a atenção de Maya, pois lhe era familiar de certa forma, mesmo que nunca tivesse estado lá.

– Boa tarde, Dona Jô. – Érika cumprimentou ao passar pela porta de vidro com o clássico sininho em cima.

– Ah, Érika, quanto tempo! – a velha senhora, com muito notáveis cabelos brancos e mãos enrugadas, exclamou surpresa.

– Quanto tempo mesmo, hein. Como estão as coisas?

– Estão ótimas. E quem são essas três moças bonitas com você?

– São turistas de outra cidade. – Érika respondeu com uma risadinha – Essa é Maya...

– Boa tarde. – Maya sorriu para ela que a correspondeu prontamente.

– ...E essas são as duas filhas dela: a Mavi e a Amabel. E minhas alunas. – a ruiva disse com certo orgulho erguendo uma de cada vez para sentá-las nos bancos em frente ao balcão.

– Ai que gracinha! Sabe, sinto tanta falta de ter crianças por aqui... – ela foi dizendo enquanto trabalhava junto com os outros funcionários – Não que não recebamos crianças, só que a maioria são adolescentes, na maior parte do tempo. E meus netos, incluindo essa daí – ela apontou com o queixo para Érika que revirou os olhos – Se recusam a me dar mais netinhos, sabe?

O Poder do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora