O Poder do Amor

Capítulo XXXVII

- Me desculpa mesmo, Maya. Ela tinha pedido um pouco de melancia e eu dei um pedaço pra ela. Parti e vi ela comer. - Khan indicou a parte verde menor que tinha sobrado do que ele tinha tirado para Mabel. Um pedaço bem adequado para uma menina de cinco anos, ela achou - Ela ficou quieta. Só ouvia ela mastigando. Achei que ainda estava comendo a parte que eu tinha dado. Não vi que tinha pegado a melancia toda e estava comendo. A culpa foi minha por não ter virado pra ver. 

- Você estava ocupado surtando com as panelas. É compreensível. - ela deu tapinhas no ombro dele como consolação - Já conseguimos resolver. Não se preocupe com o passado.

Khan ainda pareceu frustrado consigo mesmo pelo seu erro, mas não falou mais nada.

Maya ficou na ponta dos pés e beijou a bochecha dele.

- Amo você. - sussurrou no ouvido dele, o que o fez olhá-la com o mesmo sentimento, apaixonado - Tenho uma coisa pra te contar.

- O que é?

- Conversei com elas sobre nós. 

Ele arregalou os olhos e corou. Completamente adorável.

- E aí?

Maya se virou para ele quase dando pulinhos. Suas bochechas também vermelhas.

- Elas aprovam. 

Ele soltou o ar com um alívio sem tamanho, o que a fez rir de forma livre e desimpedida.

- Ufa. Sinto que a parte mais difícil já passou. - brincou passando a mão pelos cabelos curtos. Maya riu - O que elas disseram?

- Que querem que nos casemos e deixemos elas terem os bichos. 

- O pato e o coelho? - ela assentiu - Ah, tudo bem... Já posso começar a construir as casinhas ou...

Ela riu e empurrou o ombro dele.

- Vamos dar um jeito nesse quintal primeiro. Não faço ideia do que fazer com ele.

- Pode fazer uma horta. Tem espaço de sobra pra isso, Ma. Já se imaginou cozinhando suas próprias cenouras e batatas? Um pomar também seria incrível.

Ela olhou para ele, considerando aquela ideia.

- E as meninas iam gostar bastante. - acrescentou de boca cheia enquanto mastigava uma maçã. 

- É uma boa ideia... - ela refletiu, gostando da imagem que lhe veio a mente. Mas logo balançou a cabeça - Enfim, vamos deixar pra pensar nisso depois! Vamos terminar nosso almoço!

- Sim, vamos. - ele voltou ao trabalho, mas então parou - Mas não já terminamos? Só falta colocar a mesa.

- É mesmo. Falta só guardarmos essas coisas na geladeira e arrumarmos a mesa. - ela franziu as sobrancelhas ao ouvir gritinhos - MENINAS, TÁ TUDO BEM AÍ FORA?

- UM MOSQUITO!

- MAMÃE, O MOSQUITO TÁ ME ATACANDO!

Ela largou tudo e foi para lá, lutando bravamente contra o inseto gigante e barulhento usando seu mais fiel pano de prato.

- Pronto, já foi embora. Venham lavar as mãos pra almoçar.

- Mamãe, eu tô com fome... Mas a minha barriga tá cheia... - Mabel reclamou emburrada com as mãos na pança.

- Por que será, né?

- Não sei...

Mavi deu uma risadinha sapeca e saiu correndo para dentro de casa em direção ao banheiro.

Maya foi pegar Mabel no colo, mas a mesma negou e pegou as muletas, querendo ir sozinha. 

A mãe, sem muita escolha, apenas acompanhou seus passos calmamente, vigiando qualquer sinal de algo no caminho que pudesse fazê-la cair.