Humilhação e jantares chiques

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Capitulo 3


Narrado por Carla :

Quando Arthú fechou a porta e pude ficar sozinha com meus pensamentos, percebi a confusão em que eles estavam. Me deixei cair na cadeira e tentei repassar os milhares de acontecimentos bizarros em tão pouco tempo.

Como se não bastasse o garoto com currículo invejável ser o mesmo com quem eu tinha dividido minha humilhação na boate, ele era namorado da biscate que estava
aos amassos com o André .

Tudo nele, a começar pelo sobrenome, era abominável. Menos uma coisa - essa era absolutamente surpreendente, admirável, eu diria até invejável - não era qualquer pessoa que tinha a coragem e a capacidade necessárias para me olhar nos olhos como ele olhava.

Por que o tinha contratado? Não estava disposta a perder o que poderia ser o melhor dos meus funcionários. Ele prometia, isso pra mim era claro. Mas também estava começando a perceber que havia alguma coisa nele - eu ainda não conseguia definir o que, para ser exata - que me instigava.

Não era um interesse nele como homem, nem como pessoa. Isso pouco me importava devo dizer .

Como meu pai mesmo tinha dito, eu tinha um olho clínico para talentos. E de cara eu tinha enxergado nele algo muito além do esperado. Se ele não fosse desperdiçado. Ou seja: se fosse bem treinado. Por mim, é óbvio.

Uma coisa da qual eu não abria mão - na verdade eu adorava - era um bom desafio. E eu pressentia que Arthú poderia ser uma diversão à parte, se as cordas certas fossem puxadas.

Chamei Marina pelo telefone interno.

Marina: Pois não Dona Carla deseja alguma coisa ?

Carla : Marina mande buscar as cartas dos leitors no depósito que devem ter chegado.

Ela pareceu surpresa. Muito surpresa, porque chegou a perguntar:

Marina: Todas? Mas são milhares de caixas

" Quanto mais melhor. " foi o que pensei

Carla : Sim todas e as empilhas  na mesa ou envolta da mesa isso é o de menos mas na mesa do novato.Diz que mandei-o ler e selecionar dez melhores para podermos publicar.Ate o fechamento da revista na 4° .Entendido?

Marina: Sim, algo mais dona Carla ?

Carla : Por enquanto é só Marina e ande logo!

Tava louca pra ver a cara dele. E como ele reagiria a minha jogada. Se minha intuição estivesse certa, ele ia aproveitar pra mostrar eficiência, é claro.

Só voltei a vê-lo na 4ª feira. Na verdade, passei em frente à mesa dele no caminho pra sala de reuniões.

Ele estava sentado, examinando alguns papéis. Nem sinal das caixas. Se ele tinha feito hora extra, levado trabalho pra casa, ou enrolado, ainda não era possível saber. Pelo menos tinha se virado pra fazer exatamente o que eu tinha mandado.

Quando percebeu a minha presença, ele levantou os olhos, me olhou com aquele jeito profundo, tão direto que chegava a ser abusado, e sorriu. Não sorri de volta. Pelo contrário, virei a cara.

A reunião foi enfadonha, como sempre. Realmente, o que a " Mia's Club  Revistas " precisava era de novos talentos. Não aquele bando de abobalhados, apavorados, tremendo e arregalando os olhos a cada movimento meu.

Menos Arthú . Ele me observava atentamente. Quase sem piscar.Perguntei pelas cartas. O editor tentou responder, mas o cortei:

Carla : Quero que o Arthur responda!

My Mean Boss- Carthur Onde histórias criam vida. Descubra agora