Capítulo XV

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Na manhã do dia seguinte, na terça-feira, Maya estacionou o carro em frente a borracharia se sentindo um pouco tensa. 

Olhou para trás rapidamente e viu as meninas entretidas com um livrinho infantil sobre animais de fazenda que haviam trago.

Aquela visita não iria ser como planejara, mas talvez não fosse tão ruim assim. 

- Ok. Mudanças nem sempre são sinal de fracasso, Maya. - ela sussurrou para si mesma respirando fundo e então tratou de colocar um sorriso no rosto. - Vamos indo, meninas?

- Simm. - Mabel respondeu no automático sem nem mesmo olhá-la.

- Onde a gente tá?

Maya tirou o cinto de segurança e pegou o celular, guardando-o no bolso da calça.

- Estamos numa borracharia. Preciso ter uma conversa importante com uma pessoa então se comportem e não saiam do meu lado, entendido? - ela falou seriamente.

Elas concordaram e Maya saiu do carro, indo até a porta de trás para ajudá-las a sair dos assentos.

- Ma, tô com fome-- papai! - Mabel gritou de repente ao sair do carro no colo de Maya - Ma, é o meu papai!

- Eu sei, amor. 

Um homem alto, de quarenta anos no máximo, olhou na direção delas de sobrancelhas franzidas enquanto segurava um pano sujo e limpava as mãos.

Maya, por alguma razão, quis revirar os olhos para a expressão dele. Mas apenas se aproximou segurando a mão de Mavi firmemente após deixarem o carro.

- Papai!

- Mabel. - ele disse em um tom surpreso, embora não demonstrasse muito com suas expressões fechadas na direção de Maya.

- Papai, eu senti saudade!

- Ah, eu também senti, pitiquinha.

Foi inevitável deixar Mabel ir para o colo dele, pois ela se jogou na sua direção com tanta intensidade que Maya não pode fazer nada a não ser deixar aquele homem - que tinha olhos verdes surpreendentemente bonitos e gentis - pegá-la. 

- Papai está com as mãos sujas, querida. - ele disse, porém a abraçou assim mesmo dando uma risadinha de olhos fechados.

- Bom dia, senhor. 

Ele deixou de brincar com Mabel e a encarou perdendo o sorriso que dava para a filha.

Seja educada, Maya. Não fique pensando no fato de ele ter tido relações com uma menor de idade. - ela quase pode ouvir a voz de Serena dizendo na sua mente.

- Bom dia. Quem é você? E por que está com a minha filha?

- A gente tá morando junta! - Mabel respondeu no lugar dela com dificuldade em tirar o cabelo que voava no rosto.

Maya sentiu o olhar de Mavi em si, e por isso olhou para ela e sorriu para mostrar que estava tudo bem antes de voltar a encarar o homem a sua frente.

- Meu nome é Maya Bianchi. Sou a mãe adotiva da sua filha. - ela agradeceu mentalmente por não ter gaguejado. 

- Ah. - foi tudo que ele disse.

Mabel começou a tagarelar com ele, e Maya não pode se impedir de sorrir ao vê-la tão animada. Até mesmo se enciumou um pouco por não ser a razão de tal sentimento.

- Vim aqui trocar algumas palavras com o senhor. - ela ergueu a voz outra vez e ele a olhou - Será que podemos conversar por alguns minutos?

- Hm... É claro. - ele a encarou de cima abaixo por uns momentos. Encarou Mavi e então olhou para Amabel com uma expressão mais suave - Vamos lá dentro.

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