Estou até agora tentando entender pq tanto ódio com a Diana e a Lyra. Ambas não fizeram nada além de estar tentando ajudar as pessoas que estão sofrendo por conta da rainha. Mas todo mundo odeia elas pq elas não gostam da Kay. Assim, não faz o menor sentido, galera. Não precisam odiar um personagem pra passar pano em outro. Eu fico pasma quando vejo comentários do tipo "Kay tem que matar a chata da Diana", "Kay é a maioral". Tudo bem, ninguém é obrigado a gostar delas. Mas na minha opinião, o ódio é super gratuito e sem sentido. E pra ser sincera, eu costumo gostar mais ainda dos personagens que vcs odeiam sem qualquer motivo, pq eu criei os personagens e sei quando o ódio é justo ou não.
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Kayla
Trevis está me olhando como se nunca tivesse me visto na vida antes. Ela parado, ofegante e com um corte no braço. É engraçado como ele parece ter crescido muito em tão pouco tempo. Parece até outro garoto. Mais forte. Mais corajoso. Mais destemido. Está segurando a espada com tanta força que parece que quebrará o cabo dela com a própria mão. Mas fico feliz em vê-lo sorrindo pra mim.
—Roubando maçãs ainda? —Indaguei, parando na frente dele, enquanto empurrava uma daquelas estátuas de gelo para o chão. Se não podemos matá-los, então vamos congela-los e impossibilita-los.
—Só quando é necessário. —Afirmou, com o rosto moreno se curvando em uma careta. —Como sabia onde estávamos?
—Não sabia. Estava procurando uma pessoa quando vi vocês e os guardas. —Olhei para a estátua de gelo despedaçada no chão. —Se é que podemos chamar isso de guardas.
—Então já sabe sobre eles?
—Que eles não morrem? Sim. Cedric me contou. —Os olhos dele se arregalaram tanto que me obriguei a rir. —Pois é, já encontrei com ele. Está bem, se quiser saber. Podemos encontrá-lo e...
Parei de falar, erguendo os olhos para as duas pessoas paradas a alguns metros. Já tinha as visto ali. Mas não tinha percebido o quão tenso o ar estava entre nós. Não posso julga-las. Matei a família da princesa e quase matei Lyra na Cidade dos Ossos. Entenderia perfeitamente se qualquer uma delas quisesse enfiar uma espada no meu coração.
—Lyra. —A cumprimentei, tentando focar as lembranças que tinha dela quando eu estava na biblioteca. —Princesa.
—Valeu por isso. —Lyra indicou os guardas com a cabeça, muito lentamente. —Parece que andou treinando bastante com as safiras.
—Com a de água principalmente. —Dei de ombros. Não era mentira. Passei tanto tempo no mar que usei praticamente apenas ela nesse tempo. —Fiquei sabendo da novidade. —Girei a safira nos meus dedos, tensa. —Guardiões, não é?
Estava pisando em ovos. E elas também. Parecia que qualquer passo em falso e uma de nós três iria explodir.
—Isso a incomoda? —A princesa perguntou, fazendo meus olhos se erguerem até os olhos. A indiferença e a raiva contida estavam ali, tão claras pra mim.
—Não faz muita diferença. As safiras ainda são minhas, independente do que vocês sejam. —Dei de ombros. —Não fiquei surpresa, na verdade. —Olhei para Lyra, focando meus olhos nos dela. —Conseguiu a sua aventura, fada.
—Consegui bem mais que isso. —Ela quase sorriu quando segurou a mão da princesa. —Mas ainda temos um longo caminho a percorrer. —Ela me fitou, antes de desviar os olhos. —Pensei que não quisesse as safiras.
—Não queria muitas coisas. Mas não tive escolha na maioria delas. —Soltei o ar com força, deixando a safira desaparecer da minha mão. —Cedric está em uma fazenda ao norte da cidade, depois dos pomares de maçã. Uma boa caminhada pela floresta até la. —Pressionei meus lábios, esfregando meus dedos na calça. —Eu estava procurando o Devlon. Descobrimos algumas coisas interessantes sobre a rainha e temos algumas ideias...
—O que isso significa? —Lyra indagou, parecendo confusa. —O que está querendo dizer?
—Hm... não sei o que quer ouvir, Lyra. —Esfreguei minha testa, sentindo as gotas de chuva começarem a cair do céu. —Cedric pediu minha ajuda. Estou tentando fazer o que está ao meu alcance, sem machucar as pessoas com quem me importo. Kenji e Axel principalmente. —Mordi o lábio e dei de ombros.
—Então? —Ela insistiu.
—Sinceramente? —Neguei com a cabeça, tentando pensar. —Não me importava muito com o mundo antes e continuo não me importando. Mas não significa que concorde com o que está acontecendo. Cedric me pediu ajuda e como eu disse, estou fazendo o que está ao meu alcance.
Ficamos em silêncio. Nós quatro. No meio daquelas estátuas de gelo e da chuva que aumentou, nos deixando ensopados. Olhei para cada um deles, sabendo que Trevis era o único que estava feliz em me ver. Bem, não importava. Estou acostumada a receber o ódio de muitas pessoas, incluindo da minha própria falecida mãe. De duas garotas como elas é moleza.
Como nenhum deles disse mais nada, comecei a andar, sentindo meus cabelos grudando no meu rosto. Ainda tinha que encontrar Axel. Decidimos nos separar quando percebemos que seria mais fácil encontrar Devlon assim. Mas não havia sinal dele ali. E apesar de eu estar com muita vontade de quebrar seu pescoço, não estou afim de correr atrás dele pelos reinos.
Não disse nada quando Trevis começou a me seguir, seguido pelas duas. Enfiei as mãos no bolso e pensei no que fazer a partir daquele momento.
[...]
Axel estava esperando no início da floresta. Uma máscara fria e indiferente no rosto. Seus olhos se suavizaram ao me ver, antes de ficarem duros ao perceber quem estava atrás de nós. Ele ainda estava irritado pelo melhor amigo estar tecnicamente namorando com Cedric. Não sei o que vai pensar em ver os outros três ali. Da última vez, o deixei quando eles apareceram. Da última vez, descobri coisas que preferia até hoje que fossem mentiras.
—Achou onde? —Indicou eles com a cabeça, repuxando os lábios em reprovação.
—Na rua. Sendo atacados por alguns guardas. —Passei por ele, deixando que me acompanhasse de perto, enquanto começávamos a andar pela floresta, com a chuva caindo sobre nossas cabeças.
—Não gosto deles. Não gosto de nenhum deles. —Afirmou, soando frustado. —Não podemos simplesmente deixar isso de lado e voltar ao mar?
—Não, não podemos. Vocês começaram isso. Você e Kenji. Então vamos por um ponto final também. —Afirmei, esfregando o rosto com as mãos, para aquecer minhas bochechas geladas da chuva. —E você não gosta de ninguém. Isso não é nenhuma surpresa.
—Eu gosto de você. —Retrucou, soando um pouco cansado. —Mesmo você sendo uma mendiga irritante.
—Cale a boca. —Mandei, escutando ele rir. —Vamos usar o Livro das Revelações de novo. Andei pensando, ainda não sabemos ao certo o que há naquela ilha que o rei dos mares descreveu. Podemos pedir ao livro para nos mostrar o que é e como chegar lá. —Esfreguei minha nuca dessa vez. —É um dos tesouros dimensionais. Para alguma coisa deve servir. Pode nos ajudar de alguma forma.
—Quer entrar em alto mar para voltar a procurar aquela ilha? —Ele ergueu as sobrancelhas, parecendo cético. —Com aqueles quatro juntos?
—Tem alguma ideia melhor? —Indaguei. —Porquê, sinceramente, não estou afim de esperar a rainha brincar com a minha cabeça de novo, Axel. Já estou com raiva dela o suficiente.
—Tudo bem. —Ele deu uma olhada pra trás, fazendo uma cara de infelicidade, antes de voltar a olhar pra frente. —Tenho certeza que vai ser uma viagem super agradável.
Continua...
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Um Mundo de Sombras / Vol. 2
FantasyUMA CONJURAÇÃO DE MAGIA: PARTE II A Rainha das Rainhas foi julgada e condenada a uma prisão em seu próprio reino. Vivendo esquecida por séculos, agora ela está livre para governar os quatro reinos do continente. Usando magia das trevas para controla...