Kayla
Por um tempo senti o poder das safiras nas minhas mãos, depois, senti quando o poder se partiu e se estendeu em várias direções, parecendo procurar algo a se agarrar. A magia queimou no meu sangue, fazendo até mesmo meus ossos doerem pela intensidade que ela estava agindo, se expandindo. Senti Trevis segurar minha mão e a apertar, parecendo estar sentindo o mesmo que eu.
As sombras de Axel regrediram, voltando para ele enquanto as criaturas das sombras ainda lutavam contra os guardas que não paravam de surgir das portas laterais, enquanto aqueles ainda inteiros voltavam a ficar de pé e erguer a espada para lutar. Olhei na direção que Diana estava, vendo-a de joelhos no chão, encarando as próprias mãos.
—O que você fez? —A rainha exclamou, com uma magia de tom violeta se arrastando sobre ela como as sombras de Axel costumavam agir com ele. —O que você fez?
—Estamos dando a você uma luta de verdade. —Afirmei, fazendo os olhos dela se voltarem pra mim.
Lyra tinha aproveitado todo caos para se afastar da rainha e agora estava de pé em um dos cantos da sala, parecendo cansada. Diana ficou de pé também, tirando os cabelos ruivos que grudavam na sua testa, olhando para a rainha com a cabeça erguida. Trevis apertou minha mão e eu a dele, enquanto nos quatro sentíamos aquela ligação se encaixando entre nós, enquanto as safiras pareciam presentes em cada canto daquele salão e não apenas ao redor de mim como sempre era. Seu poder parecia ter aumentado. Estava mais quente e vivo.
—Eu dei a eternidade a você! —Seu rosto se curvou em fúria, enquanto seus olhos queimavam na minha direção. —Fiz um acordo com você. É assim que me agradece?
—Gosto de acordos, vossa majestade. Mas vai perceber, que gosto mais deles quando o lado oposto cumpre sua parte. —Os quatro poderes se concentraram na minha mão, enquanto eu sentia os outros puxando o poder para si também, o dividindo comigo. —Mas você não cumpriu a sua!
Ela nos atacou primeiro, com aquela magia roxa cobrindo o espaço e vindo na nossa direção. O chão se abriu na nossa frente e uma barreira de rochas se ergueu, absorvendo o impacto daquela magia e a impedindo de chegar a nós. Axel estava ocupado com os guardas, desaparecendo no meio das suas sombras que voltavam a tomar conta de parte do salão.
Assim que a barreira rochosa caiu, Diana criou uma onda de chamas e lançou na direção da rainha. Fiz o mesmo, sentindo o poder se conectando com nós quatro, como se estivéssemos unidos e não lutando pelo maior controle do poder. Mas aquilo parecia a coisa mais certa. Eu não era mais a única. Haviam quatro conjuradores naquele salão e os quatro detinham o poder das safiras igualmente.
Aquela magia roxa envolveu a rainha, a protegendo e absorvendo as chamas quando elas a atingiram. Trevis se ajoelhou no chão e ele tremeu, com raizes surgindo e estalando no ar quando cresceram e tentaram agarrar a rainha. Eu, Lyra e Diana trocamos olhares, assentindo uma para a outra quando chegamos a mesma conclusão. Enquanto a rainha tentava se livrar das raizes que se agarravam as pernas e ao tronco dela, nós três tomamos posições diferentes, deixando o poder fluir sobre nós.
Ao mesmo tempo, deixamos a magia dos quatro poderes brilhar nas nossas mãos, como sombras vivas de fogo, ar, água e terra. E ao mesmo tempo nós três lançávamos aquilo na direção da rainha, a atingindo por três lados diferentes.
Ela soltou um grito, caindo de joelhos no chão enquanto sua magia tentava lutar contra a nossa, cada vez que intensificávamos ainda mais nosso poder sobre ela. Vi quando aquela magia roxa brilhou com o que pareciam raios que se misturavam com a nossa magia, como uma casca ao redor dela.
Trinquei os dentes, sentindo meu sangue queimar enquanto a magia fluía de mim, parecendo sugar cada gota da minha energia. Meus olhos se fecharam com força, quando senti a magia da rainha começar a ceder sobre a nossa, pronta para perder.
O grito da rainha preencheu o ar, antes da magia das trevas explodir ao redor dela, junto com aquela eletricidade que corria nas suas veias. Senti o baque da magia com tanta força que fui jogada para trás, sentindo minhas costas se chocarem contra uma pilastra. Raios brilharam pelo salão, se chocando contra o chão, as paredes e o teto, fazendo o castelo estremecer.
Olhei para onde Axel estava, vendo ele sumir do meio das sombras e surgir em outro lugar, ainda ocupado com os guardas. Fiquei de pé, criando uma bola de fogo e lançando na direção dela, enquanto os outros conjuradores se recuperavam. Trevis tentou prendê-la com raizes também, antes de cair para trás quando um raio atingiu o chão na sua frente. Olhei para a rainha, sentindo a raiva crescer dentro de mim quando ela usava a magia das trevas, parecendo viva com aquela cor roxa vibrante, enquanto tentava nos acertar com seus raios.
Puxei a safira do ar, sentindo cada pedacinho daquela sala nas minhas mãos, antes de puxa-lo para longe dela, deixando-a com o ar tenso e seco ao seu redor. A rainha hesitou, tentando respirar enquanto levava a mão até a garganta. Sorri com aquilo, sentindo o poder crescendo dentro de mim, pronto para destruí-la.
Seus olhos brilharam cheios de faíscas na minha direção, enquanto ela continuava a tentar puxar o ar para si, desesperada para respirar. A magia das trevas pareceu sentir que algo estava errado, dançando ao redor dela. Me preparei quando senti que ela iria explodir de novo. Me abaixei no instante que isso aconteceu, sentindo os raios passarem zunindo ao redor da minha cabeça, quando cai de joelhos.
O castelo estremeceu com aquela segunda explosão de poder, com as paredes rachando e começando a desabar sobre nós. Arregalei meus olhos, ficando de pé e conjurando a safira da terra, criando raizes e árvores do chão, tentando segurar todas aquelas paredes de pedra que iriam esmagar todos nós.
Trevis se juntou a mim, enquanto eu via Diana ainda lançando chamas em direção a rainha, que parecia se divertir a cada instante que as chamas eram engolidas pela magia das trevas. Lyra disparou em direção a ela, aproveitando que sua atenção estava em Diana. A respiração se prendeu na minha garganta quando ela pulou sobre os degraus, criando uma espada de gelo e a erguia para atacar a rainha.
A lâmina deslizou para dentro do corpo da rainha quando ela se virou para Lyra no momento que a sentiu, atravessando sua barriga por completo quando a ponta da lâmina surgiu do outro lado banhada de sangue. A rainha suprema arfou em busca de ar, agarrando aquela lâmina enquanto encarava Lyra com os olhos vidrados.
Continua...
......
Tem mais hoje!
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Um Mundo de Sombras / Vol. 2
FantasíaUMA CONJURAÇÃO DE MAGIA: PARTE II A Rainha das Rainhas foi julgada e condenada a uma prisão em seu próprio reino. Vivendo esquecida por séculos, agora ela está livre para governar os quatro reinos do continente. Usando magia das trevas para controla...